• Capítulo 6 •

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Quase nós dois •


Pov Jefferson Campbell

- Vocês realmente acham que isso vai dar certo? - Digo duvidando do meu próprio plano e olhando nos olhos de cada um, quero fazer isso mas estou inseguro sobre todo o esquema.

- Nós repassamos a idéia algumas vezes, já sabemos o que cada um deve fazer para trazer a garota até você, depois disso estará tudo nas suas mãos. - O investigador indicado por Zayn fala calmamente, irá procurar por ela e descobrir tudo sobre sua vida.

Assim, quando conhecê-la e saber tudo sobre a mulher terei a definitiva certeza sobre o meu propósito, darei a minha palavra final e minha equipe vai fazer o que deve ser feito.

- Quando terminar a sua parte, entre em contato diretamente comigo o mais rápido que puder, não temos tempo a perder. - A seriedade em minha postura esconde meu nervosismo.

- Como quiser, até logo. - Se despede e todos saem da sala, me deixando sozinho com o coração acelerado.

Logo irei conhecê-la e quando quiser ela será minha, isso me anima me deixando ansioso, ainda mais precipitado. Meu anjo logo estará ao meu alcance, logo logo...

[...]

Pov Emily Johnson

Enquanto estava na sala assistindo escuto um barulho vindo da porta, quando olho em direção dela vejo minha mãe entrando, rapidamente ela para na minha frente e eu me sento no sofá, ela está estranha.

- Oi? - Tento me comunicar com ela que me olha com raiva, o que eu fiz dessa vez?

- Fiquei sabendo que você saiu no fim de semana, você sabe que não deve andar por aí com qualquer pessoa não sabe? - Seu tom de voz está alterado soando como gritos nos meus ouvidos, ela está tão séria, suas roupas curtas, sua expressão facial é desprezível.

Mas mesmo assim não entendo essa manipulação que ela impõe sobre mim, isso acontece desde que eu era pequena, não podia sair, não podia ser vista por todos, era como se eu corresse algum perigo em relação ao que ela faz. Eu sempre soube que isso não era preocupação mas sim uma prisão, como se escondesse algo que tem a ver comigo.

- Sim, mas foi uma coisa normal, eu fui ao restaurante dos país de uma colega minha, depois ela me trouxe para casa e ocorreu tudo bem. - Tento me explicar calmamente mas seu olhar irritado não saía de mim.

- Não interessa, você deve me obedecer! - Como ela consegue ter esse olhar tão agressivo, ser assim tão rude comigo.

- Por quê? Você nunca está em casa, não se importa se tem uma filha, qual é o problema? - Me levanto e também altero minha voz, enfrentando a mesma e encarando fortemente seu rosto, questionando toda sua braveza exagerada.

E sem perceber sinto um tapa sendo depositado no meu rosto, sua mão é pesada e me causa uma dor insuportável na bochecha. Minha pele arde e meus olhos pesam com lágrimas quando vejo o que acabou de acontecer, ela foi tão rápida e certeira em seu ato que quando eu percebi já estava com o rosto virado, volto a observar a mulher que me olhava com arrogância e autoritarismo, isso tudo só por quê tentei me impor ao que ela faz.

- Você mereceu, não deve me questionar desse jeito. Da próxima vez que eu ouvir boatos sobre você ou ter essse tipo de comportamento da sua parte vai ser muito pior! - Gritos se passam e eu não consigo pensar, só vejo ela sair batendo a porta depois do que fez, como se estivesse feito algo muito justo.

Ainda não acredito no que aconteceu, me sento no sofá tocando o lado ardido do meu rosto, meus olhos encharcados não negam o quanto estou sofrendo. Eu sempre fui sensível mas nessa situação me sinto ainda mais vulnerável, meu desprezo por ela aumenta e a tristeza se faz mais presente em mim quando vejo a vida que levo.

O dia que já não estava muito legal piorou, passei o resto do tempo me culpando e sentindo toda aquela dor, tinha uma melancolia presente naquele momento que me fazia não sentir vontade de mais nada.

Essa não é a primeira vez que ela me agride, não só fisicamente mas também com suas palavras, a maior dificuldade disso tudo é ter um familiar que ao invés de te ajudar só te faz mal.

Passo uma boa parte da noite jogada no sofá, sem vontade de comer ou fazer qualquer outra coisa, isso mexeu tanto comigo, fico pensando que mesmo sendo jovem já carrego o peso de saber as consequências da vida.

Existem pessoas que mesmo podendo te ajudar, mesmo que elas devam te ajudar elas sempre vão te prejudicar, vão tentar piorar e dificultar a sua vida, por quê simplesmente essa é a função delas, por pior ou mais cruel que seja essa situação realmente existem pessoas assim na vida de todos.

O que mais doeu é que essa pessoa na minha vida é a minha mãe, ela poderia ser uma pessoa boa para mim mas sempre tenta ser o pior que pode.

Cansada de pensar nisso, vou para o meu quarto e me deito na cama em posição fetal, ali eu fico, no escuro, até conseguir pegar levemente no sono. Quando estou quase dormindo lembro que esqueci de trancar a porta dos fundos da casa, mas aí já era tarde demais...

Continua...

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