APRICITY {ABO L.S}

12

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Louis ficou encolhido no chão por 20 minutos até os supressores fazerem efeito. Ele chorou durante as cólicas, chorou enquanto tomava banho para se livrar da sua sujeira, chorou durante as horas que se passaram, chorou até as 3 da manhã quando percebeu que Harry não voltaria e finalmente, chorou até adormecer enrolado em um cobertor no sofá da sala.

Quando acordou no dia seguinte ainda incomodado pela cólica leve, já era início da tarde e ele farejou na esperança de que o alfa já estaria ali, mas não.

"Talvez ele ache que entrei em heat e só volte daqui uma semana."  Pensou.

Mas ele o viu com a caixa de supressores, ele sabia que isso inibiria o cio, então Louis afastou a ideia.

Ele não sabia onde Harry estava, nem se estava com raiva e se sentia agitado por isso. Então resolveu fazer a única coisa que estava à seu alcance: Pedir ajuda Zayn.

Foi como telepatia porque assim que abriu a porta o moreno apareceu no corredor indo em direção ao apartamento.

__Louis.__ Disse em cumprimento quando passou pela porta. O menor ia abrir a boca para perguntar, mas Malik foi mais rápido em continuar.__ Ele está bem. Ele me ligou de algum lugar e pediu que eu checasse se estava tudo certo por aqui. Não sei o que aconteceu, mas pra ele ter se transformado e te deixado sozinho, imagino que não esteja tudo realmente bem...

__E-ele o que?__ O ômega perguntou ainda segurando a maçaneta virado para Zayn que agora estava do lado de dentro.

__Ele pediu para checar s-

__A outra parte, Zayn.

Só então Malik se deu conta de que o ômega talvez não soubesse das capacidades do lúpus. Apesar da informação correr pelo mundo, a maioria das pessoas achava que aquilo era algum tipo de lenda ou outra espécie extinta há milhares de anos.

Ele foi salvo da explicação quando o telefone tocou em seu bolso e tratou de atender rapidamente.

__Está...não aconteceu nada...ninguém invadiu o apartamento...sim eu já disse! Tá bem.__ Respondia o outro lado da linha enquanto evitava os olhos azuis queimando nele até desligar o celular.__Ele está vindo para casa.__ Avisou saindo pela porta ainda aberta novamente, mas se deteve um instante.__ Louis, se mantenha calmo, sim?!__ E então saiu pelo corredor até os elevadores.

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Tomlinson ficou sentado ansioso no sofá por quase uma hora até ouvir a porta se abrir e virou o corpo olhando por cima do encosto Harry entrar usando apenas uma calça de moletom que parecia pequena demais para ser dele.

Styles respirou fundo passando as mãos pelos cabelos de cabeça abaixada antes de levantar e encarar os olhos azuis escondidos atrás do sofá. Ele andou relutante até rodear a sala e se sentar na poltrona na frente de Louis.

Ele estava sujo e descabelado, mas aos olhos do menor isso o deixava ainda mais atraente.

"Se comporte, Azura!"

Quando o lúpus abriu as pernas se acomodando melhor e jogou a cabeça para trás engolindo, Louis observou atentamente seu pomo de adão.

"Azura, sua vira-lata, não é hora disso!"

__O que aconteceu?__ O alfa sibilou encarando o teto e não tinha certeza se a pergunta era pra si mesmo ou para Louis.

__Eu não lembrei que estava perto. E-eu não- eu perdi a noção do tempo. Me desculpe.__ Disse se preparando para a ira do lúpus. Mesmo Harry não sendo agressivo, isso sempre seria o que Louis esperava de um alfa.

__Louis...__ Styles começou o encarando.__ Há alguns anos atrás, no meu primeiro rut, eu feri alguém. Muito. E-eu a matei.__ Confessou a última parte em um fio de voz e sem coragem de olhar na direção do ômega continuou.__ E desde então eu tomo supressores, não só nos meus períodos de cio, mas diariamente porque Agares é...afoito e irritável demais. Meu lado humano não é forte o bastante para controlá-lo sozinho então eu basicamente preciso dopá-lo. O que você viu no outro dia foi justamente o que acontece quando eu esqueço de tomar. Era eu, Harry, lutando para não deixá-lo sair e machucar você.__ Ele falava tudo calmamente observando a reação do ômega.

__E-então você literalmente vira um lobo?__ O pequeno perguntou completamente descrente apertando uma almofada contra o peito enquanto ouvia a história.

__Sim.

__Eu pensei que isso era uma lenda.

__Não.

__E você matou alguém?

__Sim...ela era uma namorada na época. Na última noite do meu cio ela sugeriu que eu a marcasse. Eu não tinha ideia do que era o amor, mas pensei que fosse algo como aquilo. Então foi o que fiz. Eu a mordi, mas...__balançou a cabeça afastando a imagem que voltava à sua mente.__A questão é que isso aconteceu porque não era ela, e eu poderia fazer isso com qualquer um se não controlasse meu lobo, Louis.

Depois de alguns minutos em completo silêncio, Tomlinson suspirou.

__Tudo bem.__ Disse simplesmente.

__"Tudo bem?"__ O alfa repetiu franzindo as sobrancelhas.

__Sim.__ confirmou dando de ombros.

__Louis, ontem você estava prestes a entrar em heat e correu para tomar supressores.__ Harry lembrou irritado.

__E daí, Harry?__ O pequeno ficou apreensivo com o rumo que a conversa virou para si.

__E daí que essas coisas são fortes! Você não pode simplesmente se drogar para inibir seus instintos.

__Não seja hipócrita, é exatamente isso que você faz!__ Louis apontou com o rosto avermelhado pela irritação e jogou a almofada de lado se levantando.

__Eu faço isso pra não machucar alguém de novo!__ O lúpus defendeu se erguendo também.

__E eu faço isso pra que não me machuquem de novo!__ Louis gritou travando os dentes e colocando as mãos sobre o ventre. Segundos depois um soluço escapou de sua garganta, ele tentou engoli-lo de volta, mas engasgou com o choramingo de Azura deixando algumas lágrimas irritantes escaparem.

Ele estava cheio disso, estava tão exausto! Pensou que pudesse simplesmente recomeçar e o princípio era esquecer o que aconteceu, mas estava ali. Sempre voltaria e o pequeno ômega simplesmente não sabia como parar de sentir como se seu peito fosse explodir de tristeza toda vez que lembrava do que foi tirado dele. Do pedaço que ele perdeu.

Ele queria gritar toda dor que guardou por tantos anos, queria bater em algo, matar alguém.

Esses não eram sentimentos comuns de um ômega. Eles eram sempre dóceis, frágeis, empáticos e gentis, mas arrancaram à força a inocência de Louis sem se quer pensar no que aquilo causaria.

E o dano foi completamente irreparável.

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Capítulo curto, mas já vou lançar o próximo de uma vez.