ᵐᶦˡᵏ

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響 ┈── 𝐟𝐚𝐧𝐭𝐚𝐬𝐲.
(ʳᶦᵏᶦ ᵖᵒᵛ.)

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Meu pai ia me matar. Imagine só, quando ele chegar em casa e ver que sem querer acabei explodindo um galão de leite na escada principal. Estou morto. Mortinho.
Ah. Senti seu calor virando a esquina de casa. Droga. Tive de usar minha velocidade para limpar aquilo tudo antes que eu vire o esfregão.

─── Nishimura. Cheguei! - Disse quando abriu a porta tirando cuidadosamente suas lentes de contato marrons. Ver seus olhos dourados me fizeram tremer dos pés a cabeça.

─── Pai! Estamos prontos! - Meu irmão apareceu como poeira do meu lado. Se ele sabia que nosso pai estava chegando por que não me ajudou a limpar aquela bagunça. Ah. Sempre se exibindo.            
Sunghoon não tinha com o que se preocupar. Era óbvio que este pegaria a sucessão de papai e como irmão mais velho egocêntrico, iria mandar em nós dois.  
Em compensação Jay vinha lentamente até nós com uma tigela de sucrilhos. Ele nunca está nem aí para o que está acontecendo.

─── Escutem. Faltam poucos dias para que Nishimura vire um vampiro permanente - Começou umas palmas que foram seguidos com nenhuma animação ─── Hoje meu filho, é a sua última missão. Auto-controle.

─── Tudo bem. Mas já trabalhamos isso, além de que nem tenho vontade de beber sangue ainda - Papai pega em meu braço com um força pouco extrema. Consegui sentir suas pressas entrando dentro de minha veias. Não pude controlar o grito.

─── Isso é temporário. Dura por menos de meio hora. Meninos! Segurem-no! - Não sei o que está acontecendo comigo. Meu corpo latejava com cada pequeno som que conseguia ouvir. Os cheiros daquele lugar estavam tão fortes que me deixaram com dor de cabeça. Porém, o cheiro que mais consegui sentir foi de uma sangue fresco a poucos metros dali. Então era assim que é ser vampiro de verdade.
Até agora nos alimentavamos de sangue animal fazendo com que nossos olhos predominam uma cor amarela, quase dourada. Contudo, meus olhos agora estavam iguais de Jay quando se transformou. Vermelho sangue.

─── Me soltem! Agora! Disse pra soltar! - Sabia que Sunghoon estava se segurando para não me desmaiar quando sem querer acabei dando um tapa em seu rosto. Queria aquilo. Aquilo que estava sentindo.
Jay e Sunghoon me pegaram no colo e junto de nosso pai saíram correndo comigo em seus braços. O cheiro estava ainda mais forte. Contudo uma dor que não posso explicar surgiu quando no meio da floresta vi de quem vinha aquele cheiro delicioso.
Um dos meus melhores amigos estava ali ajoelhado no meio da floresta com um cachecol em seu pescoço. Sunoo já tinha virado vampiro permanente mas enquanto não se passasse um ano, seu sangue humano não sairá de seu corpo.

Quando ia me debater uma última vez, os dois me jogaram no chão. Andando para trás onde ficaram olhando com olhos curiosos para com o que iria acontecer.
Aquele cheiro entrava dentro do meu pulmão e mexia com meu cérebro.  
Esmaguei a areia do chão tentando me acalmar. Então este era o auto-controle. Tinha consciência de que tudo ali tinha sido projetado por meu pai.

─── Sunoo! - Susurrei. Se ele não saísse dali logo, não sei o que poderia fazer ─── Corre daqui! Anda logo! - Gritei com todas as minhas forças. Lágrimas começaram a cair. Não queria machuca-lo. Aquilo era tortura.

Ainda jogado, bati minha cabeça no chão repetidamente apesar de não sentir nada. Mesmo com os olhos fechados e molhados consegui sentir este se levantando. Mas não era para ele estar chegando mais perto. Não. Por favor. Não.

─── Niki. Tá tudo bem. Eu não tenho medo de você! - Mas eu tenho. Agora tenho. Apertei tanto minha mão que minha unhas quase rasgaram minha pele. Senti Sunoo se ajoelhar bem na minha frente. Tocou meu rosto fazendo com que o encarasse e sorrisse. Apertei os dentes o máximo que pude sabendo que as presas estavam saíndo. Enxugou minhas lágrimas tirando lentamente aquilo de seu pescoço.
Segurei a mão que estava segurando meu rosto. Apesar de Sunoo não sentir mais nenhuma dor, sabia que estava quase quebrando sua mão. Foi quando tudo ao meu redor ficou quieto e abafado. Como se tivessem atirado ao lado de minha orelha.
Lembrei. Ah. Papai já avisou sobre isso. Chamamos isso de a pausa da morte. Por que dura pouco menos de dez segundos e quando tudo volta ao normal, não se pode mais se controlar. Era morte, na certa.

─── Sunoo - Levantei o olhar quando tudo voltou ao normal. Minha garganta queimava. Quando minha consciência voltou já estava do outro lado do círculo com Sunoo em baixo de mim tentando minimamente me tirar de cima de si. Com a força que possuía ele podia facilmente me tirar dali. Mas como era tudo um teste. Gritava e gritava. Fazia meus ouvidos arderem.

─── Você não é um monstro Niki! - Berrou quando estava preste a morder seu pescoço. Aquilo me acertou como uma pedra na cabeça. Não queria machucar ninguém. Não queria ser a causa do sofrimento de ninguém. E saber que no lugar de Sunoo podia ser alguém frágil e indefeso com um sangue ainda mais forte me fez chorar. Pois sabia que iria mata-la.
Minha visão embaçou e me senti extremamente tonto. Tombei a cabeça na curvatura de seu pescoço. Os últimos segundos do teste são os piores, segundo Jay. Segurei com força seu braço. Minha respiração já não estava controlada.
E então perdi minhas forças. Caí em cima de Sunoo que riu com meu peso. Estava exausto. Cansado. Totalmente sem energia. Queria ter ficado feliz por papai estar me aplaudindo e dizendo coisas que me fariam muito animado, mas não consegui. Não conseguia nem ficar de pé.
Sunoo sem nenhum esforço saiu de baixo de mim, colocando um dos meus braços em volto do seu pescoço e se levantando como se fosse uma pena.

─── Nishimura, não vou mentir. Por um segundo achei que iria falhar no teste, assim como quando Sunghoon o fez - Com dificuldade olhei para Sunghoon que abaixou a cabeça provavelmente envergonhado ─── Mas não sei como, você conseguiu se recompor e controlar suas necessidades, meus parabéns meu filho. Oh. Um segundo.

Tinha recebido uma ligação. Jay veio me abraçar e dizer o quanto estava orgulhoso de mim. Já Sunghoon apenas me deu um abraço fazendo carinho em minhas costas. Foi o primeiro abraço que ele me deu em quinze anos. Quando me soltou, ia certamente cair se não fosse por Sunoo me segurar pelo ombro. Os três continuaram a conversar sobre algo alheio quando papai voltou de sua conversa no telefone.

─── Não sei se é a melhor hora para anunciar isso. A nossa casa foi finalmente comprada! - Que? Comprada? Sabia que estavamos vendendo ela mas fazia tantos anos que estava a venda que achei que ninguém nunca iria compra-la. Nos disse que a família Kim estaria vindo com suas coisas na sexta. Era terça.
Sabia que iriamos para uma casa melhor e moderna. Mas nada iria superar as lembranças que vivi nessa casa velha e empoeirada.
Me lembro como se fosse ontem quando os amigos do papai vieram fazer uma reunião em casa, e trouxeram seus filhos. Jake e Jungwon eram irmãos da Família Yang. Heeseung era filho único da Família Lee. E Sunoo também era filho único da Familia Kim. No começo era muito estranho, mas depois de brincarmos e vermos Heeseung e Sunghoon numa pequena batalha de habilidades de vampiro, tudo ficou mais legal.
Não pude deixar de odiar a família que estava vindo. Quem seriam os doidos de virem morar numa casa assim. Ainda mais humanos. Após uma pequena conversa, papai me disse que eles tinham uma filha chamada Alice. Que era um ano mais velha que eu, e que iriamos para a mesma escola.
Foi bom saber disso. Agora finalmente tenho alguém para odiar na escola.

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響 ┈── 𝐞𝐧𝐝 𝐨𝐟 𝐟𝐚𝐧𝐭𝐚𝐬𝐲.
ᵒᵇʳᶦᵍᵃᵈᵃ ᵖᵒʳ ˡᵉʳ
ᵗᵉʳᶜᵉᶦʳᵒ ᶜᵃᵖᶦ́ᵗᵘˡᵒ ᵃ̀ ᶜᵃᵐᶦⁿʰᵒ.

𝘽𝙡𝙪𝙚 𝘽𝙡𝙤𝙤𝙙 | 𝙉.𝙍𝙞𝙠𝙞Onde histórias criam vida. Descubra agora