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Aqueles que tem olhos e mesmo assim não enxergam, aqueles que tem mãos e se mantém incapazes de sentir a vida, aos que gritaram e ordenaram:
Queime-as, enforque-as, execute-as!
Pobres mortais, o pedido...
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A água morna cobre todo o meu corpo, elas me colocaram em um local onde duas mulheres me lavavam. Ainda fiquei um tanto sentida em expor minha nudez, mas elas parecem ser mais que acostumadas com isso. Elas usam escovas de corpo, esponjas com sabão e penteiam meus cabelos molhados.
Logo aquela sujeira já se dissipara, minha pele brilhava com os óleos perfumados que por fim passam quando já estou seca. O local do banho era iluminado e brilhante, haviam espelhos e itens para beleza feminina. Tudo parecia ser da mais alta nobreza, algo que é completamente verdade!
A princesa me deixara nas mãos dessas duas garotas enquanto disse que resolveria algo, ao lado da sala que estou um grande quarto estava pronto, ela disse que eu ficaria aqui até que tudo se resolvesse. Que não permitiria que me colocassem naquela cela fria no calabouço!
― Quer que passe algo nesse ferimento senhorita? ― uma das garotas pergunta e aponta para meu tornozelo, havia arranhões das correntes.
― Não está doendo, tudo bem! ― respondo.
Ela assentiu rapidamente e se põe de pé, logo me ajuda a me enrolar em grandes toalhas de banho. No mesmo instante abre aquela porta de acesso ao quarto, e nele duas outras garotas e a princesa Jasmine me aguardavam.
― Já voltamos. ― diz e aponta para as mãos delas ― Escolha algum que deseje vestir, lhe trouxe algumas joias também!
Olho em direção a penteadeira dourada no canto, lá haviam duas caixas grandes de joias.
― Isso é muita coisa. ― seguro a toalha e caminho na sua direção ― Não sei como agradecer!
Ela sorriu de canto e me olhou no fundo dos olhos, senti que queria dizer algo, mas hesitara olhando ao seu redor.
― Se prepare e me encontre para comermos algo, você ficará linda...
― Selena! ― completo ― Lembrei que me chamo Selena!
― Perfeito, não precisa ter formalidades. ― anuncia e caminha até a porta com as outras ― Me chame de Jasmine!
Em seguida ela sai pela porta e fico ali parada olhando, sei que estou aqui para cumprir algo em nome de Arvid, mas não veria problemas em ter um início de amizade com Jasmine. Sinto que talvez seja isso que ela queira, e diferente daquele homem, havia bondade em seus olhos!
Enquanto tudo que eu conseguia enxergar no olhar dele era uma escuridão, solidão, e um sentido de insensibilidade. Quando me fitava e foi até mim eu temi, não mentiria. Contudo, temi pelo que poderia esperar dele. Vi quando matou cruelmente aqueles arqueiros do seu próprio exército, ele nem mesmo hesitou.
