Capítulo 2

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Minhas botas se chocam contra as poças de água, a mesma subindo para o alto a cada pisada forte.

A vida não poderia ser tão injusta, aqui em illyria, o país do magistério, nada é um mar de rosas.

A magia foi banida, apenas o magistério pode possuir tal coisa e a manejar para benefício próprio, as pessoas que contém essência de magia, conhecidos como os resistentes, houve o massacre, todos foram mortos, menos eu, estou viva e estou fugindo para continuar assim, viva.

Mas não vai durar muito com a guarda de ferro.

Ouço um apito estridente e olho para trás, a guarda de ferro. Guardas dobradores de metal, trajados em armaduras de tons de cinza e preto.

— Ela está ali!!

Merda.

Eu viro a esquina, subindo uma escada de emergência, para cima do prédio.

— Atenção, todas as unidades, ela está usando um casaco do time tubarões.

Meus dedos correm, puxando o zíper do casaco, eu o retiro em meio a corrida, o lançando no ar.

Eu me preparo, saltando do prédio,minha silhueta não passa de um vulto perdido na noite fria, minhas mãos espalmam o parapeito do prédio seguinte e eu me iço para cima, correndo para saltar novamente.

— Cabelo preso e óculos.

Puxei o elástico, os longos cabelos loiros claros chicoteando o ar ao se soltarem do coque.

Eu retiro os óculos, o atirando para longe.

— Sejam atentos, homens, esse tipo é imprevisível.

Eu conto minha respiração.

— Ali em cima!

Eu saltei, abrindo meus braços, meu corpo deu uma pirueta no ar, meus pés tocando o terraço do prédio quando aterrissei com força. Caindo agachada, uma perna estirada, um braço erguido. Eu ergo a cabeça e disparo, ouvindo a sirene soar.

Como se fossem as trombetas do fim dos mundos.

Eu saltei, mergulhando para baixo, me agarro a uma escada que desce em disparada, eu me solto, caindo de pé no chão.

Ok, falta pouco.

Corro pelos becos da cidade de ferro, me dirigindo cada vez mais para o meu destino, os esgotos.

Salto para baixo, minhas botas se chocando contra a lama e odor insuportável.

Enrugo o nariz, encarando o grande cano desativado.

Umideço os lábios, fechando as mãos em concha e as levando a boca, então, solto um som aveludado, imitando o som de uma coruja, o som sendo engolido pela noite.

Encaro cabeleiras loiras idênticas as minhas, olhos azuis claros, não tão vibrantes quanto os meus que parecem ser acesos pela chama de uma vela.

— Ainda bem que chegou. -reclamou Adam, o caçula.

Aron é o mais velho, Alan o do meio, eu a penúltima e Adam o último.

— A guarda de ferro estava me perseguindo, consegui despistar. -digo.

— Então vamos logo. —diz Aron— ficaremos melhor quando pegarmos um navio para a cidade de bronze.

Eu assenti, quando então, ouço um zumbido, sinto algo picar meu braço e solto um ruído, encaro o dardo preso em meu braço.

— Kalliope! -Alan gritou.

Eu puxei o dardo, cambaleando um passo para frente.

— Pegamos ela!

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