Capítulo 9: PROPOSTA PARA A RINNA

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Naquele mesmo dia, no final das aulas, enquanto eu esperava o autocarro perto da escola, eu vi Rinna a se despedir dos seus amigos e parar perto de onde eu estou.

Nenhum de nós olhou para o outro e muito menos trocamos palavras.

Ela estava relativamente afastada, mas ainda é a mesma paragem para todos e o mesmo autocarro vai nos levar.

Alguns outros alunos também estavam à espera do mesmo autocarro e isso era uma camuflagem ótima para uma situação dessas.

Na multidão eu avistei um rosto familiar. Cabelos pretos e curtos e um rosto bonito, mas sério. Parece que ela pega esse autocarro também.

Eu decidi deixar esse assunto de lado.

Alguns minutos depois o autocarro chegou e eu calmamente subi e me dirigi para o fundo.

Havia lugares para todos, ninguém ficaria de pé. A princípio Rinna se sentou num lugar distante de mim, e do lado oposto. Eu não pretendo dizer nada em relação a isso, então mantive a minha postura.

Depois de uns momentos ela decidiu vir ao meu encontro. Ela se sentou ao meu lado de forma brusca e já começou a gritar.

"Ouve aqui, seu idiota, é melhor não se habituar a -"

Esse jeito dela é típico, mas é perda de tempo prestar atenção às suas reclamações. Então eu olhei seriamente para ela afim de perturbar um pouco o seu espírito.

"P-por quê que e-estás a olhar assim para mim? E-eu estou aqui, não estou?"

"Porque achas que te chamei aqui, Rinna?"

"Eu não sei! Não pensei muito nisso."

Parece que ela não se deu ao trabalho de imaginar o porquê desse encontro. Mas isso também era previsível. Só temos de levar a conversa para o caminho certo e ela poderá perceber.

"Na mensagem que te enviei, eu disse que você decidiria o que fazer com esse vídeo, lembra?"

Ela pensou por um pouco, mas acabou por lembrar da mensagem.

"É verdade! M-mas o que queres que eu faça?"

"Essa pergunta é minha. O que queres fazer com o vídeo?"

Ela ficou surpresa com a minha pergunta. Mas ainda assim disse o que pensa.

"Como assim o que quero fazer?! Eu quero que ele desapareça completamente!"

Uma resposta óbvia. Qualquer um na posição dela iria dizer isso, é apenas a linha normal de pensamento.

"É mesmo o que queres?"

"Como assim? É claro!"

Parece que ainda não chegamos ao ponto da conversa. Então terei de forçar mais um pouco.

"Quando começou?"

"Ahn? Começou o quê?"

"Quando começaram a abusar de ti?"

Quando a palavra chave abusar foi dita, Rinna congelou completamente sem dizer nada. Ela baixou a cabeça e falou.

"P-por que queres saber?"

"Porque eu pretendo ajudar a te livrares disso."

Quando eu disse isso Rinna se virou para mim com um olhar surpreendido. Mas foi só por uns momentos, pois, ela voltou a baixar a cabeça e começou a rir levemente.

"Haha... Que idiota, como se um aluno da minha idade pudesse fazer isso."

Talvez o que eu disse a ela tenha sido uma completa idiotice.

DESTINO (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora