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Point of view:

Sarah Andrade.

Estava imersa em meus sonhos quando comecei a ouvir um barulho bem longe. Algo irritante e continuo. Tentei continuar a dormir, mas aquilo estava começando a me tirar do sério. Virei para um lado e para o outro, bufei ao pegar uma almofada e colocar sobre meu ouvido, mas não adiantou nada. Será que é a campainha aqui de casa?

- Merda... - Grunhi e me virei no sofá, o som não parava por nada. E, o barulho é a campainha do meu apartamento. Esfreguei as mãos em meu rosto e me sentei. - Mas quem é o infeliz que me acordou uma hora dessas?

Fui resmungando enquanto me arrastava em direção a porta, iria matar quem quer que fosse. Destranquei a fechadura e puxei-a com certa violência, estava pronta para xingar a pessoa, mas me calei ao deparar-me com Juliette e suas bagagens. Franzi o cenho, confusa demais para ter alguma reação.

-Olá insuportável... - Cumprimentou-me com ironia, seu olhar descendo pelo meu corpo. Ela fez uma careta. - Por que você está sem calça? Tem alguma puta aí? Porque se tiver, eu não irei entrar.

Franzi o cenho, ainda mais confusa. Olhei para baixo e só então notei que estava nua da cintura pra baixo, apenas vestia uma blusa branca que cobria apenas um pouco das minhas coxas, deixando a ponta do meu pau exposta. Voltei a olhar para Juliette e notei que seus olhos estavam fixos naquele local. Soltei um pigarro, finalmente atraindo sua atenção enquanto puxava mais para baixo a barra da blusa.

-Ah.... hoje é quinta? - Indaguei confusa e ela rolou os olhos. Posso jurar que ouvi um "idiota" vindo dela. Sem nem pedir licença, ela me empurrou para trás e adentrou meu apartamento. - Santa educação...

Zombei, fechando a porta atrás de mim. Juliette estava parada no meio do apartamento, olhando tudo em volta. Cruzei os braços, já sentindo vontade de gargalhar.

-Passou um furacão por aqui ou você deu uma festinha com as suas putas?!

Questionou com uma voz de nojo. Ok, eu confesso que o meu apartamento é uma bagunça, mas eu não me importo. Já me acostumei e ninguém nunca reclamou disso antes.

Eu sei viver assim.

-Nem um e nem outro, querida esposa.

Debochei, indo em direção ao sofá outra vez. Me joguei no mesmo de bruços sem me importar com sua presença ali e fechei os olhos. Eu só queria dormir mais um pouco.

- Levanta daí, arruma essa bagunça e pelo amor de Deus ponha uma calça. Ninguém merece ter que ver essa coisinha no meio das suas pernas.

Levantei minha cabeça e olhei incrédula para ela. Quem essa garota acha que é?! Acabou de chegar na minha casa e acha que pode sair me dando ordens assim?

- Escuta aqui, e escuta bem porque eu vou falar somente uma vez. - Comecei séria, ela cruzou os braços e me fitou com desdém. - Você está na minha casa, meu território. Se está incomodada com a bagunça, arrume você mesma. E outra, não mande em mim, ninguém manda em mim. Se enxerga, dona certinha.

Concluí, sorrindo vitoriosa ao vê-la começar a perder aquela pose de superior.

-Sinto ter que lembrar, mas esse apartamento, se é que pode ser chamado assim. - Fez cara de nojo. - É nosso agora. Estamos casadas, esqueceu querida? - Me mostrou o anelar onde aquela maldita aliança estava. - E eu não vou arrumar essa bagunça, sua imunda. Levanta essa bunda daí agora e arruma tudo porque eu não vou viver dentro desse chiqueiro durante seis meses.

Terminou o discurso e pegou suas malas, sorriu vitoriosa para mim e empinou o nariz. Foi em direção ao armário embutido na parede. Eu até rebateria ao discurso dela, mas sorri diabólica e fiquei esperando ela abrir a porta.

What Happens in Vegas  (Sariette Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora