capítulo - 5

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Esse capitulo demorou para sair, esses últimos dias foram corridos demais, quase não tive tempo para absolutamente nada, felizmente as coisas deram uma acalmada

Espero que gostem 🌗





Eu só conseguia encarar em total silêncio os movimentos que a mulher à minha frente fazia com total delicadeza. Minha mãe limpava meu ferimento com o máximo de cuidado, o esterilizava e em seguida desenrolava as bandagens brancas para enfaixar minha mão ferida. Suas mãos pareciam um pouco trêmulas. Felizmente os cortes não foram profundos, mas enquanto fazia tudo isso ela chorava de forma silenciosa

Lágrimas dolorosas traçaram um caminho, umedecendo aquele lindo rosto que sempre era visto em tranquilidade, mas agora, por culpa minha, se encontrava desolado

Vê-la desse jeito dói mais do que o machucado em minha mão. Ela não merecia isso

Minhas feridas cicatrizarão, mas as que estou fazendo em seu coração podem ser eternas. Este nunca foi meu intuito, eu juro

Ela termina o que estava fazendo anteriormente. Antes que alguma palavra saia de seus lábios eu me levanto de onde estava sentado, mais especificamente minha cama, dou um beijo em sua testa e vou para meu armário, pegando outras peças de roupas para logo depois seguir para o banheiro 

Quando fecho a porta senti que poderia respirar um pouco melhor do que antes. Não consigo olhar nos olhos de minha progenitora, sou covarde demais para tal ato. Patético

Não vejo outra alternativa a não ser sair desse pequeno cômodo e encarar a realidade, ver o quanto estou machucando as pessoas ao meu redor

Troco as roupas sujas e as deixo no cesto de roupas ao lado do box do chuveiro e faço minhas higienes

Minha mão vai de encontro com a maçaneta da porta para finalmente sair, mas meu corpo parece rejeitar a ideia, é como se eu estivesse inconscientemente travando uma extensa batalha em minha cabeça conturbada. Isso não me ajuda em nada. Suspiro e olho para o lado direito, encontrando a mim mesmo

Espelhos aparentam estar me perseguindo, e acima de tudo, gostar de mostrar o meu estado de decadência

Fecho os olhos com força e respiro fundo. Ficar aqui e me remoer por histórias do passado não parece ser o melhor agora, isso só me faria cair mais no limbo que minha própria cabeça está criando. Minha mente está um emaranhado de vinhas, e eu estou preso entre elas, cada vez que deixo a tristeza tomar conta ela me prende cada vez mais, me sufocando aos poucos, me matando aos poucos

Não posso deixar isso acontecer. Se eu desistir de voar jamais conhecerei a liberdade. Se eu só fugir dos meus problemas será a mesma coisa que colocar a mim mesmo em uma gaiola

Só preciso sair um pouco do quarto, ele parece pequeno demais a cada segundo que passo nele, sentir as correntes de ar indo de encontro ao meu rosto, senti-las balançando meus fios, sentir o perfume das rosas, isso fará eu me sentir melhor 

Giro a maçaneta e saio do minúsculo cômodo

Ela ainda estava lá, sua atenção vai de imediato a mim quando o som da porta foi ouvido, se levanta e vem até mim

— Filho..— ela parece hesitar ou só procurar palavras para serem ditas 

— Eu irei ao jardim — a informo em um tom baixinho enquanto levo minha mão que está em bom estado ao seu rosto, fazendo um carrinho de leve

— Mas você está machucado, não deveria..

— Eu só preciso espairecer a mente por alguns minutos, não precisa se preocupar — vou em direção a mesinha que fica ao lado de minha cama, puxando de lá uma cartela de remédio, destaco um e engulo a seco 

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