~ • Dia 7 Após Tharfery • ~
Surgia do fundo do céu um sol reluzente enquanto a dona da foto, Emma Lockwell retirava as agulhas espetantes de suas pernas. Estancou o sangue com a Sharpe que levava presa no pescoço, ao mesmo tempo empurrando as portas da delegacia.
Yago estava ocupado, "Vítimas de furto" são as duas senhoras que conversavam com ele na mesa. Algo comum. Saíram da sala, mas não naturalmente, é considerável a alternativa de que as duas foram expulsas.
Emma agora tem uma prova da existência física de Tharfery. Sua perna também era evidência de que foi atacada. Trouxe as agulhas na bolsa, ela suspeita que as digitais estejam lá. Depende, se ele não iludir o delegado…
— Senhorita Lockwell, percebo que a senhorita está assustada, mas não podemos interromper nossos inquéritos para tratar de seu caso agora. Não é para isso que temos uma sala de espera?
— Você disse… que se eu conseguisse uma prova de que Tharfery vive, você me ajudaria. Aqui está. — Ela quase quebrou a mesa, pôs a foto como se fosse algo pesado, a mão caiu sobre a mesa como um tapa, e lá ela deixou a foto.
Era uma figura embaçada. Se você franzir os olhos pode ver uma forma humana, de mãos erguidas para o alto. Deixando a impressão de que segura um objeto cortante. cabelos pretos (é o que parece, por mais que a escuridão da imagem atrapalhe). um moletom vermelho com calça jeans azul escuro e sapatos verdes reluzentes. O moletom estava aberto, sendo possível ver o pequeno símbolo de dragão japonês na camisa preta que está por dentro.
Yago olhava para a foto como um nativo olhava para um celular. constrangedores minutos se passavam e ele não demonstrava nenhum sentimento, nenhuma dúvida, nenhum questionamento, mas também nenhuma certeza. Jameson entrou naquela sala, ele já sabia o que estava acontecendo, considerando que a "prova" mais verídica hoje em dia é a captura de imagens.
Yago trouxe a foto até sua gaveta, onde lá a abandonou. Tornou também a olhar para Emma, os olhos não piscavam. Ele deixava a seriedade palpitar de seu rosto. Era notável também uma pequena raiva, mas uma raiva trancada, sabe que não pode explodir diante de tal situação.
— Senhorita Lockwell, compreendemos que quer justiça de sua parte, porém considere entender o nosso ponto de vista. Percebe-se que você atrapalha nosso trabalho quando interrompe a denúncia da senhorita Margareth Kinny, e a irmã. Não concorda James?
— Como já se sabe, as irmãs Kinny permanecem na sala de espera. O caso delas está pendente devido a sua interrupção, Emma.
— Evidentemente, a senhorita nos providenciou uma foto falsa. Talvez seja muito bem editada, não sabemos. Eu devia ter avisado… não há provas de que Tharfery está vivo, pois temos o nome do cemitério onde ele está enterrado, apresentamos o local, e assim encerramos seu caso.
— Quero deixar claro que se esta história for mais longe, a senhorita terá de consultar um psicólogo. Não há delegado em toda a França que seja paciente o suficiente para tratar do caso da mulher que vê monstros. — Yago abriu a porta para as irmãs Kinny, também deixou claro em seu rosto o seu tom de ignorância com Emma.
— Podemos ir até o tal cemitério?. — Disse Lockwell, deixando James e Yago sem palavras. A persistência dela era algo surpreendente.
Yago pediu pelo perdão das irmãs Kinny, Margareth só queria fazer uma denúncia contra um assalto, e nem isso foi possível.
“Uma “louca” interrompeu meu inquérito para falar sobre monstros e um namorado morto.” Ela planejava dizer ao marido.
“O delegado é irresponsável, não foi ideia dele a tal fila de espera? Sei de qual Moça se refere. A vendedora de eletrodomésticos. Branca, ainda jovem e de cabelo claro. Acredito que uma mulher negra e de idade não pode ser substituída por uma branca e jovem, parece que temos um delegado racista nessa história.”
Margareth imaginou o marido dizer. Ela sabia que ele era o tipo de pessoa que imaginava que tudo poderia ser racismo. Margareth percebeu que o delegado desejava se livrar do caso de Emma o mais rápido possível.
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Encontro Com Tharfery
Mystery / ThrillerSaga Ilusão - Livro 2: Encontro com Tharfery Imagine-se vivendo uma vida tranquila, quando de repente algo muito bom lhe acontece. Parece empolgante, não? Até você descobrir que esta coisa boa está camuflada como uma coisa ruim. A partir deste momen...