palavras certas

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O Bragança entra na boate e seu olhar imediatamente vai para ela. Estava tocando a mesma música de quando ele puxou ela pela mão e a levou pra jantar. Parece um bom sinal o fato de que ela se lembra dessa música. A Santana o nota ali e para de girar na barra.

— Guilherme! O que você está fazendo por aqui? O Roni tá por aí. — ela pergunta preocupada. Mesmo com o que tinha acontecido na noite anterior, ela ainda se preocupava com o bem estar dele, mesmo que ele não merecesse.

— Eu não tenho medo dele. — isso era verdade, mas a voz do médico saiu trêmula, não por Roni, e sim por conta de estar ali, na frente dela. Ele errou tanto com ela na noite passada, e sabia disso. Como também sabia que tinha um sentimento mal resolvido por ela. E seria melhor falar sobre isso agora do que viver amargurado caso ela seja a escolhida. — Eu vim aqui te pedir desculpas pela noite passada. Eu… — a morena se vira e volta a girar na barra, deixando o cirurgião meio desnorteado. — fui um idiota com você. — a Santana para quando ouve essas palavras saírem da boca do Bragança. Flávia não esperaria que ele admitisse qualquer erro da parte dele. Ele fica meio intimidado pelo olhar intenso dela. 

— Continua, doutor. — ela pede. Na realidade, a morena estava meio desacreditada que ele estivesse ali na frente dela pedindo desculpas. Isso faz a dançarina sair do palco e ficar frente a frente com o cirurgião. 

Guilherme sente o olhar de Flávia nele, esperando respostas. Ele queria poder dar a resposta certa pra ela, mas ele não sabia qual seria. Na realidade, ele nem sabia se merecia o amor que Flávia sentia por ele. O médico respira fundo, procurando as palavras certas. 

— Meu coração bateu mais rápido ontem, — o Bragança faz uma pausa e analisa a expressão da dançarina. — quando nos beijamos e conversamos. — o brilho no olhar da Santana diz que Guilherme estava no caminho certo. Gui respira fundo mais uma vez. Ele não imaginava que seria tão difícil assim. — Eu não posso simplesmente te prometer que vou esquecer a Rose do dia pra noite, mas posso te prometer que eu quero esquecer ela. Nós podemos ter pouco tempo, e por algum motivo eu acho que estando ao seu lado as coisas vão ficar bem mais fáceis. — a morena sorri de forma sarcástica para o cirurgião. 

— Você tá me pedindo em namoro, doutor? — o ar some quando ela faz essa pergunta. Ele estava? Estava, né? 

— Eu… se você quiser… — Flávia ri do jeito que Guilherme se embaralha com as palavras. 

— O doutor tá muito nervoso. — a dançarina se aproxima dele perigosamente e coloca sua mão sobre o peito do médico. O sorriso no rosto de Flávia é a mistura perfeita entre provocante e doce. Incrível como só ela era capaz de causar esse efeito em Gui. A mais baixa fica na ponta dos pés para se aproximar do rosto do Bragança. — É melhor se acalmar, Guilherme. — o jeito com que ela fala o nome dele é a gota d'água. 

O cirurgião a pega pela cintura a trazendo para mais perto de si. Ele é quem toma a iniciativa do beijo. Já era hora das coisas começarem a mudar no relacionamento dos dois. 

Eles só se separam por falta de ar. Gui deixa longos selinhos nos lábios de Flávia, não querendo de jeito nenhum ficar totalmente separado dela. Ele não poderia mais se afastar da doçura da boca dela. 

— Acho que agora estou mais calmo. — o moreno entra na brincadeira da dançarina, que sorri boba. Ela deveria se fazer de difícil, mas quando Guilherme a beijava desse jeito, sorria para ela desse jeito e segurava a cintura dela desse jeito, ela sabia que havia pouquíssimos limites que ela não cruzaria por ele. 

— Isso significa que estamos namorando? — ela pergunta com um pequeno sorriso. O médico deixa mais um selinho nos lábios dela antes de responder.

— Significa que estamos nos conhecendo e em dois meses estaremos namorando. Outros dois meses depois eu te peço em casamento. Então estaria faltando cinco meses para o prazo da morte. Poderíamos nos casar um mês após eu pedir sua mão e passar o resto desse tempo nas praias do Caribe. — a Santana ri. Guilherme realmente não dava ponto sem nó. Era incrível como ele sempre tinha que estar no controle. 

— Acho melhor deixarmos rolar, doutor. — ela diz com pequeno sorriso. O moreno assente. Ele teria que deixar velhos hábitos para trás se quisesse que desse certo com Flávia. Mas tudo bem. Ele já tinha aprendido que com Flávia, perder o controle sempre era bom. 

VIRAHA┃qmvm one-shotsOnde histórias criam vida. Descubra agora