AMIGOS TAMBÉM SE BEIJAM

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Comentem bastante que estamos chegando na fase final

Capítulo 11 – Amigos também se beijam

Existia algo de estranho em estar de volta no meu quarto com Jimin e talvez fosse o fato dele estar me olhando pelo canto do olho enquanto mordia a ponta do dedo, como se estivesse tentando adivinhar o que se passava na minha mente ou a forma como ele abraçava o meu travesseiro com as pernas. Eu não sabia dizer, mas tinha algo estranho em tudo aquilo.

– Posso apagar a luz? – Questionei assim que saí do banheiro e ele concordou com a cabeça, sem falar nada. – Combinou algum horário com o Taehyung amanhã?

– Não, mas o primeiro a acordar, acorda os outros. Não estamos na estação da praia, não deve estar lotado.

– Tudo bem. – Concordei me deitando ao seu lado e observei que ele não se mexeu, continuou sentado na mesma posição, abraçado ao travesseiro, me olhando de canto de olho. – Não vai deitar?

– Vou. Vou sim. É só que... eu tava pensando que... sei lá. – Jimin parou de falar de repente, batucando no travesseiro e ganhou minha atenção com todo seu nervosismo calculado. – Jun... todo mundo foi dormir e estamos sozinhos...

– Está insinuando o que eu acho que está, Park Jimin? – Questionei chocado pela sua ousadia e ele sorriu arteiro, dando de ombros.

– Estamos em Busan a um dia inteiro e quase não ficamos sozinhos, não acho que vamos ter outra oportunidade como essa. – Murmurou arteiro, passando um dos dedos pelo travesseiro. – Vamos lá, cadê seu espírito selvagem?

– Se pegarem a gente, vou falar que você me seduziu.

– Se pegarem a gente, todo mundo vai culpar você de qualquer forma.

Eu bufei, porque sabia que era verdade, e Jimin riu ao me ver levantar, porque mesmo que eu fosse acabar encrencado, sempre acabava fazendo suas vontades no final.

Se animando, ele também pulou da cama e como se fossemos duas crianças novamente fomos até a porta nas pontas dos pés para espionar o corredor garantindo que todos estavam dormindo.

Quando tivemos o silêncio e escuridão como resposta, abrimos de vez a porta, indo em direção às escadas de madeira que sempre faziam um barulho absurdo na madrugada e descemos com o máximo de cuidado possível até chegar na sala.

Jimin estava grudado nas minhas costas, se apoiando em mim como fazia quando tinha doze anos e eu queria rir, porque ainda éramos os mesmos.

– Quer pegar alguma coisa da cozinha? – Perguntei e ele apertou mais meu braço.

– A gente acabou de comer igual dois cavalos e tomamos uma bacia de sorvete. Não aguento comer mais nada e se formos na cozinha vai fazer barulho. – Reclamou e eu concordei.

– Se você reclamar depois que tá com fome, eu não vou descer pra pegar comida pra você. – Ameacei, mesmo sabendo que eu faria e vi ele revirar os olhos não botando fé e me empurrando de leve para continuar andando.

– Tudo bem, seu desnaturado. Pode me deixar morrer de fome lá sozinho, eu sei que você não liga. – Dramatizou em um sussurro.

– Você não acabou de dizer que não aguentava comer mais nada?

– Mas isso é agora, eu não sei depois. – Resmungou e foi minha vez de revirar os olhos enquanto abria a porta da sala com cuidado, dando acesso para o quintal da casa.

A noite estava fria e se não fosse pelo pijama de moletom, estaríamos congelando. Jimin finalmente se desgrudou das minhas costas indo na minha frente enquanto eu trancava a porta e eu tive que correr para o alcançar na escada que dava acesso a casa da árvore.

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