Capítulo 4 - Funeral

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Quando ouvi que meu telefone começou a tocar incontrolavelmente minhas pernas bambearam por segundos, minhas mãos tremiam e não conseguia atender aquela droga. Me concentrei em outra coisa, e lentamente atendi aquela ligação. Uma voz grossa e masculina disse:


- Olá. Quem está falando? Aqui é do hospital Universal Center, e tenho uma trágica noticia para você...


Respirei fundo, e gaguejei :


- O q-que houve? Não é nada com minha família né?

- Tessa, sinto lhe informar, mas foi sim com sua família. Eles capotaram o carro na pista, foram desviar de um servo que estava no caminho, e aconteceu... Sua mãe Elisabeth e seu pai Paul estão internados com graves ferimentos, sua irmã sofreu pequenos arranhões e preciso que você venha para cá imediatamente.

- Ok!


Não sabia o que fazer, liguei para Megan em seguida e logo disse o ocorrido! Ela iria me acompanhar até o Hospital, veio com o carro da mãe e não perdeu tempo para chegar no hospital. Eu não estava bem, sentia que meu rosto estava pálido e minhas mãos suavam friamente. Eu estava em desespero...

Caminhei para a recepção o mais breve possível, e perguntei para a recepcionista onde minha família estava:

- Olá, recebi um telefonema e meus pais estão internados aqui. Ela se chama Elisabeth e ele Paul, onde eles estão? - Falei com uma voz triste e com desespero.

- Oi! Eles acabaram de chegar por aqui, o quarto é o 8, no próximo piso.


Corri sobre as escadas, não estava com tempo para elevador. Havia muitos médicos sobre aquele corredor, todos preocupados com alguma coisa. Dava para ver o olhar de cada um quando corriam para lá e para cá. Virei meu rosto para a direita e minha irmã estava sentada no banco que havia na frente do quarto 8. Sem pensar duas vezes corri o mais rápido que pude e me abaixei até a Min, dando-lhe um abraço confortante e lento.

Minha irmã era uma garota doce e amorosa, gostava de animais e de brincar. Tinha olhos claros meio acinzentado, uma pele branca que nem a neve, cabelos pretos sedosos e macios. Meus pais diziam que ela era meu clone, quando criança. Sussurrei para a Min:


- Como você está ? - Fui soltando ela vagarosamente para poder fitar seus olhos chorosos.

- Eu bem, mas estou assustada Té!

- Calma Min, vai ficar tudo bem...


Peguei na mão dela e fui entrando ao quarto onde meus pais estavam, fiquei impressionada com a condição deles e senti que uma lágrima rolava sobre meu rosto. Não gostava de vê-los daquele jeito. Meu pai era do exercito, vivia cada segundo de sua vida intensamente. Minha mãe era professora, e sempre gostava de me ensinar coisas novas. Os dois eram diferentes, mas um completava ao outro.

Caminhei em direção á doutora que estava presente na sala e indaguei:


- Acha que eles vão sobreviver?

- Olá, você deve ser a filha mais velha né? Bom minha querida, estamos fazendo o possível para que tudo ocorra bem.

- Sim, sou a mais velha. Estão fazendo o possível? Mas com certeza a senhora deve ter uma noção, se eles sobrevivem ou não.

- Claro que temos! Olhe você mesma...


A doutora deu de ombros e quando ouvi que ela disse aquilo, meu rosto esquentou de raiva daquela velha. Não poderia perder meus pais! Fiquei sentada na sala de estar, esperando por alguma noticia. Megan tinha levado a Min para casa, pedi pra fazer esse favor! Acho que a Yasmin não iria aguentar ficar mais tempo ali, a coitadinha estava muito abatida.

Peguei em um sono profundo... O mesmo sonho de antes!

Acordei no mesmo clima, ainda estava triste. Tinha lembrado que eu fui atraída para o quarto 8 do hospital, e o hospital era no qual eu estava. Não me sentia bem com aquilo, além do mais meus pais estavam naquele quarto. Retornei para lá e vi mais uma vez eles deitados na maca com condições péssimas.

O som dos batimentos cardíacos dos dois eram bem baixos e lentos, batia meu pé no chão rapidamente e sem ritmo algum, estava completamente nervosa. De repente chega enfermeiros e a doutora que estava falando comigo aquela hora, pediram pra eu sair da sala imediatamente. Não queria sair, e exitei. Era a vida dos meus pais que estava em perigo. Queria ajudar de alguma forma, mas não pude, o segurança veio e me tirou dali em menos de um minuto. Eu estava em prantos, não conseguia achar o ar para respirar e tomar um folego.

Fui para o banheiro levar meu rosto e voltei em seguida para o corredor, e o fluxo do quarto 8 era intenso, não entendia nada o que os enfermeiros estavam dizendo, corri para entrar no quarto e deparei que minha mãe estava coberta com um lençol branco dos pés até a cabeça. Olhei para o painel e vi que os batimentos tinham caído, assim a mesma coisa com meu pai. Não me controlei e fui olhar os dois mais de perto, não podia estar acontecendo aquilo. Entrei em choque e fiquei ali olhando para os dois por um bom tempo, acariciava o rosto de minha mãe e segurava a mão de meu pai.


No dia seguinte...

Hoje é o funeral de meus pais, o momento mais triste de minha vida. Meus cabelos estavam soltos e escorridos sobre mim, usava um vestido preto que ia até o joelho e segurava duas rosas. Minha irmã estava praticamente como eu, sorria para ela mas não espontaneamente.

Amigos, parentes, vizinhos estavam lá. Todos com uma feição de tristeza, vieram falar comigo. Sempre a mesma coisa...


- Sinto muito Tessa, meus pêsames.

- Oi Tessa, você vai ficar bem ok?

- Eles eram uma boa pessoa...

Aquilo se repetiu várias vezes, e o dia chegou ao fim. As rosas que eu estava segurando já estava enterrada com os dois, um agradecimento pelo menos.

Depois daquela cena horrível, chamei Megan para passar o dia lá, não queria estar sozinha, mesmo com a Min presente. Nós fomos embora para a casa, e não via a hora de tomar um banho e recordar momentos junto com meus pais. Megan arrastou o Andrew para minha casa, e eu tive que aceitar. Tirei um pouco o funeral de meu pensamento, pois aquilo me remoía demais.

Estava em baixo do chuveiro, sentindo aquela água cair sobre meu corpo. A água era fria, mas boa para me acalmar. Após uns minutos, eu sai do banho e vesti meu pijama. Desci para a sala onde estava a Min brincando com a Megan e com o Andrew. Me aproximei e sentei perto deles, ouvi o Andrew dizendo:


- Eu sinto muito Tessa, eles vão estar bem em qualquer lugar que estejam e vão se orgulhar de você sempre. 

- Obrigada Andrew, mas é difícil passar por isso...


Subiu um calafrio em meu corpo e tremi no mesmo instante, algo me perseguia, estava próximo de mim ou estava em minha mente. Precisava saber o que era!

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