Six months

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Point of view:

Sarah Andrade

O que é meu é seu, querida!

Aquela porra daquela frase ficou ecoando na minha mente sem parar, repetidamente, como se fosse uma forma de tortura.

Merda... O que eu vou fazer? Eu sabia que ter me casado foi uma tremenda burrice, mas agora subiu o nível para uma enorme estupidez.

Mas espera, combinamos que iriamos nos separar, certo? Sim, claro. Eu só preciso que ela entenda de uma vez por todas que aqueles 3 milhões são meus. Só meus e de ninguém mais além de mim. Além do mais, fui eu quem colocou a merda da moeda na máquina de caça-níquel.

- Você nasceu com essa bunda branquela virada para a lua? Meu Deus.... Três milhões - Eu ouvia Thaís falar sem parar enquanto andava para um lado e para o outro, sem acreditar que eu tinha ganhado aquela bolada. Nem eu mesma estava acreditando ainda que havia ganhado isso tudo sem querer. - Caralho! Você está milionária, sua vagabunda. Tem noção disso?

-Isso seria ótimo há um dia e meio atrás.

Comentei entre um suspiro desanimado e encolhi os ombros, completamente o inverso do que eu deveria estar. Thaís me fitou confusa, e em um movimento rápido acertou uma almofada na minha cabeça. Levei a mão até o local, fuzilando-a com o olhar.

-Cadê a animação, porra? - Veio até mim e pôs seus joelhos ao lado das minhas coxas, sentando-se em meu colo. Ela segurou meu rosto em suas mãos e fitou-me nos olhos. - Você ganhou três milhões, garota. Três milhões de dólares e está com essa cara de quem fodeu e não gozou?

Questionou quase espumando, seus dedos apertando minhas bochechas com certa força. Ela estava incrédula com meu desânimo, mas acho que ela não entendeu a minha atual situação.

- Você não sabe da novidade, Braz. - Falei e ela me olhou com curiosidade - Juliette cismou que os três milhões também são dela.

-Mas o que você acabou de dizer? É sério isso? - Ergui as sobrancelhas e assenti. Thaís abriu a boca incrédula. - Que porra... Mas foi você quem ganhou. Não é?

-Sim, mas nós somos casadas. - Debochei e Thaís fez uma careta engraçada. Levantei minha mão esquerda e apontei para minha aliança. - Esqueceu?

- Você se fodeu.

Começou a rir e eu acabei por rir também. Já estava tudo fodido mesmo, não adiantaria deixar aquilo abalar meu humor.

Mas uma coisa é certa; Juliette não irá colocar as mãos em nenhum centavo do meu dinheiro. Eu ganhei os milhões sozinha e irei desfrutar deles sozinha também.

(-)

A volta para casa foi extremamente desanimadora. Não aproveitei nada de Las Vegas. Fui com a intenção de beber até cair, foder com várias mulheres até perder as forças na perna e tudo que eu fiz foi transar bêbada com uma única mulher, e o pior, casar-me com essa mesma mulher.

Assim que cheguei em meu apartamento, larguei minhas coisas no chão e comecei a despir-me. Estava agoniada de ficar com tantas roupas no corpo, precisava de um alívio imediato para todo o meu estresse.

Saí do banheiro completamente nua, secando meus cabelos com a toalha branca que antes estava pendurada na ponta da pia do banheiro. Abri a porta do meu armário, que é daqueles embutidos na parede e tirei de lá uma boxer preta e um sutiã de algodão da mesma cor. Joguei a toalha molhada no chão mesmo, pisando em cima dela para secar a sola dos meus pés. Sempre tive essa mania, quando eu ainda morava com meus pais, minha mãe quase me matava por eu fazer isso.

What Happens in Vegas  (Sariette Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora