Cinco.

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Era a primeira vez que Levi gravava sozinho. Não tinha ninguém no estúdio, depois daquela repercussão toda, o diretor disse que ninguém poderia atrapalhar a cena, mas que reforçaria os cuidados com os atores. Não sabia até onde aquilo era verdade, se era para o bem da equipe ou porque Erwin irritado era assustador. Inclusive, outra coisa que não conseguia entender era por que Erwin ficava tão estranho quando o assunto era novato. Alguns boatos circulavam pela produção, mas nenhum dos dois honestamente queria saber.

Naquele dia de gravação, os únicos no estúdio eram a equipe de produção e Levi. Dessa vez eles tentaram algo diferente: vestir Levi de maneira inusitada, já que não teria um parceiro para esse vídeo. Ele usava uma roupa preta, semelhante a um body mas que deixava seu tronco totalmente exposto pela transparência do plástico. Um colar semelhante a uma coleira enfeitava seu pescoço, bem como as orelhas pretas de coelho. Ele sentia-se ridículo porque não combinava com nada disso, mas estava ali pelo dinheiro, afinal de contas. No começo estava desconfortável, mas acabou por tomar alguns goles de whiskey para ver se relaxava, e bem, funcionou. Levi usava bebida alcoólica para lhe dar coragem, já que muito dificilmente sóbrio toparia uma atrocidade daquelas. A cena começou com rapaz deslizando a mão pelo próprio corpo, enquanto a câmera captava cada parte das suas curvas. Os olhos piscavam de maneira devagar, zonzo pelo alcool que parecia correr mais rápido pelo seu sangue. Em sua mão tinha um dildo, e mais alguns outros objetos espalhados pela cama, iria se "divertir" com todos eles e tudo que precisava fazer era se masturbar, dessa vez.

Tentando se concentrar como podia, a primeira coisa que fez foi preparar um dos dildos com a própria saliva. O objeto era maior que o normal, muito mais grosso e tinha algumas veias saltadas hiper realistas.Posicionou o brinquedo pela a base na cama, e de quatro, mantendo a bunda levemente empinada para câmera, mostrou o pequeno plug anal de pompom, que seria o rabinho do coelho, antes de babar completamente o objeto, lambendo de cima a baixo. Vagarosamente lambeu o dildo, e passou a brincar com ele na boca. Lambia a parte que simulava a glande, os movimentos eram lentos, os olhos fixos na câmera antes de abocanhar de uma vez. Levi segurava pela base, tirando e colocando o objeto grosso, num sobe e desce lento. Deixou um rastro de saliva, semelhante a um pré gozo, e voltou a colocá-lo na boca como seu doce preferido. Naquele momento, estava anestesiado pelo álcool. Não pensava no quão humilhante era passar por aquela situação apenas por dinheiro, porque não tinha escolha. Nunca teve, aliás.

E mesmo assim, finalmente o show havia começado.

[...]

Erwin já estava em casa, a semana tinha sido exaustiva. Ele queria tirar férias, mas não poderia perder a oportunidade de infernizar seu pai. Já morava sozinho há bastante tempo, tinha resolvido sair de casa pela quantidade de vezes que brigava com o patriarca. Além de ator pornô nas horas vagas, ele fazia faculdade de engenharia, e agora era seu momento de estudo. No entanto, Erwin tinha um lado narcisista e de vez em quando abria o site de vídeo adulto a qual fazia parte, apenas para ver o TOP 3 dos vídeos mais assistidos. Havia gravado outro com Marie que provavelmente estava fazendo sucesso, sempre ficava em primeiro lugar quando o vídeo era upado. Mas o que viu foi surpreendente e mal pode acreditar: Um vídeo do novato estava ocupando seu lugar. A thumbnail era bastante chamativa, e de curiosidade, abriu o vídeo. Estava intrigado, sabia que o rapaz tinha potencial, mas não esperava que fosse crescer tão rápido. Era realmente surpreendente que alguém conseguisse pegar o lugar de Erwin, um veterano bastante conhecido no ramo, mas ao que começou a assistir, pôde entender o por que aquele rapaz havia simplesmente conseguido o primeiro lugar em tão pouco tempo.

Pela primeira vez, teve sensações estranhas ao se visualizar um homem naquelas condições. Levi estava extremamente atraente mesmo com uma fantasia ridícula, que inclusive, Erwin geralmente achava engraçado. Mas para Levi, especificamente, acabou despertando um lado que não conhecia. Ele não conseguia parar de assistir. O corpo dele era perfeito, muito bem desenhado, as expressões também eram únicas e o que vestia bem, era estranhamente atraente. Seria seu novo fetiche? Homens pequenos e magros com fantasia de coelho? Quando chegou a hora de Levi chupar o dildo, Erwin quase grunhiu. Que porra estava acontecendo consigo e por que estava olhando o vídeo de outro homem? O rapaz chupava com maestria, engolindo completamente e quase engasgando, o objeto era enorme. Suas expressões eram diferentes também, estava bêbado? Sexy pra cacete, pensou ele. E o mais irônico de tudo era que Erwin não gostava de homens. Havia inclusive discutido com o diretor porque não concordou com o fato de tê-lo escalado para gravar com um cara sem sua autorização.

Mas para quem não curtia a fruta, ele estava bem interessado. Observava cada detalhe com total atenção. Levi precisou se preparar, embora estivesse com um plug enfiado em si anteriormente. Enfiou dois dedos dentro de si com ajuda de lubrificante. Erwin queria ver aquilo entrar nele rápido, ou sua calça explodiria. Na verdade, queria que fossem os seus dedos ali. Merda, por que estava pensando dessa forma? Por que estava pensando em como o corpo pequeno de Levi reagiria com algo tão grande dentro de si? Estava duro. O ápice foi quando Levi introduziu o objeto em si. Estava tão excitado com uma cena que via frequentemente no estúdio? Não só achava natural, como participava sem maiores problemas, e não se recordava do seu pau doer tanto dentro da calça. Não sabia se era a posição, se era a forma com que ele gemia, se era o dildo tão grande entrando dentro dele, criava várias teorias para justificar que estava excitado com outro cara. Geralmente casais o excitavam, mas nunca cogitou que um homem sozinho poderia produzir esse efeito em si, e ainda com uma fantasia peculiar, quase ridícula.

Agora era fato, tinha uma ereção e precisava liberá-la ou sentiria dor. Mas como faria isso? Ele riu com a própria estupidez. Teria que se aliviar, e o que precisava fazer era simples, só estava evitando a ideia.

Se não fosse o tesão, estaria rindo da sua própria desgraça. Os hormônios de sua adolescência dando as caras logo agora? Via-se fascinado nas expressões de Levi, não sabia que tipo de feitiço o rapaz havia atirado em si. O vídeo em questão tinha aproximadamente 15 minutos, sendo 10 somente de preliminar, que Erwin precisava confessar que ele era ótimo. Os minutos finais foram de penetração, mas o que reparou foi que Levi não gozou, apesar de fingir um orgasmo muito bem, além do jogo de câmera. Erwin simplesmente assistiu até o fim, impressionado, e não conseguiu disfarçar a excitação de si mesmo.

Fechou a tela do seu notebook e foi para cozinhar tomar um ar e beber uma água gelada. Ele não iria se masturbar como um adolescente, seria vergonhoso para si, mesmo que ninguém soubesse, Erwin tinha um orgulho e iria até o fim com ele. Por isso que depois do acontecimento, ele ligou desesperadamente para Mike, seu amigo. Apenas para ouvir a voz irritante e broxar na hora.

Que desgraça estava acontecendo com ele...

[...]

Na manhã seguinte, Erwin entrou no estúdio cedo, tomou café no refeitório e deu uma olhada nos scripts. Ainda pensava em ontem, quando se excitou com o novato. Enquanto pensava nele, Levi acabou aparecendo, ambos sozinhos no refeitório, um baita silêncio. Ele estava sério como sempre, como quem não quisesse estar ali. Era diferente do garoto nos vídeos, definitivamente preferia sua cara quando sentia prazer mas não poderia julgá-lo naquelas condições.

Levi pegou uma fruta e um chá, sentando numa mesa ao lado de Erwin, sem notar sua presença.

Erwin pediu um café e alguns biscoitos, junto com torradas. Quando sentou ao lado de Levi, o mesmo percebeu a aproximação e suspirou. Olhá-lo depois do evento anterior era estranho, por mais que fosse frequente ver vídeos de pessoas e depois encará-las normalmente no dia seguinte.

Era assim com todo mundo.

Exceto com Levi.

Suas bochechas ficaram rubras, Erwin desviou o olhar e para disfarçar, deu uma golada no café.

Só havia esquecido que ele estava extremamente quente.

O susto de ter queimado a língua fez Levi sorrir, ainda sem encará-lo. Ele grunhiu alguma coisa, reclamando do café quente.

— Porra. — Reclamou, com a língua de fora, queimando como o inferno.

— Você é um desastre. — Comentou Levi, mordendo a maçã. Finalmente estava olhando para Erwin de novo agora. O loiro apenas suspirou cansado, balançando a cabeça.

— Não dá para mentir.

— Chegou cedo hoje. — Comentou o mais novo dos dois, por fim bebendo seu chá.

— Não dormi direito essa noite. — Confessou, levando um biscoito a boca. Nem imaginava que era por causa dele. E que se não fosse o broxante do seu amigo, provavelmente teria batido uma para o rapaz, de tão gostoso que ele estava.

Levi lançou um olhar um tanto duvidoso e estendeu a mão para pegar um dos biscoitos e levar a própria boca. Erwin apenas o acompanhou com os olhos, engolindo em seco, mas não disse nada. Brigaria com qualquer outra pessoa, mas não soube definir sua reação. Estaria se tornando fraco por causa daquele rapaz? Aquilo era um problema. 

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