Chorei Nos Braços Do Pegador

927 88 32
                                    

Rodolffo se ofereceu para ir comigo na farmácia, eu acabei aceitando, fomos tendo uma conversa muito boa, ele não é um cara superficial do jeito que eu achei q era. Mesmo sendo um pegador, eu acho q podemos ser amigos.

Chegamos no sitio eu agradeci pela carona e fui direto ver minha pequena que estava chorando.

Juliette : Oi meu amor, a mamãe já voltou, você tá se sentindo melhor?

Manu: Mamãe minha barriguinha tá dodói.

Juliette: A mamãe trouxe remédio, vai melhorar tá bom.

Manu:Mamãe cadê o tio Rodolffo?

Juliette: Eu acho que está lá fora, pq filha?

Manu: Eu queria q ele fosse meu papai, mamãe.

Juliette: Filha lembra que a mamãe falou que as famílias são formadas cada uma a sua maneira, tem família que são duas mamães, outras dois papais, umas tem só um papai sem mamãe e tem a nossa que tem só a mamãe.

Manu: Eu queria mamãe, igual a Ceci e as amiguinhas da escola. Cadê meu papai?

Juliette: Filha vamos tomar o remédio e dormir um pouquinho, depois a gente fala dele tá bom?

Eu ninei ela até dormir. Depois sai e fui lá pra garagem chorar, a minha vontade era de buscar aquele babaca do Luis no inferno e obrigar ele a se responsabilizar pelo que ele fez, mais aí eu penso que obrigar não dianta, eu quero q ele venha por amor a ela. Eu chorei sentada encostada na árvore até me acalmar, logo escutei alguém falar:

Rodolffo - Tá tudo bem? Pq está chorando? Ela não melhorou?

Juliette: Eu dei o remédio e coloquei ela pra dormir, assim que acordar eu vou pra casa com ela.

Rodolffo - Quer conversar?

Juliette - Não tá tudo bem, só me dói ver ela assim.

Rodolffo - Ela vai melhorar logo tenho certeza.

Escutamos um choro e entramos correndo pra dentro da casa.

Era ela que tinha acordado e estava ardendo em febre, eu não pensei duas vezes e peguei minha bolsa para levar ela pro primeiro hospital que eu encontrasse.

Juliette - Ela tá com febre eu vou levar ela pro hospital.

Rodolffo - Vamos já peguei as coisas.

Quando eu olhei Rodolffo já estava com a bolsa dela e de chaves na mão pra ir. Aquele momento eu não tinha tempo de dizer que não precisava, era a saúde da minha filha em primeiro lugar. Chegamos no hospital ela desmaio, eu me desesperei e Rodolffo pegou ela do meu colo e saiu gritando na recepção, logo levaram era pra uma sala e colocaram no soro, ela foi acordando e ele examinou ela, fez ultrassom na barriguinha pra ver se tinha alguma coisa, mais nada foi encontrado. Ela foi pro quarto e Rodolffo estava comigo, ela estava no soro e medicação que dava sono, eu liguei pra Laís pra avisar que estava tudo bem, assim que desliguei o médico entrou na sala.

Médico - Boa noite vcs são os pais da Manuela?

Rodolffo me olhou e depois respondeu que sim, eu não contestei só queria saber o que minha filha tinha.

Medico - Bom os exames dela não deu nenhum alteração e pelo que vcs informaram que ela comeu, nao tem nada que possa ter feito tão mal, o que eu acredito que seja é um stress emocional que algumas crianças têm, as vezes acontece alguma coisa e ela não querem contar e o corpo responde dessa forma. Eu vou deixar ela em observação, essa noite se nada mudar a médica de plantão amanhã cedo pode dar alta.. Qualquer coisa pode me procurar.

Rodolffo e Juliette - Obrigada doutor!!

Ele saiu e eu sentei na cadeira perto dela e chorei, eu sabia o que a estava deixando mal, era a falta que aquele desgraçado faz pra ela.

Rodolffo - Ei Ju calma, ela vai ficar bem.

Juliette - Aquele desgraçado do pai dela, até longe causa problema.

Rodolffo - Você acha que ela tá assim pela vontade de ter um pai?

Juliette - Sim, e está chegando dia dos pais, provavelmente eles estejam fazendo lembranças pro pais. Ela está insistindo muito nessa história e eu só piorei a hora q eu coloquei ela pra dormir ela perguntou por você, eu disse q você não era o pai dela e ela chorou perguntando pelo pai.

Eu comecei a chorar.

Juliette - Se eu pudesse pegava aquele desgraçado pelo pescoço e fazia ele ser um pai decente, mais ele sumiu.

Rodolffo - Ju não adianta obrigar, tem que vim pelo amor a ela.

Juliette - Eu sei Rodolffo, mais eu não fiz ela sozinha, eu to cansada, eu não quero que ela se sinta rejeitada, isso dói demais.

Tive uma crise de choro, de quem a anos está engolindo a dor e sendo forte pelos outros e foi nos braços desse cara que eu nem conhecia direito.

Rodolffo - se acalma, eu tô aqui, você não vai mais passar por nada sozinha, eu te prometo.

Eu me levantei e fiquei abraçada nele, fui me acalmando, depois eu sai do abraço e ele secou algumas lágrimas que estavam no meu rosto, ele foi se aproximando e eu fui deixando, quando eu vi nossas bocas estavam coladas num beijo lento e cheio de carinho.

DOIS MUNDOS Onde histórias criam vida. Descubra agora