1. MEU PAI E A GARRAFA

57 1 6
                                    

A garrafa estava cotidianamente,
bem ali naquela mesa.
Ocasionalmente eram de marcas diferentes, mas sempre cervejas.
Minha mãe disse pra nem tocar, e eu desde sempre só observei.
Ia pra escola, ela estava lá,
voltava ela também estava.
Quando meu pai viajava ela ia próxima a ele.
Isso só mudava nos meus aniversários, onde ela era trocada por refrigerantes de uva, mas ele sumia junto com ela.
Quando fiz treze, ela sumiu por 1 semana.
Aos quize, por 2 meses.
Quando fiz desseseis, ficou sumida do dia do meu aniversário até março, achei que nem voltaria mais.
Agora aos dezenove, fui questionada porque não sinto falta de estar junto dele.
Acontece que de tanto não ver mais a garrafa, parei de me lembrar dela.

Melancolia Onde histórias criam vida. Descubra agora