Potter-Malfoy's? • DRARRY

61 • Marriage Contract

A tensão do momento estava tão grande que Harry não teve tempo de dar a devida atenção ao padrinho, ele sabia que o homem estava igualmente tenso pela suposta chance da prima ter estado sob uma imperdoável durante tanto tempo.

Sírius nunca foi próximo da família, longe disso na verdade, mas alguma coisa em Narcissa amolecia seu coração com os Black.

Alunos que reconheciam Sírius nos corredores se assustavam e cochichavam, ele era um prisioneiro famoso mas agora estava andando livremente pelos corredores de Hogwarts, todos queriam saber o que estava acontecendo.

- Esse lugar nunca vai mudar?

- Não! - Draco e Harry responderam em unissom e logo se olharam sorrindo pela lembrança felizmente ainda presente.

- Nós temos mesmo que conversar com o Morcegão? Ele é tapado, não vai saber responder nada do que vocês perguntem.

Draco olhou de soslaio para o mais velho e se aproximou de Harry para cochichar.

- Eu não gosto do seu padrinho.

Os três seguiram até às Masmorras indo em direção ao escritório de Severus.

Harry bateu na porta enquanto Draco e Sírius esperavam atrás, os três estavam ansiosos e aqueles poucos segundos de espera pareceram se tornar horas.

Severus apareceu na porta e não deixou nenhuma emoção transparecer em seu rosto.

- Se vieram me agradecer saibam que não é necessário.

Antes que ele se virasse por completo Harry disparou.

- Nós precisamos conversar.

O mais velho passou o olhar pelos três e pelo histórico que eles tinham, ele sabia que nenhum deles deixaria passar.

- Vocês tem 3 minutos.

O moreno deu espaço para que os três entrassem e Sírius não deixou de reparar em cada centímetro da sala.

- Sua organização não mudou nada, você só ficou mais acabado.

- Sua falta de higiene permanece a mesma, ninguém te levou para tomar banho, pulguento?

- Calem a boca vocês dois - Harry estava sem um pingo de paciência para aguenta o humor rabugento dos dois - Professor, nós temos um assunto sério, você é próximo da Narcissa Malfoy, não é?

O mais velho olhou duvidoso, aquela pergunta era muito vaga e com certeza iria trazer outras muitas perguntas atrás.

- Não como antes, posso saber o interesse?

- Você era próximo da minha mãe na época que vocês estudavam?

- Parcialmente, nós estudávamos juntos as vezes e ela sempre xingava o primo então nosso relacionamento era bem superficial. Vocês querem falar de uma vez?

- Espera professor, última pergunta, quando foi que a mãe do Draco mudou? Em sua personalidade eu quero dizer.

Severus pensou um pouco, ele se lembrava de notar a repentina mudança de humor da mulher, mas nunca achou que isso era algo importante, afinal ela era casada com Lucius Malfoy.

- Desde o casamento, ela falava com as irmãs que queria uma festa enorme, mas quando foi se casar com o Malfoy, ela simplesmente mudou de idéia, depois da cerimônia privada ela permaneceu um tempo sem ser  vista, então ela apareceu com Draco em um Yule, todos acharam que ela não queria ser vista grávida, afinal ela sempre foi vaidosa, mas o que exatamente vocês querem? Essas coisas vocês podem perguntar para ela, não pra mim.

Draco escutou atentamente cada palavra, seria possível que sua mãe estivesse sob a Imperius desde o casamento?

- Nós achamos, que a minha mãe talvez esteja sob o controle da Imperius, pelo que você falou, talvez ela esteja assim desde que se casou.

Severus fez uma expressão de pura confusão com o que o loiro estava dizendo.

- Isso é impossível, ninguém estaria vivo ou consciente após anos nessa situação.

- Morcegão cala a boca, Cissa não mudaria tanto só por estar casada com aquele desbotado, você não se lembra de como ela era cheia de si? Ela virou uma porta depois que se casou.

Severus continuava negando com a cabeça enquanto ouvia com descrença ao que eles diziam.

- Vocês entendem o quanto essa imperdoável consome do núcleo mágico de alguém? Tanto tempo manipulando uma pessoa assim só seria possível se a pessoa fosse mais forte que o Lorde das Trevas, vocês acham que ele lançou a Imperius em Narcissa? Vocês são mais espertos que isso.

- Então você quer que eu acredite que a mulher me gerou, aquela que supostamente deveria me proteger, por livre e espontânea vontade se tornou cúmplice de um monstro? Quer que aceite que ela não me defendeu em nenhum momento por que nunca se importou de fato comigo? Professor, você viu como ela fica nas reuniões dos Comensais. Não me olha assim, todos aqui sabem que você também é um Comensal. Você acha que é normal ela agir como uma marionete? Ela me viu  gritar de dor durante anos e não moveu um dedo, a única vez em que ela ajudou, eu estava quase morrendo, eu pedi para morrer naquela hora, eu pedi para que ela continuasse sem fazer nada como sempre, eu não aguentava mais aquela situação, e sabe o que ela fez depois de finalmente me acolher enquanto Lucius me lançava um Sectumsempra? Ela chamou os Elfos e saiu. Se existe uma única chance de ela ter estado sob uma maldição para ter sido assim comigo, eu vou me agarrar a ela com toda a minha força.

Draco estava gritando cada palavra, suas mãos tremiam sem parar e Harry a segurou passando segurança.

- Isso é verdade? - Harry concordou com a cabeça enquanto permanecia segurando a mão do loiro - Mas Lucius não é tão forte para manter ela sob essa maldição - ao olhar para as mãos dos garotos, uma luz que Severus não queria, acabou se acendendo -A não ser que ela tenha feito o elo sob o efeito da Imperius.

- Como assim Professor? - Draco ficou confuso ao ouvir o mais velho falando.

- Se duas pessoas fazem o elo, elas permanecem conectadas de corpo e alma, não são todos os casais que estão dispostos fazer tal coisa. Mas se nesse caso, se Narcissa estivesse sob a Imperius enquanto fazia o Elo, então a maldição consumiria o núcleo das duas pessoas, seria algo mais tolerável, porém, nem que a pessoa quisesse a maldição seria quebrada. O Imperius seria como uma cláusula escondida no contrato de casamento.

- Não tem como por fim a maldição?

Severus pensou um pouco e então respondeu receoso.

- A pessoa que lançou teria que ser morta, mas colocaria a vítima em risco também, os dois estariam em risco. Ou se conseguirem deixar Lucius inconsciente por tempo suficiente ao ponto da maldição se enfraquecer, seria menos letal para Narcissa se vocês o matassem, mas ele teria que estar vegetando. Draco, ele é seu pai, você teria coragem disso?

Draco encheu o peito e falou sem ao menos pensar duas vezes.

- Ele deixou de ser meu pai quando lançou um Crucio em mim quando eu era criança. Se ele morrer não vai fazer diferença alguma na minha vida.