Capítulo 14

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— Desculpa mesmo, Wei.

Ela não o encarou, somente a xícara de chá, com olhos ainda úmidos, inchados e vermelhos. Wei deu de ombros, sentada na mesa com as costas deprimidas.

— Tá tudo bem. — disse — Eu sei que vocês tem todo esse auê de se encontrar depois de anos parecendo filme adolescente. Vocês merecem isso, Zuzu.

— Eu sei, mas ainda assim você não deveria ser deixada de lado. — falou, pondo a mão gentilmente sobre o joelho de Lian por debaixo da mesa

Wei Lian riu, dando de ombros, enfim lembrando do outro detalhezinho que residia agora naquela mesma moradia.

— Por que não chama Tobirama para tomar café da manhã? Ele deve estar com fome.

Izuna a encarou, com receio de algo acontecesse se o chamasse, como algum outro tipo de discussão.

— Acho melhor eu levar algo para ele, lá no quarto. — enfatizou a última parte, fazendo a ruiva revirar os olhos, mas não protestou. Fez um barraco inteiro por conta da presença dele, então era meio óbvio que o Uchiha estivesse apreensivo sobre a ideia de trazer Tobirama até a mesa. Não iria ter outro chilique de novo, contudo, iria ficar um clima muito estranho, apesar de tudo

O moreno se levantou, arrumando a franja e colhendo algumas coisas dali para levar até o Senju, logo deixando a maior sozinha na cozinha. Se pegou pensando por um momento se ela ficaria chateada de novo por sua saída, porém, logo deu de ombros, seguindo para o quarto com um prato e um copo em mãos. Abriu a porta com o cotovelo e a fechou com o pé, logo observando o corpo que se sentou na cama, o encarando quase que com preocupação. O menor sorriu, deixando a comida sobre a cabeceira da cama, se sentando no colchão e recebendo mãos em seu cabelo.

— Wei está bem? — o albino perguntou, e Izuna somente assentiu

— Só estava um pouco chateada comigo, não se preocupe.

Sentiu os dedos dele desprendendo o seu cabelo, e sorriu, soltando uma leve risada ao aproximar o rosto do dele, beijando delicadamente seus lábios três vezes seguidas, rápidas. As mãos do maior se afundavam em suas mechas, as bagunçando enquanto sentia os lábios do Uchiha pressionados sobre os seus. Quando o moreno lhe deu um último selinho, antes dele se distanciar, Tobirama prendeu seu lábio inferior com a boca, trazendo novamente a boca do mais baixo para se encaixar na sua.

Izuna murmurou, fechando os olhos com força enquanto se separava dele com insistência, não querendo prolongar ou evoluir o carinho para algo mais. Sorriu malicioso, beijando levemente a bochecha dele ao se afastar definitivamente.

— Eu não sou sua comida, Tobirama. Pelo menos não agora.

Deu uma piscadela para ele, saindo de cima da cama com a risada leve e envergonhada do corado Senju, que desviou o olhar para a comida que residia na cabeceira.

— Coma de verdade, tudo bem? — o Uchiha se pronunciou uma última vez antes de sair do quarto — Tenho aula para dar em breve, logo venho me arrumar.

— ...Ok.

×××

— Tobirama...

Seus olhos abriram e a cabeça virou para a pessoa ao seu lado. Izuna o encarava, o peito nu à mostra, o corpo virado em direção ao seu. Sua face estava tranquila, os olhos calmos; diferente de sua voz, apreensiva. Se virou para o Uchiha também, sentindo o toque dele em seu braço. Ambos na cama, sem roupa qualquer, cabelos bagunçados pelo ato de poucos minutos atrás.

— O que foi? — perguntou, a voz delicada como uma folha de uma árvore na primavera

Após isso, o moreno tocou seu rosto, acariciando-o com a ponta dos dedos, que batucavam a sua bochecha.

Cartas das quais eu não sei de onde vem (TobiIzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora