Mais uma vez eu estava chorando de soluçar no meu pequeno quarto na Rua dos Alfeneiros. Mais uma vez eu me questionava o porque da minha vida ter de ser tão dura e com obstáculos que ao invés de me fazerem saltar mais alto, me derrubavam e me machucavam mais.
Meus tios só tinham uma breve descrição: tóxicos e narcisistas. Eles tinham um poder aquisitivo muito bom, isso se via pelas coisas de última geração que tinham e proporcionavam para seu filho, Duda, que sempre tinha as roupas das últimas coleções e tênis que custavam mais de cento e cinquenta libras.
Enquanto eles viviam uma vida de luxo e prazeres, eu, Harry Potter, no entanto, tinha de se contentar com os restos, com a miséria da pouca atenção e de coisas que seus tios, Válter e Petúnia me proporcionavam.
Era irritante, nunca tinha roupas novas, nunca tinha dinheiro para sair com os amigos, que na verdade, depois de um tempo, se afastaram de mim, já que eu sempre estava cabisbaixo. Não podia fazer nada. Mesmo os tios não me querendo em casa, eles também me privavam de sair. Era enlouquecedor.
Não posso trabalhar por ser menor de idade e na escola que estudo, no qual estou cursando o último ano, era proibido trabalhar, exceto sob condições especiais como necessidades financeiras, o que para a escola não se justificaria já que o tio Válter ganhava muito bem. Ou seja, arrumar um emprego, mesmo que de meio período estava fora de cogitação, e mesmo os "bicos" também estavam, já que no bairro, todas as casas já tinham seus passeadores de cães, cortadores de gramas, e coisas do tipo.
Agora... por que eu estava chorando? Simples: porque tinha deixado de lavar a louça e como qualquer coisa que fazia ou deixava de fazer irritava os tios, levava uma bela de uma bronca em seguida. Por mais que tentasse racionalizar que os tios eram doidos, aquela situação rotineira o torturava e o afetava. Estava cansado de ser um fardo, de ser a empregada da casa, de ser o capacho da família.
Sempre era assim, sempre chorava depois de ouvir os berros de seus tios.
Eu só queria dinheiro para morar sozinho e conseguir se sustentar, era só isso...
***
"Oi, meu nome é Roberta e eu tenho vinte e três anos. Eu tenho mais de vinte bolsas de marcas, mais de trinta pares de sapatos e já viajei para mais de cinco países. Ninguém acha normal a vida que eu levo sendo tão nova, mas sabe o que eu acho? Que o que eu fiz não é segredo nenhum, eu entrei no Meu Sugar Daddy..."
Ah, tá bom que é fácil assim, pensei olhando para a tela do seu celular. Como se fosse apenas se cadastrar em um site e conhecer gente rica que vai te bancar...
Bem que eu queria que fosse fácil assim conseguir dinheiro e talvez fosse, por que não?
Durante a semana que se passou eu entrei no site algumas vezes, vi alguns relatos na internet e fiquei tentando negar para mim mesmo que aquilo não funcionaria, que aquilo era errado, que era perigoso... Se era tão má ideia por que eu não conseguia tirá-la da cabeça?
Bom, de qualquer forma só podia se cadastrar no site sendo maior de 18 anos...
Mas ninguém vai pedir minha documentação ou checar essa merda, vai? Eu me questionei, mais uma vez, com seu celular aberto na página do site. Acho que não custa tentar fazer o cadastro... Qualquer coisa é só excluir a conta... e na verdade, talvez eu nem seja aprovado.
A parte minha parte racional queria que eu não fosse aprovado, por medo de ter que se encontrar com estranhos, mas o desejo pela liberdade fazia um caos, querendo que eu fosse aprovado.
O cadastro foi sendo realizado e no final das contas eu nem precisei de qualquer documentação. Quando me vi no final, eu estava com a mão tremendo prestes a clicar no botão "finalizar" ainda com meu lado racional e medroso me questionando se isso seria o certo.
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Um Daddy para Harry | Drarry
RomanceHarry estava cansado de depender dos tios que não o amavam e o faziam viver em uma condição deplorável, então, depois de assistir um anúncio no celular sobre um site de relacionamento com pessoas afortunadas, ele decide se cadastrar. Ele imaginou q...