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Os dias foram se passando em uma lentidão tediosa e quase insuportável. Um mês. Fazia um mês que eu estava em Wernigerode, um mês que o baile em comemoração ao aniversário de Joohyun havia acontecido e um mês que eu tentava ignorar a existência de sua tia, Thyri, a cúmplice do assassinato de Hwa Young.

Após o baile, eu tive que responder muitas perguntas para minhas irmãs que me sufocaram com sua superproteção, como se elas fossem as irmãs mais velhas e não o contrário. Contei a elas exatamente como conheci Joohyun e sobre sua tia adotiva. Joy quer matar Thyri e hipnotizar Joohyun para saber o que ela sabe. Yerim não concorda em hipnotizar Joohyun, mas concorda em matar sua tia. Tive que ser firme com ambas para me levarem a sério e entenderem que esse é um assunto que eu devo resolver sozinha. Eu ainda não faço a menor ideia de como resolver toda essa bagunça, mas estou fingindo que sei o que estou fazendo. É óbvio que matar Thyri me faria extremamente feliz e realizada. Tantas noites em que sonhei torturar aquela mulher e arrancar seu coração com minhas próprias mãos... Afastar os pensamentos vingativos que minha mente tanto fantasiou por séculos é muito difícil.

No começo, achei que eu realmente conseguiria ignorar o fato de Thyri estar aqui e que eu iria ter sucesso em meu esforço em não mata-la, mas o ódio e a vingança me corroem por dentro. Tão forte que mesmo que eu ficasse sozinha com Thyri, ainda que estivéssemos em público, não sei se eu conseguiria me controlar. Com toda certeza eu a mataria. Sem exitar. Em um piscar de olhos arrancaria seu coração sem piedade. Mas, ao ver o amor e carinho que Joohyun sentia por aquele demônio... Eu estava tentando não sucumbir ao meu ódio. Imaginar que eu faria Joohyun sofrer, fazia meu peito doer. E isso era algo que eu estava desacostumada. E por isso, por saber que eu não poderia matar Thyri sem magoar Joohyun, eu me afastei dela. Sem mais, nem menos. Fui uma completa canalha e simplesmente sumi do mapa.

Reconheço que não foi meu gesto mais cortez.

Eu ansiava por vê-la, tocar sua pele, ouvir sua voz... Contudo, eu me contentava em lhe admirar de longe.

Apesar de toda essa bagunça, ainda tenho mais coisas a resolver, como por exemplo, saber quanto tempo meu pai vai levar para achar minhas irmãs e eu.  E isso sim é mais importante do que me deixar levar pelas minhas emoções.

Um barulho me tira de meus devaneios. O cheiro familiar invade minhas narinas e eu me viro, ficando de frente para a entrada da floresta, um lugar que eu evitava com todas as minhas forças. A floresta tinha uma magia poderosa. Magia e vampiros não se dão bem, ainda que nós, originais, tenhamos sido criados através de magia, a natureza não nos aceitava.

O universo não gosta daquilo que não pode controlar.

Logo um rosto familiar aparece em minha frente.

O rosto angelical e duro me fita. Ela caminha até mim e leva meio segundo para ficar frente a frente comigo. Usando um vestido branco com detalhes florais em vermelho por sua saia, a manga suja com respingos de sangue, a mulher de estatura baixa e cheiro de jasmim dá um sorriso de canto. A maquiagem leve dos olhos, na cor marrom destaca seus olhos.

“Já faz bastante tempo, Seulgi” me cumprimenta cordialmente.

Eu sorrio e balanço a cabeça positivamente.

“Olá, Yuqi” eu a saúdo. “Obrigada por conseguir tirar um tempo para me ver.”

Ela me lança um olhar cortante.

“Como se você tivesse me dado alguma escolha.” resmunga Yuqi.

“Por favor, não me diga que ainda fica remoendo o passado” digo calmamente, testando até onde seu temperamento aguentaria um pouco de pressão de uma original.

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⏰ Última atualização: Nov 08, 2022 ⏰

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Otherwise | Seulrene EM HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora