Capítulo 4

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Aoi desejava arrancar sua cabeça fora. A dor que sentia por ter bebido demais, era terrível. Estava totalmente arrependida de ter bebido além da conta. Sempre soube que não era forte o suficiente para tomar mais do que uma latinha de bebida, mas sempre teimava e tomava além da conta. E como consequência, não lembrava de nada da noite passada, apenas que havia saído com Keishin.

Caminhou lentamente até a cozinha, onde viu sua irmã almoçando e seu pai em pé lavando a louça, nem precisou dizer nada, mas seu pai já sabia que ela havia acordado.

- O remédio fica no armário a direita. - falou sem encará-la. - Que vergonha!

- Parece que o encontro com o treinador Ukai foi um tanto que bom.

- Momoi, calada. - o pai mandou meio bravo. - E você, vai tomar outro banho e vem comer alguma coisa.

Aoi nem questionou a ordem de seu pai e correu, ou melhor, se rastejou para o banheiro. Se despiu com grande preguiça e entrou no box, relutou em molhar o cabelo, mas não havia saída, a dor de cabeça estava forte e só aquilo ajudaria a relaxar mais. Ficou por quase 5 minutos interruptos debaixo d'água e de olhos fechados. Naqueles minutos, tentou lembrar com grande dificuldade o que tanto havia dito para Keishin, ou como havia chegado em casa. Mas desistiu quando viu que não obteria resposta daquela forma.

Saiu do banho enrolada na toalha e foi direto para seu quarto, procurou uma roupa confortável para ficar e optou por uma calça moletom e uma blusa regata, secou o cabelo dando uma leve escova e quando terminou, retornou para a cozinha.

- Vejo que agora estar mais decente.

- Onde está a Momoi?

- No quarto, foi fazer a lição. - informou pousando uma tigela com um pouco de sopa. - Você chegou muito tarde ontem. Fiquei preocupado.

- Achei que Momoi havia retornado cedo.

- Ela retornou, e ficou por aqui conversando com um amigo, os dois ficaram bastante tempo na sala conversando.

Aoi deu uma risadinha pela inteligência da irmã, mas logo o pai lhe chamou a atenção preocupado.

- Quem é ele?

- Ah ele, é um jogador de vôlei do Karasuno.

- E qual o nome dele?

Aoi riu da curiosidade do pai, e não deixou de questionar em sua mente o porque do homem não ter perguntado a própria irmã, já que esteve por um longo tempo com ela na cozinha.

- Deveria ter perguntado a Momoi, afinal ela quem vai namorar com ele.

Aoi falou e rapidamente encarou o rosto do pai, que se encontrava de queixo caído e olhos bem abertos, a mulher não segurou a risada ao ver aquela expressão.

‐ E como foi seu encontro com o treinador Ukai? Você voltou bem bêbada pra casa.

Momoi falou sentando-se ao lado da irmã e despertando seu pai do mini transe dele, chamando toda atenção pra a mais velha.

- Isso! – homem falou batendo a mão na mesa e logo em seguida apontando pra a filha. – O que você e Ukai estavam fazendo até tarde, em mocinha?

- Estávamos bebendo, pai. Não aconteceu nada. Pelo menos que eu lembre.

A mulher sussurrou a última, deixando sua fala inaudível para seu pai. Momoi deu um risinho baixo vendo o pai tentando decifrar o que a mais velha havia dito, porém foi pega de surpresa quando o homem tirou o assunto de Aoi e levou para a mais nova.

- Momoi, não pense que você escapou. - disse o homem apontando pra ela. - Quem era o garoto de ontem?

- Ah ninguém. - falou quase gaguejando. - Pensei que a neesan havia feito algo de errado com o treinador Ukai.

- Pirralha, toma conta dos seus problemas com garotos.

Nesse momento, a campainha tocou e Momoi correu pra atender ignorando as falas do seu pai e da sua irmã. Aoi riu baixando ao cabeça e tomando a sopa que o pai havia feito para ela. Momoi não passou 2 minutos na porta e já retornou para a sala.

- É pra você, Neesan.

Falou a garota com um sorriso sapeca e sentando-se no sofá e vendo o que iria acontecer em seguida. Aoi virou-se encarando o loiro que havia acabado de atravessar a porta da sala. Deu um minimo sorriso vendo-o ali, porém seu pai foi mais rigido.

- Você!

O homem apontou para o loiro bravo e começou a caminhar em sua direção, Aoi levantou-se devagar e seguiu o pai, observando cada ação que o homem tomava. Ukai engoliu em seco quando o mais velho se aproximou dele o suficiente para ele correr de medo.

- Pai, não seja dramático, até parece que eu nunca bebi desse jeito. Keishin-kun não tem culpa disso.

- Você! - o homem apontou pra filha e virou as costas indo embora. - Duas filhas rebeldes, o que fiz pra merecer?

Aoi deu um riso do drama que o pai estava fazendo e virou-se para Keishin, curiosa para saber o que o levou até sua casa depois de uma noite de bebedeira. Mas antes que o loiro dissesse o que queria, Aoi fez um sinal para a irmã sair da sala e mesmo não querendo, a mais nova obedeceu. Keishin deu um mini riso vendo a mais nova bufar em protesto ao passar pelos dois.

- O que faz aqui?

- Queria ter certeza de que estar bem. Você bebeu um pouco mais do que aguentava.

- Eu estou bem, apenas com dor de cabeça.

- Que bom, fico feliz. - o homem fez uma pausa tímida e a encarou fixamente. - Você quer passar hoje no treino dos meninos? Queria ajuda pra um passe de vôlei e ninguém melhor que você pra fazê-lo.

- Keishin eu não sei, afinal tem anos que não jogo vôlei.

- Eu não acredito que você tenha de fato parado de jogar vôlei, nem que seja só, você seguiu jogando, eu te conheço.

A mulher deu uma risadinha concordando com o homem, de fato ele a conhecia bem a ponto de saber algo assim nem mesmo vê-la por anos. Aoi balançou a cabeça concordando com o homem.

- Está bem. Posso te ajudar, mas não te garanto que serei uma boa ajudante hoje.

Após falar isso, o homem levantou a mão esquerda, que até esse momento não tinha o movido para nada e entregou uma sacola com comida pra ela. Aoi segurou a sacola e pelo cheiro que saia dela soube o que era, encarou o homem surpresa e ele apenas abaixou o olhar com vergonha.

- Você... Você comprou uma sopa pra mim?

- Desculpa, não sei se você já comeu, e eu queria te convidar a ir comer, mas meu avô me chamou, então eu decidi trazer pra você.

- Obrigada Kei-kun. - a mulher sorriu sem jeito, mas feliz. - De fato a única coisa que mudou em você foi seu cabelo, seu jeitinho de ser não. Que sorte a minha.

A mulher disse feliz, pensando em todas as vezes que o homem quando criança trazia coisas pra ela ou ajudava com alguma coisa. Keishin ficou sem jeito com o comentário da mulher, mas ainda assim estava quase explodindo de felicidade.

- Eu te vejo no treino, não deixe de ir. - disse ele indicando que já iria sair. -  Ah e tem mais uma coisa, Aoi-chan, temos um time de vôlei da nossa comunidade mesmo, se um dia quiser ir e voltar a jogar, ficaria bem feliz.

- Claro, quem sabe um dia. - disse acompanhando o homem até a porta. - Te vejo no treino.

Ambos se despediram com um sorriso enorme em seu rosto e Aoi mal fechou a porta a sua frente e sua irmã já surgiu lhe fazendo inúmeras perguntas. A mulher apenas tem uma breve resposta a sua irmã e foi para a cozinha, onde se acomodou e tomou a sopa com um sorriso enorme em seu rosto.

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⏰ Última atualização: Jul 07 ⏰

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