Prólogo.

293 26 1
                                    


Levi Ackerman era o típico estudante do ensino médio que não tinha com quem contar. Estudava em uma escola pacata em Paradis, e por morar na capital, sabia muito bem como era ter uma vida simples em um lugar cheio de luxos. Era filho mais velho de uma cuidadora de idosos que foi diagnosticada com um câncer. Para sua sorte, o governo local se dispôs a pagar parte do tratamento, visto que a renda da família era baixa. Levi começou trabalhando meio período para ajudar no tratamento de sua mãe enquanto estudava pela manhã e a vida corrida de um adulto em seus recém dezoitos anos se estendeu até o final do ano. Levi, então, viu que não estava sendo suficiente. Passou a fazer bicos pela noite para ajudar nas despesas do trabalho e da casa, que não eram poucas. Por conta disso, toda aquela rotina para um simples rapaz resultou em notas ruins na escola, impossibilitando-o de passar no vestibular. Levi não faria faculdade no próximo ano, e ele sabia bem o que isso significava.

Um garoto que não passasse no vestibular era visto com péssimos olhos.

Mas não era como se Levi quisesse aquilo. Ele tinha outras prioridades. A casa, sua mãe e seu irmãozinho mais novo.

- Como está hoje? Melhorando? - Perguntou apreensivo, sentado em uma poltrona frente a maca do hospital público onde sua mãe se encontrava internada. Tinha o fardo de, como se não bastasse todos os seus problemas, dizer a sua mãe que havia falhado no vestibular. A mulher assentiu com um sorriso nos lábios secos, mesmo que tivesse naquelas condições, ter seu filhinho ali era uma "benção".

- Sempre que você está aqui as coisas ficam melhores, meu bebê. - A voz fraca e trêmula fez o coração de Levi diminuir. Ele simplesmente deu um suspiro, pegando na mão macia.

- Nós vamos sair dessa. Eu prometo! - Os lábios masculinos tocaram a pele da mãe, e ela forçou mais um sorriso. Não por falsidade, mas porque ela não conseguia mais.

- Tem algo a me dizer, bebê? - O moreno fez uma careta com o velho apelido que sua mãe usava a si, mas naquele momento, agradeceu aos céus por ainda tê-la falando. Levi sabia dar valor às pequenas coisas. E, céus, como sua mãe o conhecia. A mulher conseguia decifrar cada expressão de seu filho, o vazio em seus olhos, os lábios semi cerrados, como quem estivesse escondendo alguma coisa. - Mãe, o exame... - Começou, segurando o choro. Parecia que havia algo entalado em sua garganta.

- Está tudo bem, meu bebê. - Ela tocou o rostinho do rapaz, piscando ao olhar nos olhos marejados, a expressão de cansaço e vergonha. Cansaço por ter trabalhado no dia anterior por dez horas ininterruptas. - Você deu o seu melhor. Sabe a situação em que estamos vivendo. - Aquelas palavras quebraram seu coração. Sim, moreno sabia que precisava se dedicar única e exclusivamente ao trabalho, mesmo que adolescente, para ajudar na casa. Mas ele poderia ter dado um jeito, não poderia? Era isso que pensava o tempo inteiro.

Conversar com sua mãe era uma das coisas mais terapêuticas dos últimos tempos. Adorava ouvir a voz que tanto o acalmava, saber que mesmo aos poucos, ela ia se recuperando. Mas precisava de mais dinheiro para suprir o tratamento. Suas dez horas de trabalho não eram suficientes, precisava de mais e mais rápido.

P0RN ST4R.Onde histórias criam vida. Descubra agora