Sete.

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Aos poucos, Levi foi se soltando. A bebida tinha uma forte culpa disso. Ele não bebida muito, ficava tonto com facilidade, e aquele era o terceiro copo da noite. Sorte a sua que Isabel e Farlan estavam sempre ali, mas poucas horas depois avistou os dois aos beijos em um canto qualquer do pátio da mansão. Ele revirou os olhos, jogou a taça que segurava no lixo e buscou o banheiro mais próximo. Naquele momento, havia perdido a conta dos copos que virou sem piedade. Estava tonto o suficiente para precisar no mínimo vomitar e tomar água o resto da noite.

O banheiro estava vazio, exceto pelo casal que saiu de mãos dadas depois de transar em uma das cabines. Levi meio tonto, apoiou as mãos na bancada, olhando seu reflexo no espelho. O cabelo estava bagunçado, quase de pé e seus olhos manchados pelo lápis de olho de má qualidade que Isabel havia insistido em usar nele. Sentia-se nada atraente e tinha certeza que eu aparência pioraria após um dia de ressaca. O rapaz precisou jogar uma água no rosto para tentar aliviar a tontura, mas sabia que só resolveria seu problema se vomitasse. O problema era que não saía nada.

Logo em seguida, um barulho veio da porta e Levi só queria que não fosse um casal prestes a foder ali, mas o que viu acabou se surpreendendo. Talvez se fosse um casal com hormônios à flor da pele, lhe teria causado menos ansiedade.

Era Erwin Smith ali.

Ele suspirou pesado, desviando o olhar e apertou o botão do lavatório, jogando uma água no rosto. A água devido a má qualidade do lápis acabou por manchar ainda mais o lápis de olho, causando pequenos borrões em suas pálpebras e olheiras. Erwin fingiu que não achou aquilo talvez a coisa mais atraente que já vira no último mês. Levi estava uma bagunça.

— Você está bem? — Erwin perguntou, se aproximando em curtos passos.

— Estava me observando? – Perguntou, tirando alguns papéis para limpar o rosto. Erwin torceu os lábios com a pergunta. — Então já deve saber a resposta. — Mal esperou que ele respondesse.

— Era só não aceitar a bebida, sabia?

— Jura?! — Perguntou, irônico.

— Bom, eu tenho alguns remédios de ressaca no carro, talvez ajud-

— Posso te fazer uma pergunta? — Levi perguntou, amassando os papéis e depois os descartando.

— Porque você é tão gentil assim? – Erwin fez uma careta. Na verdade, nem ele sabia a resposta. E parecia que já tinha ouvido aquilo antes, embora Levi nunca tenha perguntado algo parecido antes.

Se estivesse sóbrio, teria certeza de que aquilo poderia ser um dejavú.

— Não gosta de gentileza? — Ele perguntou, sem ainda responder de fato.

— Levando em consideração que eu levo pau todo dia sem o mínimo de gentileza, a resposta é não.

Aquilo fez Erwin erguer suas sobrancelhas. Não esperava aquele tipo de resposta.

— Bom, eu apenas te ofereci alguns remédios. Mas se você prefere pau, é só dizer. — Levi olhou incrédulo, tirando um liptint da calça. Ele havia sido ousado na resposta mas também não esperava algo do mesmo nível de Erwin.

— Pensei que fosse hétero. Ou bi.

— Eu sou. — Naquele exato momento, Levi riu, terminando de contornar a boca. Pela tontura, acabou por borrar um pouquinho o canto dos lábios, o que o fez xingar em voz alta.

— Bi?

— Hétero. Mas....

— Mas...?. — A entonação foi claramente de quem estava sendo sarcástico. Levi apoiou as costas na bancada e cruzou os braços, olhando para ele. — Tem curiosidade?

Erwin piscou algumas vezes, suspirando. Tinha. Tinha muita, mas não era algo que poderia admitir facilmente.

— Talvez você seja bissexual. Já ficou com algum cara para ter certeza? — Erwin negou com a cabeça. Perguntas invasivas demais o faziam ficar vulnerável. Levi quase sorriu, mas torceu os lábios. Erwin era um cara bonito, gentil, e deixava ele um pouco desnorteado. Mas estava sob efeito de álcool e queria ter a desculpa de fazer merda e colocar a culpa na bebida.

— Bom, se você quiser tentar agora....

— Não. — Erwin respondeu quase de imediato. Levi se arrependeu de ter se oferecido como uma cadela no cio, não gostava de ser rejeitado e aquilo o decepcionou. Então só suspirou, visivelmente ofendido e respondeu um "ok", se virando e caminhando para fora do banheiro.

Erwin era impulsivo, é claro. Estava escrito na sua testa que queria experimentar, tanto é que ficou a procura de Levi a merda da festa inteira. Ele simplesmente fez uma careta e sem pensar duas vezes, deu alguns passos para próximo de Levi, que caminhava em direção a saída. Agarrou em um dos braços, impedindo que ele abrisse a porta e escapasse de talvez sua única chance. Ele virou o tronco do rapaz, fez com que ele encostasse na porta, seu corpo batendo contra a madeira em um estrondo alto e o beijou finalmente. Levi parecia saber que isso aconteceria, porque no mesmo minuto que ele o virou, já estava enroscado no pescoço do loiro e escalando o corpo dele como se fosse um animal, uma presa cometendo suicídio.

O encaixe do beijo foi perfeito, nem em seus sonhos mais molhados poderia ser melhor. Levi quase gemeu, buscando mais dele. Os lábios eram macios, o hálito refrescante, embora fosse uma mescla de álcool e chiclete de hortelã. Fazia tempo que não beijava com tanta vontade, beirando a uma necessidade. Isso lembrava que algumas cenas de sexo que fazia no estúdio, o beijo não era permitido, exceto algumas cenas onde aquilo estava no roteiro. Mas era sempre péssimo, artificial, muito diferente daquilo. Era ardente, sua pele queimava, parecia que seu corpo estava entrando em combustão e rapidamente ficou duro apenas com a língua molhada dele mesclando na sua. Era até exagero dizer que um beijo poderia provocar tanta coisa. Erwin estava acostumado com fodas casuais, ficadas sem propósito, fazia tempo que não reconhecia o verdadeiro sentimento de desejar alguém

E estava adorando.

As mãos de Levi corriam pelos cabelos loiros. Ele o beijava na ponta dos pés, até Erwin pegá-lo e rodear as pernas no corpo alto e largo a sua frente, a fim que o beijo ficasse mais confortável. Quando respirar tornou-se impossível, ambos afastaram os rostos para se olhar, a respiração falha, inspirando ar como podiam. Os lábios vermelhos pelo atrito, o olhar embriagado. Erwin teve certeza que gostava daquilo. Tanto é que voltou a beijá-lo com ainda mais vontade, segurando no corpo pequeno e magro, com tanta facilidade que poderia manuseá-lo em todas as posições possíveis apenas com uma mão.

Parecia até que nada poderia pará-los quando um barulho alto veio de fora. Sorte que os reflexos de Erwin eram bons, porque alguém tocou na maçaneta e tentou abrir a porta, mas a mão do loiro agilmente segurou do lado de dentro, travando a passagem. Levi desfez o beijo, assustado, a expressão de Erwin era a mesma, tonto pelo beijo. O loiro não disse nada, apenas buscou a boca do rapaz novamente, segurando a maçaneta com uma mão e o corpo dele em outra. Mas alguém do outro lado começou a surrar a porta e berrar para que pudesse entrar, e aquilo acabou despertando Levi. Ele se desprendeu do corpo, respirando ainda com dificuldade.

— Eu posso lidar com isso. — Erwin pediu baixinho, não querendo interromper o que estava acontecendo. Estava disposto a expulsar quem quer que estivesse querendo usar o banheiro. Mas Levi balançou a cabeça negativamente, desfazendo os corpos juntos. Erwin era expressivo em suas sobrancelhas, e seu rosto inteiro pedia silenciosamente "Por favor, fique." No entanto, embora Levi quisesse igualmente continuar, ele tomou a maçaneta das mãos do loiro e abriu a porta, enfiando-se no meio das pessoas que estavam eufóricas para entrar no toalete. Erwin avistou o moreno se afastar, ainda meio embriagado, chocado. A sensação foi tão boa que se quer conseguiu raciocinar.

Ele precisava sentir aquilo novamente. 

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⏰ Última atualização: Aug 21, 2023 ⏰

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