capítulo 4: um passo de cada vez

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    Acordei bem cedo para encontrar com Martín pra nós nos "conhecermos melhor" com palavras dele. Nós não conversamos muito mais ele me parece ser super gentil e acolhedor. Estou esperando ele no lugar que combinamos antes, o grande parque da escola, que combina muito com o nome porque parece do tamanho de um shopping do mundo humano. Acabo vendo algo muito curioso na minha frente, uma pessoa pilotando uma moto com asas e aterrissando no estacionamento próximo a mim que aparentemente é só para esse tipo de veículo. Ainda não me acostumei com essas coisas tão diferente do meu padrão, mesmo que eu sempre soubesse desse lugar.
    Continuo olhando para a moto e lembrando de quando meu pai Gil começou a andar numa Harley Davidson e como eu sempre gostei do vento no rosto mesmo com muito medo de cair. A pessoa retira o capacete e mostra um lindo rosto feminino. "Nova mulher misteriosa" tem cabelos escuros, um batom em um tom terroso nos lábios, usa uma jaqueta de couro preta, botas de coturno e óculos escuros para completar o estereótipo de "badboy" só que em versão feminina. Ela entra na escola e a perco de vista.
    Martín me diz um "oi" mas ainda estava de costas então dou um salto discreto de susto do banco e nós dois rimos pela situação.
    -Desculpa te assustar assim mas você tava distraída demais pra chegar sem ser de surpresa- Diz ele com as bochechas rosadas de tanto rir.
    -Eu tava distraída demais pois o senhor Martín não chegou no horário combinado né gato- Digo tentando trazer humor pra conversa fluir mais.
    -Tá, você tem um ponto bem importante, mas eu tava tentando comprar algum doce para a gente comer mas aparentemente a máquina de comida não tá funcionando porque gastei uns cinco minutos tentando colocar o dinheiro.
    Fiquei imaginando agora ele com seus 1,90cm de altura frustrado tentando colocar a nota na máquina e não aceitando que ela estava quebrada.
    -Mas enfim, como você veio parar sendo monitor de alunas que chegam meses depois de começar as aulas?- Falo com curiosidade mas com medo dele me perguntar a mesma coisa e ter que me relembrar do pior momento da minha vida.
    -Bom, eu sou sobrinho da diretora e um aluno excelente sem querer me gabar, então acho que sempre tive esse propósito.- Embora suas palavras pareçam ser um pouco arrogantes, ele fala de um modo que eu sei que não são desse modo.
    Nós conversamos mais uns quarenta minutos antes de estar próximo das nossas primeiras aulas então nos despedimos e fomos andando para as salas pra não ter risco de atrasar, mas enquanto ele estava andando na minha frente, tirei uma foto da linda moto alada da moça misteriosa.
    O professor de Magia da Natureza chamou todos os seus alunos para a estufa e disse que iríamos aprender a saber o nosso elemento da natureza. Ele deu para cada pessoa um vaso com uma semente enterrada, um copo de água, uma caixa de fósforo e uma bacia de metal que faz barulho quando é tocada. Mesmo com a técnica de todos os personagens mágicos dos meus livros de fantasia favoritos, não consigo nada. Fico até depois da aula tentando algo mas desisto.
    Antes de voltar para o quarto, vou até a biblioteca para ler o próximo capítulo e ver se responderam meu bilhete. Felizmente responderam.
  "Oi, tinha esquecido o papel no livro e não achei que alguém fosse realmente me responder mas obrigada. Não acho possa ter sido os gêmeos Wolf por eles terem um álibi para não serem acusados mas teria sido muito bom se o plot fosse esse. Tenho um novo suspeito: o primo Harry. Ele estava na cidade no dia do assassinato e agora ele é o rei então talvez possa ter sido tudo por ganância."
Seja quem for que está me respondendo, tem uma visão sobre a história muito boa e é muito inteligente no assunto.
Após isso vou para o quarto e comento com Poppy que achei fascinante a moto alada e ela disse que tirando ela e o primo, todos da família dela tem uma própria pelo motivo deles mesmos não terem asas. Ela me explica que é bem comum membros de famílias mestiças não terem asas, mas não é tão comum uma família mestiça morar no mundo humano onde tem muito mais julgamento que o normal.

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