Capítulo - 3 Telefonema

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Havia muitos gritos, choros e pessoas em desespero. Eu estava abismada com tanto sangue espalhado sobre os corredores do hospital. Passei minhas mãos sobre meu rosto e percebi que havia um líquido sobre ela, em uma cor vermelha intensa. Minha respiração não estava normal, era ofegante como se eu estivesse fugindo de alguém, ou até então uma sensação de poder. Meu corpo estava com mais vitalidade, e a fome me perseguia cada segundo mais. Todos os pacientes que estavam internados em suas salas aparentemente não tinham mais vida. O quarto 8 me chamou atenção, algo estava me puxando até ele. Caminhei tranquilamente e havia uma moça com cabelo curto até o ombro, pele branca e macia, com o corpo sangrento. Meu corpo novamente mudou, e quando deparei já estava com as presas embutidas no pescoço da pobre moça. O gosto do sangue era doce, sangue juvenil...

Acordei desesperada com o meu relógio tocando. Estava atrasada! Fiquei confusa quando levantei de minha cama, meu sonho foi louco. Corri colocar o uniforme da minha escola e pegar meu tênis, puxei de pressa minha bolsa que estava na cadeira do meu quarto jogada e desci as escadas o mais rápido possível, coloquei dentre meus dentes um pequeno pedaço de maça e sai de casa.

Megan estava lá no portão principal e eu sorri meio de canto, ainda assustada com meu sonho. Percebi que tinha carne nova no pedaço e fui de encontro a Megan, me desculpei pelo atraso e entramos para o corredor de uns 100 metros da escola. Guardei meus livros que estavam carregados em meu braço no armário, e ainda quieta observava as pessoas. Fiz o que tinha que fazer e fui para a sala de aula. Naquele minuto estava escutando a professora de Literatura, Amy.

Deu o : "triiiiíím" do sinal para a troca de salas e caminhei para a aula de Matemática, agora com a professora Lethi. Não via a hora passar e aquilo estava me sufocando.

4:00PM. Fui a primeira sair ao dar o sinal, e Megan percebeu que eu não estava normal como todos os dias. Corri ao meu armário e peguei meus livros, ouvia uns gritos aguados de longe, tipíco de Megan:

- TESSAAA, TÉE!


Virei e fiquei parada, esperando Megan se aproximar.


- O que houve contigo Tessa?

- Não é nada, não estou boa.

- Tem certeza? Olhe para seu rosto, está palido!

- Olha... Eu te conto pelo telefone mais tarde ok? Sorri gentilmente e dei de ombros.


Caminhava de volta da escola para casa, o tempo estava nublado (mais uma vez). Desde que sonhei aquilo, algo estava me perturbando. E não, não era uma sensação nada agradável.

Tirei um pouco aquilo de minha cabeça, pois estava chegando ao meu lar doce lar e sabia que ao chegar lá minha família já tinha voltado da casa dos meus avós. Abri a porta e comecei a dizer em um tom alto:

- Mãããe, paaaai, Minn!

Fiquei em um tenebroso silêncio. Estava sentindo algo. Mais uma vez fiz o mesmo, e ninguém me respondia. Subi para o quarto de meus pais já com medo de algo ter acontecido, e não encontrei nem minha Mãe, nem meu pai e a Min! Havia um bilhete na cama deles, e abri o mesmo com o seguinte recado:


Oi minha querida, eu seu pai e a Min fomos ao shopping que foi inaugurado hoje na cidade vizinha, chame alguma amiga sua para te fazer companhia, não sei que horas vamos voltar. Beijos de sua mãe!


Meu pressentimento ainda estava ali comigo, até eu receber um telefonema inesperado...

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