Capítulo 5

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Dois anos depois...

— Isso!! Quebra ele!

Eu desviei de um soco e de outro, me preparei quando o grande feérico avançou contra mim, as pessoas ao redor do ringue gritando.

Apenas mais um minuto até o sinal bater e a luta empatar.

Eu desviei para a esquerda, para a direita, os punhos erguidos diante de meu rosto, apenas poucos centímetros afastado, o lábio cortado por onde um filete de sangue escorre, o supercílio cortado.

Eu disferi um soco de baixo pra cima no queixo do feérico, sua cabeça tombou para cima com o impacto.

— Não! Não!

Eu tomei impulso, girando uma perna, em outra, então, eu saltei, girando minha perna, acertando um forte chute no rosto do feérico, vendo um dente escapar no ato junto de saliva.

Eu encaro o grande feérico ir ao chão com pesar, o ringue tremendo com o impacto do grande corpo.

Eu pousei no chão agachada, uma mão espalmando o chão do ringue, uma perna estirada.

Eu ergo o olhar, ofegante, ouço os gritos e os aplausos, ouço os xingamentos de quem havia apostado no feérico.

Eu me ergo, o juiz de orelhas de coelho erguendo o meu braço para o alto.

— Vitória da leopardo!

Eu me afastei, saltando as cordas do ringue.

Desvio dos apostadores que tentam falar comigo, indo direto para o vestiário.

Encaro o meu rosto no espelho, os olhos azuis que antes tinham nem que seja um pouco de vida, agora não tem mais nada.

Limpo os cortes com loção curativa, o sangue manchando o branco algodão.

Através daquele espelho rachado vejo o reflexo do dono do estabelecimento de lutas ilegais.

— Aqui está. -ele lança uma média bolsa de couro.

O som do ouro tilintando ao cair no banco.

— O combinado não eram duas bolsas? -questiono.

— O combinado é você lutar e ficar de boca fechada. -ele disse.

— Devo lembrar que seus clientes só vem aqui para me ver lutar, e você só está lucrando graças a mim. -digo.

— E você se esqueceu de quem a trouxe para o mundo das lutas ilegais. -ele diz.

— A porra de um panfleto. -me viro, o encarando.

— Se toca, garotinha, você só está aqui porque ninguém se importa mais. -ele disse.

Eu pego a bolsa.

— E porque o seu namoradinho criminoso morreu. -ele diz.

Eu ergo o olhar, em meio segundo diante dele, e em meio segundo ele foi lançado contra os armários com um soco.

— Pro seu bem, é melhor lavar esse bueiro que chama de boca, com sabão. -sibilei.

— Desgraçada. -ele limpa o sangue do nariz.

Eu caminho para fora, a bolsa em minhas mãos.

— Aqui é a "selva", é cada um por si, olho por olho e dente por dente. -digo.

E eu saí.

Visto a jaqueta, caminhando pelas ruas escuras e frias da cidade de ferro. Dois malditos anos aqui, dois malditos anos depois de tudo o que aconteceu.

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