Você crê na hipótese que, em algum lugar desse imensurável universo, o destino interliga a vida de duas pessoas através de um fio vermelho?
Esse era o caso de Sanzu e Yua, ambos não possuíam vínculo algum, mas sempre sonhavam um com outro.
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━━ T W O 」
☪︎ YUA | DISPARO INESPERADO NA BOATE.
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─ Aqui está a sua vodka, senhorita ─ O barman nos interrompeu, entregando o meu pedido.
─ Obrigado ─ Agradeci, voltando a minha atenção para Sanzu.
O barman olhou de soslaio para Sanzu e questionou: ─ Senhor, vai querer o mesmo de sempre?
Ele deve ser alguém muito renomado aqui...
─ Não, hoje irei querer um... vinho tinto ─ Falou em dúvida.
Enquanto ele escolhia a sua bebida, eu me levantei, na tentativa de fugir, mas logo senti a sua mão me puxar novamente para a cadeira.
─ Meu nome é Haruchiyo Sanzu ─ Ele acendeu um cigarro ─ E o seu?
Não perguntei.
─ O meu é... Shizuki Teishu ─ Menti descaradamente.
Escutei uma risada rouca escapar dos seus lábios, observei o homem retirar algo do bolso, ao que parecia era um... papel?
─ Que contraditório ─ Ele abriu o papel, com uma expressão cética ─ Não é isso que a sua ficha de cidadão diz. Certo, Yua Shinkai?
Engoli em seco.
Esse arrombadinho ousou me investigar? É isso mesmo?
─ Sanzu... ─ Uma voz manhosa surgiu, se tratava de uma mulher. Ela agarrou-se no pescoço de Sanzu e olhou em minha direção ─ Quem é a vadia?
Me chamou de vadia e achou que me ofendeu... eu amei esse apelido, o melhor até agora.
Lançou-me um olhar mortal, como se eu estivesse prestes a roubar algo dela. E eu sabia exatamente o que aquilo significava; o seu olhar dizia: ─ Sai de perto dele, vagabunda.
─ Não se preocupe ─ Assegurei, me levantando da mesa ─ Não gosto de rivalidade feminina por causa de homem, se der mole, eu pego até você.
A garota corou. Essa, com toda a certeza, era do vale.
Dei de ombros, me afastando dos dois inconvenientes. Escutei passos em sincronização com os meus, e eu sabia exatamente que era o Sanzu. Onde caralhos o Wakasa se enfia nesses momentos?
Entrei no meio da multidão, despistando aquela praga. Ainda olhando para trás, senti o meu corpo se chocar em outro. Era o Wakasa.
─ Finalmente te encontrei! ─ Ele me abraçou, beijando os meus lábios.
Parei o beijo quando nós dois já estávamos sem ar.
─ O que aconteceu? ─ Questionei, porém sou interrompida por um disparo ─ Ai caralho!
Toda a multidão se alarmou, as pessoas começaram a correr desesperadamente.
No meio da pista de dança havia um corpo caído no chão, ensanguentado. Ao seu lado, um moreno segurava uma glock; ele sorriu sarcástico e se pronunciou: ─ Ele era um imbecil inútil, que descanse em paz.
─ Mandou bem, Kenji! ─ Uma silhueta masculina apareceu. Era o tal de Kakucho.
Kenji era o típico moreno de olhos claros com o cabelo castanho escuro.
Vê-lo assim, tão de perto, despertava uma sensação desconfortável em mim. Como se eu estivesse deitando em uma cama repleta de agulhas, perfurando a minha pele.
─ Cuidado ─ Alertou Wakasa, me puxando para perto dele ─ Esses comédias são da Bonten.
A Bonten... a pior organização criminosa do Japão. Seus membros são conhecidos por uma tatuagem em específico, localizada em locais de fácil visualização.
Agora, percebo que Kenji e Kakucho possuem essa tatuagem. Juntando as peças, isso pode significar que Sanzu também seja dessa organização.
─ Vamos dar o fora ─ Agarrei em seu braço ─ Não quero iniciar uma guerra com eles...
─ Tanto faz...
Wakasa é muito despreocupado.
[...]
─ Eu só acho que você deveia parar de se envolver com organizações criminosas ─ Foi a primeira coisa que eu disse ao chegar na casa do Wakasa.
─ Falando assim, nem parece que você administra a Brahman ─ Ele retrucou.
Sou a administradora da Brahman, a 2° divindade de Kantou. No total, existem 3 divindades, sendo elas: 1° Bonten. 2° Brahman. 3° Senchineru.
Trabalho administrando o dinheiro que entra e sai da organização, independentemente de ser sujo ou não.
─ Mas isso é um segredo nosso... ─ Umedeci os lábios.
Wakasa beijou o meu pescoço lentamente, enquanto a sua mão apertava a minha cintura.
─ E ninguém precisa saber... ─ O homem sorriu perverso...
─ Gente, saber o quê? ─ Senju questionou, ao adentrar na sala ─ Meu Deus! ─ Ela tampou os olhos ─ D-desculpa, eu não queria atrapalhar, juro!
Senju, a líder da Brahman.
─ O quê?! ─ Empurrei o Wakasa ─ Você não está atrapalhando, pequena.
O homem coçou a nuca envergonhado e a repreendeu: ─ Senju, você tem que avisar quando for entrar na minha casa!
Ela é tão fofa...
Por que sinto como se eu estivesse passando os meus últimos momentos com eles? Qual o motivo dessa sensação?
Eu preciso esfriar a cabeça...
─ Irei tomar um banho, vou usar uma roupa sua! ─ Avisei.
A água caia na banheira, deslizando por seu material liso. Isso era tão relaxante... Eu estava precisando de um bom banho.
Não importa quantas vezes eu me olhe no espelho, ainda não me sinto satisfeita...
Eu estou sempre procurando algo, uma pessoa, talvez um lugar... Não sei o que é ou onde é, mas sei que é importante para mim.
Ao conhecer Sanzu, senti como se eu houvesse encontrado uma peça para o quebra-cabeça da minha vida.
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