Capítulo 2

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Um misto de sentimento rolava naquele olhar, saudade era o que reinava ali. Era como se eles tivessem voltado a sua adolescência, revivendo os sentimentos mais profundos que eles tinham um pelo outro.

— Nee-san! Está me ouvindo? Aoi-nee-san?

— Pare de gritar, Momoi-chan, eu estou ouvindo!

Afirmou a mulher quebrando aquele contato visual com o homem. Ukai desviou virando-se para a frente e vendo que seus jogadores estavam parados admirando a mulher. E de fato o treinador não podia negar, a beleza de Aoi havia evoluído mais do que o esperado. "Você está tão bela, Aoi-chan.!" - Pensou Ukai antes de brigar com os meninos.

— O que estão fazendo parados? O campeonato estar logo aí, andem, vão treinar!

Ordenou o loiro colocando a mão na cintura e fazendo cara feia para os meninos. Ainda tímida e surpresa, Aoi se aproximou de Ukai. "É exatamente como aquela época, não é, Keishin-kun?" - os pensamentos de Aoi a fizeram sorrir como de costume e quando estava finalmente próxima a Ukai, pôs os braços para trás e fez uma pose um tanto "infantil", arrancando assim um riso mínimo do homem.

— O que?

Indagou sem entender o porquê o loiro tinha dado aquele riso e foi quando novamente eles se perderam no olhar do outro.

— Você cresceu, mas continua do mesmo jeito.

A frase foi confusa e isso ficou estampado na cara de Aoi, que fez uma expressão engraçada mostrando não ter entendido a frase do homem. Mesmo que tivessem ficado longe por 10 anos, Ukai ainda assim saberia todas aa manias da mulher.

— Como estar o treinador Ukai?

— Meu avô está bem teimoso como sempre, talvez até mais pela idade. – respondeu tanto um suspiro um pouco longo, mostrando sua frustração. – Você continuou a jogar vôlei depois que partiu?

Aoi desviou seu olhar para os garotos, em especial os dois levantadores que ajudava os outros no treino, e lembrou das inúmeras vezes que ajudou Keishin a treinar após os treinos rigorosos do avô dele. Desejou por várias vezes jogar vôlei, mas sabia que não tinha o talento necessário para isso, mas Ukai sempre a incentivou, mesmo que a garota fosse um desastre na quadra.

Um mínimo sorriso surgiu em seus lábios ao ver o garoto dr cabelo acinzentado levantar a bola para que um garoto moreno que tinha o cabelo preso, que a lembrava um samurai, cortasse a bola de forma impressionante.

— Não.

Foi o que respondeu de forma simplista para o homem. Ukai entendia o desejo que a garota tinha em jogar, e sabia que ela poderia ter tido a melhor das oportunidades na universidade em que fora estudar, mas também entendia os sentimentos dela e lembrava de todas as vezes que a garota dissera que mesmo gostando de vôlei, não tentaria jogar se não fosse com seus colegas.

— Entendo.

Um diálogo que para as duas garotas que estava do lado não entendia, mas para aqueles dois, passava muito entendimento e sentimento. O segredo estava no tom de voz, na forma dita. Aoi usou um tom, não de frustração, mas de tristeza e aceitação. Já Ukai, transmitia através da sua fala um sentimento de compreensão e conforto. Uma simples resposta, que transmitia mais de um sentimento.

O barulho do tênis arrastando no chão da quadra, ainda era agonizante para Aoi, ela se sentia a pessoa mais anormal naquela quadra, ninguém parecia demonstrar ter aquele mesmo incômodo que ela.

— Hinata, seu imbecil!

O jogo foi parado e uma briga foi iniciada. Aoi observava o pequeno garoto de cabelo laranja batendo boca com o levantador de seu time, ele era mais alto e tinha um tom meio que preto nos cabelos.

Sempre nós! - Ukai Keishin Onde histórias criam vida. Descubra agora