Capítulo 10 – Amigos também passam tempo em família
Minha casa estava igual. Não haviam mexido em nada no meu quarto e nem na casa da árvore. O sótão ainda estava cheio das nossas coisas, incluindo os dois puffs em formato de bola de basebol que tínhamos lá.
Meus pais ficaram super animados e logo ligaram para a tia Liny e o tio Lee pra convidá-los para o jantar, o que não era totalmente preciso, já que eu já havia convidado Jimin e Taehyung, mas minha mãe estava no paraíso pessoal dela e eu não quis atrapalhar.
Entrar no meu quarto era estranho agora porque eu tinha lembranças conflitantes demais naquele momento. Me lembrava de Jimin deitado ali depois da escola, enquanto conversávamos ou apenas assistíamos a um filme qualquer e então lembranças dele coberto de chocolate ou chorando enquanto me beijava me invadiam e era como estar perdido entre o passado e o presente, sem uma perspectiva de futuro.
Naquele momento, Tia Liny deveria estar interrogando Taehyung sobre suas intenções e todas aquelas coisas que pais costumavam perguntar para namorados e aquela ideia me deixava com o peito apertado. Me joguei na cama, ignorando o cheiro gostoso de comida que preenchia a casa, e apenas fechei os olhos por um segundo, porque eu sabia o que aquilo significava e sabia o que eu tinha que fazer, mas era tão difícil e complicado que me dava dor de cabeça.
Eu deveria conversar com eles, com os dois e admitir pra mim mesmo que estava caindo e que se eu não saísse agora, talvez não conseguisse sair mais. Eu deveria dizer pra eles que foi bom, mas que eu não poderia mais fazer aquilo, que tudo isso estava embaralhando minha cabeça e que era difícil manter uma linha de raciocínio, que era difícil me colocar no meu lugar e aceitar que Jimin e Taehyung eram o casal ideal, era difícil me lembrar do meu papel naquele maldito jogo e eu não poderia me perder daquele jeito ou acabaria perdendo eles também.
E, naquele ponto, tanto Jimin quanto Taehyung eram importantes pra mim, cada um de uma forma, mas eram e eu não queria me afastar deles ou me perder. Eu precisava parar de fugir e botar um ponto final naquilo, ou acabaria me machucando ainda mais.
Entrar naquele quarto, foi como lembrar de tudo. De todas as vezes em que Jimin chorou por outro homem, de todas as vezes que ele disse que me amava e de todas as vezes em que eu havia pensado que o amaria mais do que eles, que nunca o machucaria daquela forma, mas, no final, eu não era diferente de nenhum deles e isso era o que mais me angustiava.
– Jun. Hey? Jun. Ta aí? – Escutei a voz abafada me chamando e limpei os olhos rapidamente antes de levantar e ir até a janela, a abrindo e vendo Jimin e Taehyung na janela do outro lado. – E aí? Tudo está igual, não é? – Ele comentou rindo. – Eu estava mostrando pro Taehy nosso álbum de formatura e acabei encontrando umas roupas suas aqui. Encontrei aquele seu gorro esquisito também.
– Ele não era esquisito. – Resmunguei e ele revirou os olhos, logo se virando para Taehyung.
– Jun resolveu ser emo por um mês inteiro e não tirava aquela merda por nada, eu tive que esconder dele. – Abri a boca completamente chocado porque eu não sabia que ele tinha escondido.
– Jimin!
– O que? Era isso ou eu teria que cortar o seu cabelo enquanto você dormia. Você tava escondendo ele com aquela coisa porque queria deixar ele crescer.
– E qual o problema? – Murmurei emburrado. – Era minha fase rebelde poxa.
– Você furou as orelhas e fez uma tatuagem, Jun. Não precisava ter o cabelo igual o do Fred Katchun. – Revirei os olhos, ele estava mesmo me comparando com o babaca do terceiro que ele tinha uma quedinha?
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VOYEUR | JIKOOK | LIVRO 2 | FETICHE
FanficVOYEUR | JIKOOK | COM MENÇÃO A - VMINKOOK - | LIVRO 2 | COLEÇÃO FETICHE | Tudo é uma questão de como você observa a vida. Eu passei a vida inteira acreditando que conhecia Jimin melhor do que ninguém, que ele era uma verdadeira parte de mim, que ni...