Eu corri ao outro cômodo para ver como estava o Kadri. Passei por três licans desmaiados e o vi no piso, desmaiado e com o braço fora do lugar.
— Kadri! Acorda. – O sacudi com cuidado cuidando do braço. Corri até a cozinha buscando por ervas frescas, encontrei um punhado de anis sobre o balcão.
Erikar e Nick foram para fora ajudar os demais na batalha contra os Elders. Eu pronto me juntaria, mas preciso restaurar a saúde do Kadri.
Coloquei o punhado de anis no chão, entre Kadri e eu. Abri o círculo de proteção azulado para evitar quaisquer más energias. Espalhei por todo o corpo e coloquei uma concentração no braço.
— Sana; et restituet; sana; et restituet... – E repeti várias vezes até que seu braço voltou ao normal e ele recobrou a consciência.
— Flora. – Ele disse com a voz trêmula e os olhos a tentar focalizar. E eu o abracei, sentindo seu perfume natural, e ele tossiu sorrindo, pela intensidade. – Obrigado.
Eu apenas sorri corada, seus traços começaram a ficar mais vivos, seu rosto desenhado, seus lábios finos e seus olhos brilhantes.
— Vou lá fora. – Me levantei rapidamente. – Você fica aqui e se recupera.
Olhei pela janela e todos continuam em pé, cercando os três magos. Me animei a fazer parte do cerco, e quando eu estava a alcançar a porta lembrei dos três licans desmaiados. Para prevenir, fiz minhas rosas se multiplicarem e fazerem um círculo para impedi-los de agir.
Logo alcancei a porta, próximo a ela tem detritos de partes humanas arrebentadas. Ignorei todas as coisas que vi até o momento para não cair emocionalmente e atravessei.
La fora sobre o luar quase cheio estava meu pai Jaime dominando a energia que já tinha me deixado, parece estar cansado. Ao seu lado o Gaspar visivelmente esgotado, e eu me pergunto onde está o restante da ordem, porque não estão aqui? Erikar estava com seus dentes pontiagudos muito atento a tudo para não perder a batalha e lutando ao lado de Júlio, a figura que eu quero conhecer mais de perto. Afinal, ele lutou ao lado de meu antepassado romano. Máiréad e Nick completavam o cerco, ela é nutrida pelas fases da lua, e como está quase cheia, seus poderes estão ao máximo, e Nick com seu elemental. Não consigo entender porque ainda não finalizaram essa batalha.
Quando sentiram minha presença, Baldric me avistou, e lançou sua chama azul, esta atingiu meus pés e me fez gritar de dor.
— Aqua! – Disse meu pai, fazendo a chama secar e molhando meus pés. – Tenha cuidado Flora.
Os elders deram as mãos e estavam soltando gritos de guerras, e uma lâmina transparente passava pelos seus corpos e parecia os fortalecer. Com movimentos rítmicos eles foram desfazendo o cerco, a língua parecia enoquiano. No final do processo, Jynxon ficou de frente com Nick e Máiréad, o Ray com papai e o Gaspar. E o Baldric comigo, com o Erikar e com o Júlio.
Jynxon desenvolveu uma aura branca por todo o corpo que se concentrou numa espécie de auréola no alto da cabeça. Cruzou os braços na frente do seu tórax e elevou a cabeça. E exalou uma energia fria.
— Et Metatron! – Seus olhos ficaram totalmente brancos.
Sua forma imponha uma presença muito poderosa, um magnetismo pessoal mais poderoso que do próprio Erikar, que aliás sentia as consequências da conjuração daquela energia, ele e o Júlio.
Nick Cheveron fez o círculo com seu pé esquerdo e uma luz brilhou ao seu redor. Pela luminosidade, uma sombra foi feita desenhando seu pequeno Verdulet. Se parecia muito a um homenzinho de uns vinte centímetros, com um chapéu tipo gorro.
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Flora - O Despertar
Mystère / ThrillerImaginei todas as roseiras que eu plantei, de forma tão vivida, que eu podia sentir o cheiro de todas elas entrando por minhas narinas. Ergui a mão esquerda o mais alto que pude. Um vento vindo de todas as direções se concentrou ao redor do meu círc...