AVISO: Esta história é destinada a leitura apenas para maiores de 18 anos devido ao conteúdo que pode ser ofensivo a alguns, com temas pesados sobre saúde mental, cenas com descrição gráfica de conteúdo sexual entre dois ou mais homens. Prossiga por sua própria conta.
"Compara-se muitas vezes a crueldade dos homens à das feras, mas isso é injuriar estas ultimas."
Fiodor Dostoiévski
Vovó havia criado uma rotina para nós, uma que me permitia preencher minha mente e o tempo vago que eu tinha já que havia deixado de lado meu curso na Uni, e como eu não desejava perder este tempo pensando em coisas que eu não estava preparado para chafurdar ainda eu havia sido grato por esta rotina.
As minhas manhãs eram gastas com meu avô, eu o ajudava a se locomover dentro de casa ou fora dela, estávamos muito no pequeno galpão no quintal onde meu avô tinha sua pequena oficina, esses momentos eram cheios de memórias para mim, memórias de mim mesmo enquanto criança correndo pelo quintal para de repente parar na porta do galpão e ver meu avô com fascínio exercendo seu oficio. Lembro-me de ver os móveis que ele criava e pensar ele faz mágica. Era uma raciocínio infantil, mas tão preciso em minha mente naquela época.
Observando-o em sua oficina debilitado e maltratado pelo tempo, a saudade em seus olhos e a vontade de fazer mais me faz pensar em tudo o que eu poderia e deveria ter feito por ele. Tudo o que não fiz por ele, por eles.
—Vovô, você poderia me ensinar? — pergunto calmamente e vejo quando a luz em seus olhos apagados de repente está viva novamente. Sei que disse a coisa certa e uma pequena peça no meu eu fraturado parece se encaixar novamente.
Pelos próximos dias caímos em outra rotina agradável, eu o ajudaria com seus passeios curtos e ele me ensinaria algo que havia aprendido de seu pai, vovô me diria de forma orgulhosa que quando mamãe me trouxe para casa ele sabia, ele só sabia que eu seria o herdeiro de seu legado familiar e isso me traria um sorriso aos lábios. O trabalho entre nós era confortável, e eu me via gostando realmente das pequenas coisas que estava aprendendo com ele, as coisas que eu estava criando com minhas próprias mãos.
De volta em casa vovó e eu faríamos bolos ou biscoitos que tomaríamos com chá enquanto eu fazia pequenos reparos em casa, a pia que não parava de pingar, um degrau que estava solto e rangendo, pequenas coisas que me faziam sentir útil de uma forma que nunca havia me sentido antes. Esse tempo longe de Dev havia me ajudado e esfriar os sentimentos bagunçados que tinha sobre ele, sobre nós e me deixou em paz para me redescobrir. Quem eu seria se tivesse sido menos orgulhoso e idiota. Eu disse isso a vovó.
—Não seja duro consigo mesmo menino, todos temos nosso tempo de aprendizagem. Não importa o que você fez e o que você passou, apenas quem você se tornou e o que isso lhe ensinou. — ela sorriu. — Agora conte-me o que há de especial nesse menino... Dev?
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Lost
Random"Ele não sabe, que naquela maldita noite, ele se tornou o foco da minha mais sombria obsessão." Para Devlin os limites eram inexistentes quando se tratava de Reese. Nada era impossível, nada era um empecilho que ele não removeria. Ninguém poderia de...