capítulo 7: sorteio idiota

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Posso falar com convicção, já tive noites melhores do que a de hoje. No caminho, refleti muito sobre como eu me sentia em relação à situação toda, aconteceu muito rápido, não conseguia processar tudo que havia acontecido em segundos. Outra confissão, o beijo foi bom porém não era pra ser ele, como em aqueles relatos dizendo que um beijo "não encaixou".
-Ei, o que houve? Ta tão quieta desde que chegamos.- Diz minha amiga colocando o pijama de florzinhas desenhadas curiosa porém cortando totalmente minha linha de pensamento.
-Desculpa, fui surpreendida mais cedo e ainda estava pensando em tudo que aconteceu hoje.- Acho melhor contar agora do que esperar Celine fazer meu trabalho.
-CONTA O QUE FOI!!- Fala Poppy sentando animada na minha frente na cama.
-Bom, meus pés estão doendo, minhas asas estão sujas de algumas bebidas diferentes e o Martín me beijou.- Tento disfarçar minha empolgação de finalmente falar isso para ela.
Não tenho capacidade o suficiente para descrever sua empolgação com a notícia. Ela gesticulou, bateu o pé e fechou os olhos de empolgação. Ela fica muito fofa animada desse jeito.
    Mais tarde fomos para a aula de dança com uma professora elfa com a pele azulada. Ela disse para nós que iríamos ser sorteados para fazer parte de uma dupla com algum aluno aleatório e fazer tarefas específicas. Na nossa sala havia uma caixa preta enorme com papéis dentro e ela foi chamando um por um para sortear sua dupla.
    Finalmente chegou minha vez após uns 20 nomes serem chamados. Tento não ficar ou pelo menos não parecer nervosa enquanto subo as escadas e vou até a caixa. Tiro meu papel mas não abro de cara, então levo a professora que abre delicadamente com seus dedos finos e compridos.
    Qualquer nome menos a Celine
    Qualquer nome menos a Celine
    -CELINE ARMSTRONG- diz a elfa para toda a sala.
    Não consigo esconder minha cara de espanto e decepção com esse maldito sorteio. Passei os dez segundos mais longos da minha vida achando que ela não estava presente. Mas aí chega ela sem aquela confiança toda que vi no dia da moto e do quarto. Ela estava inquieta, incomodada e vulnerável.
    Quando ela sobe, nós nos cumprimentamos com um sorriso amarelo e bem constrangedor das duas partes. A professora nos entregou um envelope e disse que seria a primeira tarefa. Não acredito que vou ter que passar um mês e meio até acabar esse desafio.

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