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Pandora Rinna
2019
Sicília - Itália.

Passo pelo quarto dos meus Pais e eles ainda discutem, conhecendo bem os dois, vão discutir pela próxima hora e um sexo avassalador de reconciliação pela manhã toda, esquecendo tudo a sua volta.

Passo pelo meu quarto e vou até o fim do corredor, onde é o quarto de Michelle. Abro a porta, sabendo que a mesma se encontraria destrancada.

Entro e tranco a porta, não quero ser incomodada, com a conversa que teremos.

A porta do banheiro também está aberta e o barulho do chuveiro diz o que ele está fazendo. Entro sem cerimônia.
Me encosto na pia e admiro o show. Ela ganhou músculos, está mais alto também, tem um bronzeado que não sei como conseguiu morando em Nova York. Ele está de olhos fechados tirando o shampoo dos seus cabelos.

- Vai ficar aí me secando ou vai se juntar a mim.

- Você se acha, não é?

- Não me acho, eu sou.

- Parece até Papai falando.

- Broxantes isso, ser comparado ao seu Pai.

- Deveria estar honrado, pois ele é perfeito.

- Para sua Mãe sim. Mas sei que você prefere os loiros.

- Gostos mudam com o tempo.

- Será?

Ele abre os olhos e me encara. Ele estende a mão para mim.

- Vem.

- Não, vou esperar no quarto.

- Não faz assim Pandora.

Ele é a única pessoa no mundo todo que tem o poder de me fazer chorar, é assim, desde quando éramos crianças.

- Por que você voltou? Por que não deixou pra voltar depois de eu ter me casado?

- Com Pierre? Tá de sacanagem comigo?

- Me casaria com você? O mundo não gira em torno de você não.

- Você o ama?

Eu fico em silêncio, pois mesmo se eu falar alguma coisa ele vai saber a verdade.

Ele sai do box, enrola uma toalha na cintura.

- Ou ao menos gosta dele?

- Sim, gosto muito.

- Mas não é amor.

- Amor é conto de fadas.

- Não acredita mais no amor?

- Não depois que seu coração é arrancado do peito.

- Quem foi, eu vou atrás dele, e juro que te trago o coração dele.

Ele já está de frente pra mim e segurando meu rosto entre suas mãos. Eu fecho meus olhos e me viro de costas, o encaro pelo espelho. Lágrimas descem devagar dos meus olhos. Ele me abraça por trás.

- O que fizeram com você minha pequena? Desculpa não estar aqui, pra não deixar ninguém te fazer mal.

- Quem foi, me fala?

Eu só consigo negar com a cabeça.

- Porra Pandora, me fala quem foi esse merda, que ele é um homem morto.

O soluço sai descontrolado da minha garganta. Eu o empurro e vou correndo pro meu quarto. Tento trancar a porta, mas ele não deixa, entra e a trança atrás de si. Ele me abraça forte e eu desabo em seus braços. Ele me pega no colo e me leva pra cama. Se senta comigo em seu colo. Afaga meus cabelos e assim vou me acalmando.

Capo di Tutti Capi IIOnde histórias criam vida. Descubra agora