Capítulo 24

36 8 0
                                    

— Não, você não tá entendendo. — Izuna respirou fundo, juntando as mãos em frente a boca — O Sherlock é um deus.

— Não, tipo — Kurenai começou a refutar—, ele é mesmo. Mas ainda assim a Dominatrix é melhor.

— Eu só aceito uma pessoa acima do meu querido. — disse com convicção, o braço juntando Tobirama para perto de si pela cintura. Este mexia no celular enquanto pousava a mão sobre a cabeça do Uchiha, que continuava discutindo com a Yūhi — A irmã dele e ninguém mais.

— Você nem sabe o nome dela...

— E quem é que sabe? — falou, dando de ombros com uma expressão mesquinha

— É Eurus, seu imbecil.

— Parem de brigar e arranjem logo um restaurante para a gente comer. — pronunciou o Senju num tom monótono, estalando o pescoço e atraindo a atenção dos outros, e até mesmo de Wei — Estou com fome.

— Eu também, morrendo. — acrescentou Lian, com uma expressão desgostosa

— Ei, não se preocupem. — a morena disse, totalmente despreocupada ao passar as mãos sobre o cabelo, o armando mais — A gente já tá chegando, é ali na outra esquina.

— Tomara que desta vez seja realmente um restaurante bom, tá, Kurenai? — ralhou a ruiva, olhando meio que com raiva para seu caminho — Se for ruim como aquele último que nós fomos, eu vou na tua casa e roubar seu estoque de cigarros.

— Os meus filhos não, piranha. — falou, ainda tranquila como uma flor que floresceu em um dia de eterno sol na primavera — Vai ser bom, você vai ver.

×××

O silêncio era quase total, menos pelos sons dos talheres batendo nos pratos, e todo mundo estava apreciando muito bem aquilo em conjunto com o clima fresco do restaurante, que era pouco decorado, mas passava um ar de interiorano. De repente, Izuna soltou um arroto alto, que atraiu a atenção de pessoas das outras mesas, fazendo Tobirama corar e abaixar a cabeça com vergonha, e Wei lançar um dos potes de sal e açúcar que havia ali na cara dele, o repreendendo por ser tão nojento.

— Deuses... — murmurou Kurenai, apoiando o rosto na mão e observando aquele grupo peculiar, pensando em como havia parar naquele meio, e até acabado de juntar um casal indiretamente

Nunca havia estado mais assim, tranquila como se nada estivesse ruim na vida desde muito tempo. Sentiu muita falta daquilo. Desde que se lembrava, sempre ela e seu pai tinham que trabalhar o tempo inteiro, tentar conseguir o máximo de dinheiro possível para poderem pagar o dinheiro do hospital e do tratamento especial de sua mãe doente, já que não se tratava de uma doença que poderiam cuidar facilmente. E ainda assim não foi suficiente...

Bem, não havia mais com o que se preocupar, porque, além disso, estava tudo normal.

Ou pelo menos era o que achava.

Em outro momento, minutos depois, seu olhar automaticamente virou para um indivíduo que passava ao lado da mesa. Era um homem, e era alto e tão magro que poderia observar seus ossos com facilidade, e parecia estrangeiro. Ele também olhou bem em seus olhos, e vestia roupas meio estranhas. Seu estômago se embrulhou por algum motivo. Talvez fosse pela intensidade do olhar dele, ou então pela sensação que tomou o coração e os pensamentos que invadiram seus neurônios e as memórias que vieram junto.

As sombras...

Balançou a cabeça levemente enquanto ria baixo, dizendo a si mesma que aquilo era impossível enquanto terminava o almoço junto dos outros três, que estavam totalmente alheios aos seus pensamentos e preocupações. Não iria estragar a alegria e euforia do momento só por conta de suas paranóias.

Cartas das quais eu não sei de onde vem (TobiIzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora