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𝓛𝓪𝓵𝓲𝓼𝓪 𝓜𝓪𝓷𝓸𝓫𝓪𝓷
Quatorze anos atrás...
Sexta-feira, 22:00 Atlanta, casa dos Manoban
Mamãe e papai estavam se despedindo do senhor Antony que tinha vindo para mais um jantar.
Ele é um senhor simpático e de vez em quando traz presentes para mim. Admito que fiquei um pouco desapontada quando desta vez ele apenas trouxe a minha bebida. Um sumo de maracujá.
Papai e Jones aproveitam esses jantares para falarem do trabalho e por mais que possa parecer estranho para outros, eu adoro esses jantares. Ouço vários relatos de crimes e o que eles pensam da mente dos criminosos.
A conversa de hoje durou tanto que eles foram para a sala e continuaram conversando. Eu os segui e continuava ouvindo tudo, mas mamãe já tinha desistido. Ela realmente não estava tão interessada quanto eu para ouvir as próximas pistas sobre um grande crime que ocorreu recentemente.
Enquanto os meus pais estavam se despendindo dele, eu aproveitei para vestir meu pijama e lavar os dentes. Estava me sentindo mais cansada do que o habitual. Normalmente, antes de dormir, leria um livro mas eu já nem aguentava meus olhos abertos.
Me deitei na cama e esperei que meus pais viessem me dar o beijo de boa noite. Assim como todas as outras noites antes de dormir.
Eles vieram, mas só consegui ouvir suas vozes de longe e percebi que desligaram o abajur ao lado da minha cama. Mas eu não aguentava abrir os olhos para checar, então apenas adormeci quase como alguém desmaia.
[...]
00:00
Consegui finalmente abrir os olhos no meio da noite, mas eu não conseguia me mexer e me sentia grogue. Acho que algo que comi hoje me deixou fraca, seria melhor contar isso para mamãe e pedir seus bons remédios naturais. Mas estava em minha cama, talvez se voltar a adormecer, no dia a seguir já estarei bem.
Como antes, ao fechar os meus olhos, não consegui controlar a vontade enorme de apagar completamente.
[...]
2:00
Ao abrir os olhos novamente já não estava em minha cama. Segurava algo em minhas mãos e estava deitada no chão frio da minha sala, que agora estava encharcada de um líquido.
