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CAPÍTULO 01
MATTEO VIORELLE

O aeroporto estava caótico e depois de horas dentro do avião eu só queria poder deitar em uma cama num quarto com ar condicionado.

O tempo em Calcutá estava muito quente e eu sentia o suor escorrendo por minhas costas. Suspiro cansado e tomo coragem de atravessar a multidão de pessoas carregando minha mala comigo.

E depois de esbarrar com mais de cinco pessoas e pelo menos uma três chutarem minha mala sem querer eu comecei a me arrepender de não ter vindo no jatinho particular da Camurro, mas perder a oportunidade de irritar meu irmão também não me agradava em nada.

Depois de atravessar todo o aeroporto e enfim chegar a porta de saída eu consigo respirar melhor. E logo a minha frente havia uma fileira de quatro carros robustos escuros a minha espera.

E antes mesmo que eu resmungasse com a falta de descrição Cam Roken salta do segundo carro e anda na minha direção com os braços aberto e um sorriso enorme no rosto. Ele usava uma bermuda bege e uma camisa estampada com papagaios e folhagens verde escuras.

— Meu amigo! – Cam jogou o braço sobre meu ombro. – Pensei que não chegaria nunca.

Eu não consegui evitar sorrir. Fazia muito tempo que eu não via Cam e não podia negar que era um dos meus amigos mais animados.

— É uma verdadeira selva lá dentro. – Aponto para o aeroporto logo atrás de nós.

Cam solta um riso carismático.

— Por que não veio de jatinho? – Cam pergunta enquanto caminhamos até os carros.

— Só para irritar meu irmão. – Sorrio de lado.

Cam balança a cabeça rindo e quando paro em frente ao carro sai dois soldados do carro da frente. Cam acena mandando-os se aproximarem.

— Esses são Manu. – O homem de altura mediana acena retraído. – E Kama. – O outro mais alto me cumprimenta sério. Precisando de qualquer coisa os dois estão à disposição.

Cruzo os braços e abro um sorriso zombeteiro.

— Não parecem muito contentes em me ver.

Cam sorri de lado e dá de ombros.

— Achei que soubesse que todos na Índia preferissem colocar fogo em seus próprios corpos a receber um Italiano.

Fico sério, encaro os dois soldados e volto a olhar para Cam.

— Posso garantir que eles estão tão contentes por me receberem quanto eu por estar aqui.

Cam abana a mão no ar.

— Ah não precisamos começar assim, meu amigo. – Cam pede que eu entre no carro. – Logo se acostumarão com sua presença.

Entro no carro.

— Não conto com isso. – Sou sincero. – Não pretendo ficar muito tempo.

Cam se senta ao meu lado e me encara como se eu fosse um quebra cabeça que ele não tinha interesse de desvendar.

— Se é o que diz meu amigo... se é o que diz.

Henrico quando decidiu que era hora de estreitarmos as relações com a Índia devido aos problemas acontecendo no território eu sabia que a situação não era boa, mas ao ver as perspectivas do próprio Capo da máfia eu senti um leve desespero.

A Dharmani nunca foi uma máfia consolidada, mas já teve uma melhor gestão tenho que admitir. Atualmente os problemas da máfia tem ultrapassado fronteiras e vinha incomodando alguns nomes importantes fora da Índia.

REDENZIONE I Livro 03 - Série Obscuros Nova EraOnde histórias criam vida. Descubra agora