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Aqueles que tem olhos e mesmo assim não enxergam, aqueles que tem mãos e se mantém incapazes de sentir a vida, aos que gritaram e ordenaram:
Queime-as, enforque-as, execute-as!
Pobres mortais, o pedido...
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❝Se ouvem muitas histórias, se acompanham muitos mitos, se presencia tanta crueldade. E por que apenas nós somos apontadas como as grandes vilãs da selva?❞
As pessoas sabem ser cruéis, elas não se importam com o que existe de magnífico no fundo além do que os olhos podem ver. O novo é algo perigoso, e o perigoso deve ser exterminado! Elas acreditam que assim se resolve tudo, que os problemas são exterminados como pragas qual devemos simplesmente matar.
Quando alguém se opõe ou faz muitas perguntas, elas também consideram como algo perigoso. E sabemos muito bem qual a punição para isso!
O mundo está mudando, e temo que não seja para melhor. Não quando a maldade apenas cresce, quando todos se ajoelham aos homens e cumprem o que lhe ordenam! Pergunto-me como não podem sequer estranhar isso?
Será que os meus olhos são diferentes dos deles? Será que apenas nós conseguimos enxergar quão sanguinário estão se tornando? E o pior é saber que apenas nós, camponesas, mulheres, e que decidem se opor são apontadas como perigosas!
A diferença também foi considerado como algo impróprio, ao menos, no vilarejo qual vivemos!
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Respiro bem fundo enquanto sinto o sol fraco se despedir, ele descia pelo horizonte e aquela lua brilhante já iluminava o lago. Meus pés estão submersos e estou sentada ao gramado do chão. Meu olhar desce até a água agora escura pela luz da lua, vejo-me no reflexo e percebo que o que minha mãe diz é verdade.
― Estou me tornando uma mulher! ― sussurro.
Os meus longos cabelos negros caem um pouco sob meu rosto, meus olhos azuis reluzem como se ganhassem vida própria e minha pele branca era o contraste que fechava tudo. Meus seios estavam mudando, maiores e desenhando no decote do vestido simples que uso. Mesmo com as mangas longas, saia grande, e em meio aos tecidos começava a ficar nítido que meu corpo mudara. Cada dia mais!
Tiro os meus pés da água e os sacudo um pouco, logo começo a me erguer e consertar a roupa. Quando estava prestes a pegar meu cesto ao lado ouvi um ruído na floresta. Olho atenta de um lado ao outro, mas não vejo ninguém!
― Olá? ― digo colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
Noto que a resposta não vejo e então pego aquele cesto, foi quando:
― Selena? ― uma voz ecoa, olho de um lado ao outro.
― Quem está aí? ― seguro firme minhas coisas e endireito minha postura ― Revele-se!
No mesmo instante vejo uma sombra atrás de uma das árvores, aperto meus olhos e então encontro o óbvio: meu irmão Domenico!
― Pensei que nossa mãe te proibisse de sair sozinha quando escurecesse!