Capítulo 10: COISAS QUE DEVEM SER FEITAS

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O Japão cada vez mais se torna algo real para mim. Digo isso no sentido de que, daqui a algum tempo, talvez eu possa chamar esse local de "casa".

Nos poucos meses que estou aqui, eu vivi experiências que provavelmente não teria vivido em Angola.

Fui alvo de bullying, alvo de calúnia e até me tornei alguém que cria planos para resolver certas questões. Não, talvez seja melhor dizer que eu precisei usar as minhas habilidades desde que cheguei aqui.

"É até divertido, em certo sentido. "

Nesse momento eu me encontro em casa, mas eu saio não tarda nada. Porque tenho um encontro marcado para as 11h.

Eu prometi à Rinna que a livraria do homem que abusa dela, mas ela tinha de recolher certas informações antes. Se a informação será útil ou não, não fará diferença.

Desde o dia que a proposta foi apresentada à Rinna, eu já havia idealizado todo o processo, a informação que eu pedi à Rinna é apenas mais um detalhe.

Eu me olhei no espelho no meu quarto e me certifiquei de que estava com a aparência de sempre.

Como era sábado 25 de julho, eu estava a usar roupas casuais.

Ao descer a escada, dei uma olhada na casa linda, mas solitária. Mesmo com a quantidade considerável de luz que incide pela grande porta de vidro, ainda há um ar tenebroso nessa casa da qual não será fácil se desfazer.

Minha mãe comprou essa casa, mas não por gostar ou para lazer, foi simplesmente porque está bem localizada.

Ela quase não aproveita a beleza dessa casa. Melhor dizer que não se importa com isso enquanto poder servir para os propósitos de uma casa normal.

"Ela é difícil."

Ao me encontrar perto da cozinha, eu inicialmente havia cogitado preparar algo para comer antes de sair, mas desisti porque não há necessidade e o tempo não está ao meu favor.

Com roupas casuais, eu sai, tranquei a casa e me dirigi para o meu destino, o centro comercial de Shinjuku.

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Após uns 20 min a caminhar, eu finalmente cheguei ao local. Eu prefiro caminhar em vez de pegar um táxi, assim posso sempre observar toda a beleza do trajeto.

O Japão me faz querer fazer isso.

Um enorme centro comercial, com vários tipos de entretenimento a oferecer.

Desde áreas infantis à cinemas e restaurantes, a vastidão desse centro é algo para se admirar.

Eu parei pouco à frente da grande porta, várias pessoas passam por mim a todo momento e se dirigem para dentro do centro.

Eu reconheço algumas delas, são pessoas que eu vejo na escola ou no autocarro no caminho de casa. Vários grupos de amigos da minha idade aos risos e ansiosos por começar o seu dia da melhor forma.

Não pude deixar de me sentir solitário pelo fato de obviamente estar sozinho. Mas nessa multidão eu não chamarei a atenção das massas, elas vão apenas ignorar um solitário como eu e ir direto para o fim de semana perfeito.

São 10:30 agora. Como ainda não há sinal da Rinna eu decidi me aventurar no vasto centro.

Por causa do Covid, há uma data de regras de segurança que devem ser cumpridas. O governo atenuou até certo ponto o uso de utensílios de segurança, mas em locais como esse onde enormes quantidades de pessoas se reúnem, é necessário o dobro do cuidado.

DESTINO (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora