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Izuna passou os dedos entre os longos fios de seu cabelo e os jogou por cima de seu ombro. Em suas mãos, estava um pequeno bloco de notas, onde anotava informações importantes que encontrava em seu caminho.

Após sua estressante manhã, estava tentando acalmar os nervos enquanto fazia sua ronda diária pelas estradas do distrito Uchiha. Infelizmente, a calma parecia lhe evitar naquele dia em específico.

Por onde andava, a cor vermelha podia ser vista; nas casas, nas estradas, até mesmo no próprio símbolo de seu clã. Izuna já estava tomando um certo desgosto pela coloração, pois ela lhe recordava de um certo Senju de olhos escarlate.

E que, irritantemente, estava usando uma ridícula e - certamente - nada atraente coroa de flores vermelhas.

Izuna odiava a atual situação profundamente. Não apenas por ter seu antigo inimigo em sua própria casa, mas também, pelas rápidas mudanças que a presença dele trouxe.

Não conseguia entender como Madara e grande parte de seu clã acreditavam em superstições tão absurdas e sem nenhum nexo; eles achavam mesmo que Tobirama podia os salvar apenas por ter olhos vermelhos? Era ridículo.

Ainda assim, tanto Madara quanto Indra afirmavam com total convicção que os mitos eram verdadeiros. Izuna não conseguia entender.

Mas o que mais lhe incomodava naquela situação toda era a súbita mudança que a presença do Senju trouxe. Pelo pouco que pôde ver em suas rondas, muitos dos Uchihas aparentavam estar mais felizes e confiantes; e Madara, já não estava mais tão estressado.

Tudo aquilo lhe causava um sentimento agridoce. Pois por mais que estivesse feliz por ver seu clã em tão bom estado, ficava ao mesmo tempo desanimado e preocupado, pois sabia que não havia a mínima chance de Tobirama os salvar.

– Boa tarde, Izuna. – Hikaku, seu melhor amigo, cumprimentou.

Izuna se aproximou do outro Uchiha e se sentou ao lado dele no banco em que estava.

– Só tarde mesmo. – Respondeu seco. Não se preocupou em fingir felicidade, seu amigo já estava mais do que acostumado com seu mau humor.

– Okay... – O Uchiha de cabelos castanhos se endireitou no banco ao ouvir sua resposta. – O que foi dessa vez?

Izuna soltou um longo e dramático suspiro antes de jogar suas costas no encosto do banco.

– Bom, para começar, aquele maldito Senju está na minha casa...

Os olhos de Hikaku brilharam um pouco.

– O descendente chegou!? – Perguntou animado.

Izuna revirou os olhos. Por que ele era a única pessoa com lógica naquele lugar?

– Sim, mas dane-se, isso não é importante. – O outro Uchiha riu baixo. – A questão é que ele quase me viu sem roupa!

Hikaku o olhou com desconfiança pura no olhar.

– Eu pensei que você não gostava dele...

– E não gosto! Não pense besteiras, foi um acidente! – Izuna sentiu suas bochechas esquentarem um pouco. – O shampoo tinha acabado, então eu fui tirar satisfações com o Madara...

Não precisou de muita explicação para que Hikaku entendesse a situação.

– Bom, você meio que tem um péssimo hábito de andar em condições indecentes... – O Uchiha de cabelos castanhos tentou justificar.

Izuna pegou o bloco de notas e o bateu sem muita força na cabeça do amigo.

– A casa é minha! Eu devia ter o direto de andar pelado quando eu quiser!

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