Devemos saber a hora de deixar o espaço, que a gente ja não cabe mais.

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-EU VOU MATAR A GIZELLY- Afastei o celular de minha orelha e suspirei.

Estava contando às novidades para Thaylise, enquanto terminava de juntar minhas coisas. 

Desde a briga de ontem a noite, eu e Gizelly nos evitamos.

Calil está fora da cidade por conta do fim de semana, mas assim que puder retornar a ligação vou ver se ele pode me dar um espaço até encontrar um lugar para ficar.

-Fica tranquila Thay, não vale a pena. Ela está no direito de não querer aceitar, eu apenas não irei abortar porque ela ainda quer viver transando com muitas por aí. Esse filho é nosso, mas se ela não quiser, tudo bem. Eu quero -Falei tudo com calma, pegando minha mochila e carregando até a sala.

Me sentei no sofá para tentar relaxar.

-Sabe que pode contar com todos nós né? Sei que nos conhecemos tem pouco tempo, mas sabemos como Gizelly é escrota às vezes. Enfim amiga, me liga mais tarde. Vou aproveitar que meu carinha tá de folga e dar uns amassos -Não pude deixar de rir dar risada com o tom malicioso que ela usou. 

-Obrigada. -Ela havia me distraído a manhã inteira, me fazendo até mesmo esquecer que meus olhos estavam inchados o suficiente para qualquer um notar. 

E a Gi? Pensei que sua reação seria melhor, mas ela agiu como uma escrota que nunca pensei que fosse capaz.

Em anos, só vi ela ser assim com às pessoas de fora. Nunca me tratou com indiferença ou tão friamente. Ela sempre me cuidou e esteve ali independente se eu estivesse errada. Mas agora parecia tudo anulado. Eu estava conhecendo a Gizelly que todos conheciam e não a que eu tinha o privilégio de conhecer.

Afastei tais pensamentos ao escutar um barulho na porta e logo uma Gizelly entrar. Sua feição mudou na hora e ela suspirou me encarando com calma, largando as chaves na bancada. 

-Sabe que não precisa fazer isso né? -Sua voz soou nada confiante e eu engoli seco

  -É preciso. -Eu estava colocando isso na cabeça desde a briga.

Queria acreditar que tudo acontece por um motivo.

Bem, o motivo de eu estar indo embora é para não acabar de vez com nossa amizade. Sei que se continuar aqui mais um segundo, nossos anos todos serão totalmente perdidos. Não quero destruição total, quero distância. 

-Isso aqui também é seu, você sabe. Escolhemos tudo juntas. -Suas mãos se passaram por seus cabelos bagunçados e meu coração doeu.

Ela não entende. Será melhor dar um tempo para ela esfriar a cabeça e eu esfriar o coração. Gostar dela não é moleza, muito menos com a forma desapegada que ela tem. 

-Depois resolvemos isso. Não é um fim definitivo, mas é uma distância. -Sem muito o que dizer, ela apenas deu uma leve concordada.

Aproveitei a porta aberta para observar que teria um novo morador. Caixas e mais caixas se passavam para o apartamento da frente.

-É Dreicon -Saí de meu transe ao escutar a voz de Gizelly.

  -Quem? -Questionei confusa e ela se sentou ao meu lado 

-O novo morador é Dreicon. Ele ficou sabendo que a vaga surgiu e não pensou duas vezes -Juntei forças para observar a mesma e seu nariz ainda inchado 

-Ah sim. -Concordei com calma, tentando assimilar tudo

-Não vai dar boas vindas? -Perguntei inocente e a mesma engoliu seco

  -Vou quando às coisas estiverem melhores -Concordei ainda meio sem entender e ela levantou

-Não sei por quanto tempo mais você ficará aqui, mas se precisar, posso te levar até calil -Ela sabia perfeitamente para quem eu sempre corria em apuros

You are my best part- Girafa (G!P) ADAPTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora