Capítulo 18

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— Desculpa te acordar por causa disso. — disse Tobirama, envergonhado enquanto colocava a mão sobre a nuca

— Nah, acho melhor me acordar para se despedir do que me deixar sozinho aqui sem nem dizer tchau. — Izuna falou risonho, se escorando na batente da porta enquanto colocava as mãos dentro dos bolsos da calça de seu pijama

Estavam se despedindo cedo naquele momento, pois o Senju ainda trabalhava em alguns dias de manhã, hoje era um desses dias. O sol mal tinha nascido e o albino já estava fora do apartamento do Uchiha, uma luz laranja rosada atravessando a varanda junto com o vento gelado da aurora, que fazia o maior se inquietar por conta do frio que sentia, quase tremendo. O moreno não estava muito diferente.

— Eu não sei fazer despedidas. — o menor pronunciou, a voz meio tremendo como os dentes, músculos tendo tiques nas bochechas — Você sabe. Então só... me dá um beijo.

Tobirama sorriu trêmulo, segurando o rosto de Izuna com carinho ao se abaixar minimamente para que seus lábios encostassem nos dele com ternura e lentidão, se separando minutos depois com um estalo molhado, que fez o Uchiha sorrir assim como o outro.

— Senhor Uchiha!

A voz desajeitada e alta tirou a atenção do Senju do outro, o susto o fez virar a cabeça repentinamente para a outra pessoa do outro lado do corredor, que estava arrumada logo cedo, como um vampiro que nunca dorme. Era uma mulher já velha, idosa e meio corcunda, algo bem comum de se ver. O albino nunca havia reparado nela, mas provavelmente ela também não havia reparado em si nem mesmo naquele momento, estava somente encarando e falando com o moreno, que estava com uma careta rabugenta como de quem não quer conversar de forma alguma.

— O que foi, senhora Ikeda?

— Eu já te pedi para não fazer esse tipo de coisa aqui no hall ou na portaria, que seja pelo menos dentro do seu apartamento ou fora daqui.

— Que pena que eu não estou fazendo isso.

Ikeda soltou um ofego incrédulo por conta da afronta do mais baixo, que somente revirou os olhos, voltando sua atenção novamente para o outro, que os observava com atenção, contudo, sem entender nada.

— Não ligue para ela. — disse Izuna, segurando o rosto do mais alto e ignorando os resmungos da mulher que ia em direção ao elevador do hall — É só uma velha com uns parafusos a menos e preconceitos! — falou alto justamente com o propósito de fazê-la escutar, e esta ficou resmungando ainda mais. O Uchiha suspirou, e por último, o puxou para mais perto somente para sussurrar uma coisa — É a tal velha que o Hsiung Heng agrediu.

— Ah, entendo...

Agora entendia o comportamento de Hsiung. Não que fosse fazer o mesmo em qualquer tipo de situação, porém, Heng parecia com o tipo de pessoa que se estressava com facilidade com aquele tipo de coisa. Ele era amigável e tudo mais, só que também era protetor; provavelmente é amigo do moreno e estava com raiva daquela senhora. Não diria que ele estava certo, só que também não o iria julgar por conta daquilo.

— Ei. — o moreno o chamou com um sorriso de canto — Tchau, meu amor.

Tobirama sorriu.

— Tchau, bebê.

×××

Izuna cantarolava pela cozinha com alegria. Olhou de lado novamente para as frituras que queimavam na panela de óleo, enquanto ainda misturava os ingredientes restantes do chow mein. Ouvia o voz de Niara cantando alguma coisa junto da televisão, e isso lhe fazia sorrir ainda mais, corando com leveza enquanto suspirava.

Cartas das quais eu não sei de onde vem (TobiIzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora