Capítulo 5: TEMPESTADE - Parte 1

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Os humanos geralmente interpretam coisas para a sua própria conveniência.

Por exemplo a frase: "É com os erros que se aprende.", professores, pais, amigos... já ouvimos essa frase de alguma dessas pessoas.

Elas nos dizem "podes cometer erros, porque é com os erros que se aprende", mas é assim mesmo?

Será que incentivar alguém a cometer erros é a interpretação correta da frase?

Imagina se Thomas Edison tivesse cometido os 10 mil erros, ao tentar encontrar o filamento que acende a lâmpada, de propósito.

Imagina se os cientistas que calcularam a diretrizes dos meios de transporte tivessem cometido erros de propósitos.

Eu interpreto da seguinte forma: a pessoa que disse essa frase não quis dizer para "errarmos", mas sim que podemos erras enquanto tentamos acertar.

Se alguém erra ao tentar fazer o que é certo, essa pessoa aprende o que não fazer para atingir o objetivo.

E a pessoa que erra porque quer errar, aprende o quê?

Eu estava com isso em mente esse final de semana.

Ontem eu fui caluniado pelos meus próprios colegas de turma. Do meu ponto de vista, para alguns aquilo foi só mais uma forma de diversão, para outros foi uma oportunidade de vingança e para outros foi um real incômodo.

E tudo o que passa pela minha cabeça é que, se existem pessoas assim no Japão, é porque nenhuma delas aprende com erros.

Depois de pensar muito, uma forma de acabar com essa calúnia surgiu na minha mente.

"Causar uma pequena tempestade".

Se isso foi o plano de alguém ou não, eu ainda não sei, mas seja qual for a verdade por trás dessa história ela tem um furo que eu posso explorar.

Eu posso entender que a Hanami tenha "talvez" interpretado mal de alguma forma um momento em que o meu olhar parou na Mio, mas a Rinna obviamente contou mentiras.

Bem, a parte que eu toquei a rabo dela é mentira, mas, que alguém tocou o rabo dela, isso é verdade.

Nesse momento eu me encontro na região de Shinjuku que fica uns 5 min da estação de autocarro, é a área da casa da Rinna.

Os eventos que aconteceram durante as viagens de autocarro, me fizeram querer confirmar algo.

17h, eu espero por "alguém" que com certeza irá passar por aqui cedo ou tarde. Dado o estilo de vida que "ele" aparenta ter, em algum momento passará por aqui.

Uma rua reta que possui várias lojas nas laterais. Carros iam e vinham e eu estava apoiado em uma das paradas vigiando cada movimento, em busca da pessoa que quero encontrar.

Eu estou vestido com roupas normais para quem apenas está a dar um passeio pela rua.

30 min depois, eu avisto a pessoa que eu esperava saindo de uma loja com cigarros na mão.

Ela vinha na minha direção, então eu me movi em direção a ela também, um encontro acidental, essa é a narrativa.

Quando ele chegou perto e estava prestes a passar por mim, eu falei.

"Boa tarde, senhor. Espero que esteja a ter um dia bom."

"Ahn? Quem és tu? Nunca te vi"

Ele fez uma cara confusa e me questionou.

A expressão facial dele não é muito amigável, e o cheiro a álcool e fumo eram muito intensos.

Ele parecia ter uns 40 e poucos anos, mas a cabeça calva o envelhecia mais.

DESTINO (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora