Kirishima • Carta

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Kirishima está sentado na frente de sua escrivaninha, batendo a ponta da caneta em sua bochecha, enquanto encara o papel fixamente.

Droga.... nada.

Ele tem tantas palavras, tantas coisas que expressar para você.

Mas não consegue.

Pois você está logo atrás, deitada na cama dele, mexendo em seu celular.

Cartas... um dia mostrou uma foto que achou super fofa, de uma neta mostrando as cartas que o avô da garota escreveu para sua avó.

Então ele perguntou se gosta desse tipo de coisas, sua resposta foi rápida e óbvia: sim.

Se fizer uma carta para a pessoa amada pode conseguir pontos extras... certo?

Mas nem tinha ideia de como começar 'querida [Nome]'? 'Para minha amada [Nome]'? 'Meu amor'? '[Flor favorita]'? Minha nossa, como ele tem medo de acabar sendo meloso demais.

Ele estava pensando no banho, tinha a ideia de um início, mas esqueceu ao ouvir batidas na porta. Você resolveu fazer uma surpresa, ele gosta, mas não agora, isso vai o embaralhar todo.

Nem ao menos conseguiu secar o cabelo, querendo te entregar as palavras em forma de papel logo ali.

- Oi, Kirishima, está tudo bem? O que está fazendo aí? – ele virou um pouco a cabeça e sorriu quando os olhos de ambos se encontraram.

- Nada demais.

- Tem atividade que eu não me lembre? Ou está fazendo atrasado? Quer que eu te ajude? – apoiou uma mão no colchão, pronta para se levantar.

- NÃO – se assustou com o grito repentino do falso ruivo – digo... não precisa, é algo meu, entende?

- Cheguei em uma hora ruim, não é? Sinto muito. Posso ir para casa e voltar depois.

- Não precisa, serei rápido.

- Tudo bem – se ajeitou de volta, mexendo no Pinterest.

Ele quer escrever a melhor carta possível, só que toda vez se distrai com sua própria presença.

Por que esse interesse repentino em cartas?

Não... já é de antes, no início do relacionamento mandava pequenos poemas ou frases.

Talvez tenha ideia do que escrever, mesmo que fique brega aos olhos de muitos.

Uns trinta minutos se passaram, com ele agradecendo internamente aos céus por ter acabado.

Colocou em um envelope, fechou e te olhou.

- Terminei – seus olhos pararam de capitar a tela do celular, indo se encontrando com o par de olhos vermelhos. Com toda a vontade do mundo, foi e se sentou ao seu lado – aqui – estendeu o envelope – para você. Acabei de fazer e nem sei se está bom, mas... é isso.

- Uma carta, legal. Nem tive que esperar pelo correio – sorriu abrindo.

"Oi

Eu realmente não sei como começar essa carta, talvez com o tempo eu consiga ser melhor.

'Querida, inesquecível, amada, amor', não sei, são muitos que se encaixam.

Notei seu interesse em cartas, poesias e poemas apenas alguns dias atrás, quando me mostrou aquela foto. Deveria ter notado antes, mesmo a escrita não sendo o meu forte.

Uma nova aluna na UA no meio do ano me surpreendeu, porém ainda me lembro da primeira vez que te vi. O seu cabelo, a cor de seus olhos, o jeito como fez reverência. Estava nervosa, eu sei.

Começamos a namorar tem poucos meses, e só queria te contar que, se precisar de um abraço, um carinho no topo da cabeça, ou apenas não falar nada, curtindo o tempo em silêncio com a companhia um do outro, eu estarei aqui.

Queria fazer uma carta de amor com uma grande declaração, com tudo que eu sinto do lado mais profundo do meu coração. Falhei.

Saiba que pode contar comigo em qualquer situação, que te amo, e... desculpe por demorar tanto, seu rosto me desconcentra.

Não pense que é por algo ruim, apenas me lembro que tenho que fazer uma coisa boa, mesmo que seja brega.

Tchau, querida, amada, inesquecível, e todos os apelidos bons que possam ter.

Te amo, só para não esquecer".

- Seu bobo, é claro que eu gostei – você falou, vendo as bochechas dele ficarem tão vermelhas quanto o cabelo – finalmente minhas cartas e bilhetes foram correspondidas.

- Sério? Gostou mesmo?

- Sei o que sente por mim, sem ao menos dizer. Te deixarei feliz falando apenas uma coisa.

- O quê?

- Também te amo Kirishima – ele sorriu.

- É – passou o braço ao redor de seu pescoço – sabe mesmo o que eu sinto. 

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