Maratona: 4/5
Babi on
Hoje é sexta-feira e são três da tarde, eu tô deitada em um espreguiçadeira tomando sol e o Pantera tá em outra .
Eu fiz todo o serviço da cada já, Victor não veio pro almoço então eu só tenho que fazer o jantar.
Fiquei muito entediada e resolvi por o biquíni e ficar aqui fora
Victor: devo comprar uma sunga pro cachorro ?
Tomo um susto quando escuto a voz dele e me ponho de pé rápido
Babi: o que ? ... são só três da tarde... bom a casa é sua você pode chegar a hora que quiser mas ..... eu ...
Victor: calma Bárbara, cheguei mais cedo hoje, só isso. Pode continuar aí.
Ele encara meu corpo que tá coberto só por um biquíni, nunca ninguém me olhou desse jeito .
Victor: vou tomar um banho, pode ficar aí Bárbara. Não me incomoda nem um pouco, pelo contrário acho bom você se entreter
Victor entra na casa e eu volto pra espreguiçadeira, só que agora eu tô nervosa, tô seminua na frente de um estranho.
Vinte minutos depois ele volta
Victor: tudo bem se eu cortar a grama ?
Babi: a casa é sua ...
Victor: temporariamente é sua também então ... tudo bem eu cortar agora ou você prefere ficar sozinha ?
Não consigo imaginar o Victor como o ogro que o Gabriel diz que ele é
Babi: pode sim. Quer que eu faça algo pra você comer ?
Victor: não, quero que você fique aí e ignore a minha presença- ele olha pro Pantera - você tirou toda a marra do meu cachorro, inacreditável.
Dou risada. Victor se afasta e pega a máquina de cortar grama .
Ele corta um bom pedaço e o suor começa surgir então ele tira a camisa e põe sobre o ombro.
Ele tem algumas tatuagens, não tantas quanto o meu ex. Victor tem o corpo definido, obviamente por conta do tempo que passa treinando .
Eu não devia olhar tanto pra ele, só que ....
Flávio me quebraria algumas costelas só por isso, me daria alguns socos por eu ter pensado o quão bonito outro homem é.
Victor direciona o olhar na minha direção e eu desvio na hora encarando o Pan. Merda, fui pega no flagra.
🍂
Babi: tem alguma preferência pro jantar ?
Victor: vou pedir pizza pra gente, senta aí - ele se refere ao sofá- nada de cozinhar hoje
Me sento no sofá e encaro a televisão onde tá passando um filme de caráter duvidoso
Victor: que sabor você gosta - encaro ele - por favor, não diga tanto faz, me fala do que você gosta
Babi: frango ...
Victor: ok- ele digita no celular .
Nessas duas semanas aqui eu só vi o Victor sair uma vez, e ainda saiu emburrado por não querer ir. Ele não gosta de sair com os amigos e pelo que notei não tem namorada ou esposa, não tem aliança no dedo e não tem nada na casa que lembre outra mulher além do encosto vulgo eu .
Babi: você vai passar a noite toda em casa ?
Victor: tá em expulsando ? - arregalo os olhos
Babi: meu Deus, não ...
Victor: Bárbara, você precisa relaxar. Eu sei que você não tá me expulsando, só tô implicando com você e sim vou passar a noite toda em casa
Babi: certo. Eu ainda tenho medo de falar a coisa errada na sua frente e sofrer as consequências.
Victor:entendo seu medo, mas espero que perceba logo que eu nunca machucaria você.
Babi: você é tão legal - faço careta - não entendo como o Gabriel pode achar você o cara mais chato do universo
Victor: Gabriel é um sem noção, não liga pro que ele fala . Vocês conversam com frequência?
Babi: ele costuma mandar muitas mensagens.... Ele me fala sobre tudo que fez
Victor: saquei - ele murmura mudando o canal da Tv
A gente continua conversando e não demora muito para pizza chegar .
Babi: sua mãe ?
Victor: mora em outro estado, por conta do trabalho a gente não se vê muito
Babi: seu pai ? - pego outra fatia de pizza
Victor: ele era policial, morreu em serviço quando eu tinha 15 anos
Babi: sinto muito...
Victor: e os seus pais ?
Babi: minha mãe era uma viciada, teve uma overdose quando eu tinha oito anos . Meu pai era envolvido, acabou preso quando eu tinha 15 anos, teve uma briga entre facções na prisão e ele foi uma das vítimas.
Victor: você e o seu pai eram próximos ?
Babi: muito, ele era um pai incrível- dou um sorriso fraco - a gente se dava muito bem
Victor: você ficou com a sua vó depois da morte dele ? - concordo
Babi: minha vó era meio doente ganhava pouco com costuras que ela fazia. Tive que começar a trabalhar, o Formiga, pai do Terror, me conseguiu um emprego em um mercadinho, conseguia manter as despesas de casa. Mas aí o Formiga morreu o Flávio me pegou .
Victor: você ficou dois anos trabalhando no mercadinho ?
Babi: sim.
A gente passa um bom tempo conversando sobre a vida um do outro, foi bem divertido.
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Além do tráfico
FanfictionBárbara é fiel do traficante mais perigoso do país, mas não é um romance bonito, ela é tratada como um objeto pelo marido, é agredida e estuprada regularmente. Só que um dia a BOPE invade o morro e acaba resgatando ela, o plano inicial é deixar ela...