Capítulo 1

15 3 2
                                    

Doze anos depois...

Segunda-feira, 13 de Fevereiro 2017...
10:30 AM


  Anahí se encontrava deitada sobre sua cama, seus olhos foram se abrindo lentamente e seus pulmões se encheram de ar. Era mais um dia viva, isso é tortura? Seu corpo completamente imóvel e dolorido, sua cabeça parecia a todo custo que iria explodir de dor, isso já tinha virado rotina em sua vida, dores e mais dores. Não demorou nada para que a porta fosse aberta e a figura da mulher mais velha entrasse no quarto e abrisse as cortinas para que entrasse um ar naquele cômodo abafado. Anahí piscou os olhos e suspirou apoiando as mãos sobre o colchão fofo e confortável, se sentou e passou a mão no rosto e nos cabelos os jogando pra trás fazendo um coque despojado.

     Respirando fundo Any encarou a mulher, era como se ela tivesse vendo a menina pela primeira vez sendo que a cinco meses Any tinha despertado de seu sono profundo.

────Ei, está me olhando assim porque? Eu morri? ─Estava sendo irônica,só não gostava que ficassem a olhando fixamente.

────E você precisa morrer pra eu poder ficar te admirando? Minha filha,não seja rude com sua mãe.

────Nunca vou me acostumar com uma estranha me olhando desse jeito.

────Mal agradecida, eu fiquei todos os dias preocupada com você, durante doze anos. Quase uma vida, sabe quantos aniversários meu eu passei do seu lado no hospital? Muitos... o suficiente pra não te deixar sozinha.

────Tabom, ok. Me desculpa não falarei mais nada.  Pode me ajudar a banhar por favor. ─Any não se viu em posição de responder aquilo que acabará de ouvir,aliás a mulher estranha tinha parado sua vida pra cuidar de uma estranha como eu.

────Só porque eu te amo muito, vem vamos tomar banho. Temos que nos apressar seu novo fisioterapeuta chega hoje.

Any acabou sorrindo minimamente, cerrou os seus olhos e a mais velha pegou a cadeira de rodas e aproximou da cama, tirou Any com um pouco de esforço da cama e a sentou na cadeira de rodas. Levou a loira para o banheiro, a água morna na banheira ja estava cheia, a loira se sentou ali dentro e umideceu seus lábios. Ter que depender de alguém pra tudo de fato era ruim e ela não suportava mais isso.

Depois do banho a mais velha ajudou Any a se secar e a se trocar, aquilo era humilhante demais para a loira. Não demorou para que o patriarca da família batesse na porta com um sorriso melancólico no rosto, Any encarou o rapaz mais velho,toda vez que ela via ele ou a mulher que mandava ela a chamar de Mãe, Any sentia uma coisa estranha, como se conhecesse eles, a figura que apareceu na porta fez o coração de Any acelerar, ela não entendeu o motivo mas aquele rosto lhe era conhecido. O rapaz se aproximou e abraçou o corpo de Any que continuou imóvel.

────────Como você está minha pequena, eu fiquei tão feliz ao saber que você tinha acordado, queria ter vindo antes mas precisei terminar algumas coisas da faculdade. Eu te amo tanto e estou tão feliz que está conosco agora. ──O mais velho se ajoelhou na frente de Anahi e a abraçou.


  A única reação que a loira teve foi afasta-lo, quando ele a abraçou a vontade que ela teve foi de chorar e chorar muito. O rapaz a olhou com um olhar tão triste e pra baixo que ela se sentiu mal por te-lo afastado.

──────Any, por que está rejeitando meu abraço? Ei eu sou seu irmão, eu sei que o que aconteceu a anos foi minha culpa mas eu me arrependo...

────────Chris, vai com calma ela acordou a cinco meses e ela não se lembra de absolutamente nada. Vamos ir com calma e com um tempo ela pode recuperar sua memória.

────────Perdeu a memória papa? E como não me falaram isso quando ela acordou!? Era minha obrigação saber de tudo que iria acontecer com ela!

────────Meu filho, vamos com calma está assustando a Any. Vamos conversar lá em baixo! O fisioterapeuta dela está chegando.

────────Fisioterapeuta Mãe? Quem é o fisioterapeuta dela Mãe?

────────Fica tranquilo, ela está em boas mãos é o Alfonso. Ele vai cuidar bem dela agora vamos descer.

Relutante Chris desceu com seus pais, Any ainda sem reação ficou encarando o chão, seus olhos cheios d'agua a dedurava. Ela não falava com quem não conhecia, tanto que demorou três meses pra falar um A para seus pais, enquanto ela estava destraida Alfonso chegou batendo na porta que estava aberta e nada dela erguer nem sequer o olhar. O mais velho se aproximou dela e assim que seus sapatos pretos entraram no campo de visão da loira ela ergueu o rosto o encarando.

────────Ei, eu sei que você não fala e que você não anda, mas sua mãe não me falou nada que de era surda também. Prazer, eu sou o Alfonso, Alfonso Herrera,seu novo fisioterapeuta.

Any continuou imóvel, ela teve a mesma sensação de quando viu Chris, aqueles olhos verdes esmeraldas o deixavam mais atraente e o sorriso em seus lábios também. Engolindo em seco a menina permaneceu calada e arrumou sua postura sobre a cadeira.

────O que foi? O gato comeu sua lingua?

Alfonso se lembrava melhor do que ninguém de Any, ficou levando May todos os dias pra ver a amiga no hospital por pelo menos uma hora no dia. Mas ele não se lembrava que os olhos dela eram azuis ao ponto de hipnotizar alguém. Fechando a porta Alfonso se sentou na cadeira de rodinha do computador dela e se aproximou da garota que estava na cadeira de rodas, colocou sua mala no chão e arrumou o jaleco no corpo.

──────Certo,você não precisa falar nada, mas quero que escreva as respostas, ok?

Any afirmou e respirou fundo, olhar pra ele estava fazendo ela ter vontade de chorar. Umideceu seus lábios e suspirou pegando o caderno e a caneta que ele deu a ela.

────────Agora me responda, você consegue mexer a perna? Nem que seja um pouquinho só.

──── "Não, eu não sinto nada"

────────Certo, começamos bem, bom então hoje a primeira etapa é tentar levantar dessa cadeira que te aprisiona. Vem vou te ajudar.

Let me go (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora