- 𝒎𝒖𝒅𝒂𝒏𝒄̧𝒂𝒔

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Na segunda quando retornei para a casa dos Wolfhard percebi um clima diferente. Molly, como sempre, adorou me rever e ter minha companhia só pra ela, mas Finn estava estranho. Ele não falava muito comigo, como se nada tivesse acontecido no fim de semana passado. Não cheguei a perguntar nada, porque eu me conheço e sei bem aonde minhas paranóias podem me levar. Contudo, não é legal ser tratada como uma completa estranha por um amigo... digo, somos amigos, né?! Comecei a questionar isso depois de duas semanas do mesmo comportamento, e ainda pior, Finn começou a me evitar e a me ignorar. Ok, não irei mentir, me machucou bastante. Receber esse tipo de atitude da pessoa que você gosta é uma merda, ainda mais quando você não consegue descobrir o motivo para isso. Eu fiz algo? Revivi cada segundo - que eu me lembre - das ultimas semanas, e nada. Foi porque eu não deixei ele me beijar? Ah, qual é Finn, você é mais maduro que isso! Foi porque eu gritei com ele quando voltamos da festa? Certamente não, ele disse que estava tudo bem... Bom, sem chegar em resultado nenhum, permaneço em meu ponto de partida, com nenhuma resposta em mente. Até pensei em tratá-lo da mesma maneira que ele vem me tratando, mas, essa não seria eu.. Simplesmente não consigo. Contei tudo para Sadie, que também não conseguiu chegar a lugar nenhum, além de brigar comigo por eu não ter deixado ele me beijar. Fique tranquila, Sads, eu também me culpo por isso.

Decidimos que hoje iriamos pedir pizza, e quando digo decidimos, quero dizer eu e Molly, já que Finn não deu a mínima quando lhe perguntei de qual sabor ele queria. Sei que é quinta, mas Molly insistiu e eu não achei uma ideia ruim.

- Milly, quando a pizza vai vir?? Tô com fome!! - a loirinha esperneia em sua cama, embora ainda seja 19:36 da noite.

- amor, jajá eles entregam, ok? Ainda estamos dentro do prazo de tempo de aguardo que o aplicativo sugeriu, então porque você não vem aqui e me ajuda a pegar cada um dos seus brinquedos que a senhorita largou por ai?

O quarto dela se encontra todo bagunçado, como se um furacão tivesse acabado de passar. E realmente passou, o furacão se chama Molly. Depois de reclamar um pouco, ela finalmente veio me ajudar a arrumar tudo que não estava organizado. A pequena Wolfhard em geral não é teimosa, exceto quando quer muito algo, ou está com fome. Ai nesses casos, só Deus aguenta.

Ouço a campainha tocar e rapidamente tento localizar minha carteira, mas os minutos se passam e não encontro-a. Onde foi que eu deixei? A campainha toca de novo e Molly começa a me apressar, mas não tem nada que eu possa fazer além de descer para o andar de baixo da casa e procurar na sala. Antes disso acontecer escuto vozes e a porta sendo fechada. Com uma loira em meus braços, desço as escadas e reparo em Finn com a caixa da pizza em mãos, indo em direção a cozinha em passo largos, e por instinto, o sigo.

- você pagou pela piza? - deixo sua irmã no chão, que com rapidez corre até o balcão e abre a caixa de comida, liberando um cheiro maravilhoso de pepperoni com queijo. Clichê, mas muito boa.

- paguei. - curto e seco.

- só deixa eu achar minha carteira, e eu te pago de volta. Quanto.. - sou interrompida.

- não precisa. Tá de boa. - ele nem se quer me olha, e isso começa a me irritar.

Acabo por perceber que ele está trajado como se fosse sair, até ai normal, ao menos pelo boné azul marinho que porta em seus cachos bagunçados. Ele nunca usa boné. Antes de eu arrumar a mesa com os pratos e talheres, Finn pega um pedaço da pizza com um papel e sai da cozinha. Então eu vou atrás; sendo da minha idade ou não, eu ainda sou sua babá.

- onde vai? - pergunto.

- sair. - a figura masculina pega a chave do carro e seu celular, cortando caminho para a garagem, e eu faço o mesmo, ainda que com receio de deixar Molly sozinha com uma pizza inteira em sua frente.

✨𝑩𝒂𝒃𝒚𝑺𝒊𝒕𝒕𝒆𝒓 - 𝑭𝒊𝒍𝒍𝒊𝒆✨Onde histórias criam vida. Descubra agora