Epílogo II

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Scott

Aquela cirurgia durou mais do que eu imaginava, e todos os meus sentidos se concentravam em apoiar a mulher que estava deitada na cama em minha frente, a mulher que me conduzia por caminhos difíceis, que me tirava da escuridão. Não sei o que seria da minha vida sem a companhia de minha parceira de vida, e ela estava esperando o fruto de nosso amor, meu coração não poderia doer mais, mas a esperança não me abandonava, e eu acreditava nela, em sua força, em seu potencial, ela faria de tudo para salvar a vida de nossa bebezinha.

- As duas ainda estão estáveis - Peter disse desviando a minha visão para olhar o seu rosto que demonstrava cansaso - daqui a pouco verá a sua filha
- Eu confio em você - disse apenas

O silêncio tomou conta do quarto e a preocupação estava estampada nos rostos de cada um de nós.

Ele continuava a operação com cautela e precisão, características de um bom médico, e aquilo me aliviava. Alec o auxiliava a todo momento, entregando utensílios, limpando, e claro, lhe oferecendo força a todo momento para não sucumbir a realidade da situação em que ele estava inserido, a vida de sua amiga e esposa de seu melhor amigo estava em sua mão.

Peter olhou para mim, sabia que algo estava por vir, meu coração começou a disparar.

- Sua filha está chegando - ele retirou a criança com cuidado e precisão e a ergueu

No instante em que e vi, meu mundo ficou mais colorido, aquele pequeno ser significava tanto para mim.

Ele a entregou para Alec que a recebeu com cuidado e começou a limpá-la. Levantei e fui em sua direção, cada passo que dava era como se mundo se tornasse diferente.
A tomei em meus braços e a olhei cuidadosamente, seu rosto era tão sereno e calmo, as suas mãozinhas tão macias e gordinhas, ela era tão quentinha. Tudo nela emanava felicidade e ingenuidade, um ser frágil pequeno e que saciava por descobrir o mundo que lhe fora ofertado.

O coração de Iza começou a bater freneticamente e isso alertou Peter. Ele logo agiu, aplicou uma injeção diretamente no acesso do braço dela.

Minhas mãos tremiam, e ao olhar novamente para aquele pequeno ser meu mundo novamente sucumbiu e me passei a perguntar como seria minha vida sem Iza. Como cuidaria de nossa filha sem seu apoio, eu não conseguiria.

Ao voltar para a realidade, os batimentos tinham se acalmado, mas não se estabilizaram, começaram a cair.

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Coloquei minha filha em um mini berço que já estava aguardando sua chegada. Corri para a cama e agarrei sua mão, na esperança de ela sentisse minha presença.

- Meu amor - disse desesperado

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- Meu amor, não me deixa. Nossa filha está bem, ela está ali, naquele berço que você escolheu. Ela está te esperando - beijei sua mão - nós estamos te esperando

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- Ela está reagindo - disse Peter que não parava de fazer massagem cardíaca

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- Estabilizou - Alec disse observando o monitor

- Ainda não é o ideal - Peter olhou para mim - mas ela está fora de risco

A Filha Do AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora