Capítulo 7 - A festa!

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Megan no volante era como se uma criança de 13 anos estivesse dirigindo, mas tudo bem, chegamos em ordens!
A música da festa alastrava o meu ouvido a cada passo que eu dava para chegar na entrada da casa. Pessoas conversando em um tom alto, outras bebendo e caindo a cada passo que tentava dar, algumas em algum êxtase e pouco se importava com a zona que aquilo se formava. Mas que raios, a festa começou agora! Fui explorando toda a casa, cumprimentando alguns dos meus amigos, vi que Andrew estava lá e não deu tempo de falar um "Oi", Megan já o agarrou e levou o mesmo para longe.
Opa Tessa, acho que estamos sozinha, isso já era de se esperar... Fui até a cozinha pegar um pouco de energético e petiscar algumas comidinhas que encontrava ali em cima da mesa. O céu já estava completamente escuro, com poucas estrelas à brilhar lá em cima e uma nuvem invadindo todo o espaço da lua, ofuscando o brilho que ela fazia. Estava entediada! Peguei meu celular e me distrai ali por uns 5 minutinhos e decidi ir pro segundo andar da casa, mas antes, peguei mais bebida.
A decoração da festa estava incrível, não tinha o que reclamar. A cada degrau que subia podia ficar aliviada pois assim ninguém me viria excluída das rodinhas que formavam lá embaixo. Aquelas garotas eram tão nojentas e mesquinhas, precisavam chamar atenção ao máximo para o ego delas encherem.
Último degrau, suspirei fundo e ajeitei o meu vestido, ou não, coisa que queria ter feito. Um garoto que mais aparentava ser um homem de 1,85 se esbarrou em mim. Ótimo! Festa entediante e litros de vinho em meu vestido.

- Aí meu Deus, me desculpe.
- Está tudo bem, eu só preciso ir limpar.
- Você precisa de ajuda?
- Não, relaxa. -Sorri discretamente querendo matar aquele cretino desajeitado. Eu não tinha reparado quem era, se eu conhecia ou não. O que eu mesmo queria fazer era sair dali, puta merda, ele ainda insistia.
- Por favor, senhorita. Deixe-me ajudar-la.
- Parei de exitar e logo concordei com a cabeça.
Ele me guiou até o banheiro e ligou a luz do mesmo. Naquele segundo pude ver quem era o cara cretino desajeitado, particularmente era o cretino mais lindo que já vi. Cabelo castanhos do mesmo contraste dos olhos, uma pele morena e lábios com traços marcantes, seu maxilar era fundo e estava coberto com sua barba feita. Fiquei paralisada vendo aquela miragem por segundos e ouvi uma voz invadindo o silêncio:
- Está tudo bem? - Ele esboçou um sorriso de canto.
- Me desculpe. - Voltei ao mundo em seguida. Ele gentilmente pegou uma toalha de rosto que havia pendurada e deu uma leve molhada sobre ela com água. Me entregou e voltou a falar, com aquela voz rouca e maravilhosa.
- Prefiro que você limpe, não quero causar mais danos em seu belo vestido. - Fiquei um pouco tímida com aquilo e apenas concordei, passei a toalha onde ele havia derramado o vinho e suspirei dentre os dentes, exclamando um singelo obrigada.
- De nada. Me desculpe, sou muito desastrado. Qual seu nome?
- Tessa! E o seu?
- Peter! - Ele sorriu.

Quem mais tinha esse nome naquela época? Não que seja feio, mas não colocaria em um filho meu, muito menos em um cachorro, ou então, um peixe.

- Nome diferente, hein?
- Pois é! Meus pais tiveram um gosto meio que diferente do comum.
- Eu entendo...

O silêncio voltou a reinar e coloquei a toalha em cima da pia, passei a mão em meu vestido e dei uma leve ajeitada sobre ele. Fixei meu olhar no do Peter e disse:

- Bom, eu preciso ir.
- Certo! Pra onde está indo? Posso lhe acompanhar?

Como aquele desconhecido queria me acompanhar depois do que me causou? Tá! Tudo bem que era lindo, mas...

- Pode, se estiver com vontade. Mas se é pena do incidente, relaxe. Eu estou bem!
- Não é pena. Eu estou sozinho na festa, não estou me encaixando em nenhum canto. E eu gostei de você, senhorita.

Não respondi mais nada e apenas concordei com ele. Sai na frente do Peter e caminhei até a sacada da casa, era enorme aquilo.

- Me diz, qual a sua idade? - Ele indagou.
- Eu tenho 17, estou para fazer 18. E você?
- 22 anos. Você é jovem!
- É, eu sou.

Não tinha mais o que dizer, apenas me debrucei na sacada e fiquei sentindo o vento tocar meu rosto, ouvindo aquelas músicas que tocavam cada vez mais alta.

- Você já sabe qual profissão vai querer exercer? - Ele se debruçou na sacada também, porém de costas, fixando aquele olhar penetrante sobre os meus.
- Estou pensando em medicina.
- Ótima escolha! Minha família toda é formada em medicina, tenho certeza que seus pais vão se orgulhar de você...

Ao ouvir a palavra "pais" me veio toda as lembranças de minha mãe e meu pai, demorei para responder o Peter, mas disse em pausas:
- Meus pais morreram, em um acidente de carro. - Pude ver a expressão de Peter, ele se sentiu mal e arrependido de tocar no assunto.
- Eu sinto muito pelo incidente. O tempo irá lhe confortar e quem sabe, um abraço.

Quando ele terminou de dizer "abraço", Peter me abraçou intensamente. Cruzando os braços musculosos por minha cintura e me apertando contra o corpo dele. Eu me senti segura ali, segura no braço de um desconhecido. Timidamente, retribui o abraço, apertando-o levemente sobre mim e segurando para não chorar. Aquela sensação era maravilhosa e estava precisando daquilo fazia tempo. Era como se nossos corpos se completassem!

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