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O cheiro forte de um perfume masculino, um irritante bip e a palma quente e macia de alguém contra a minha é a única certeza que estou viva antes de abrir os olhos e encarar o quarto branco com luzes fortes

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O cheiro forte de um perfume masculino, um irritante bip e a palma quente e macia de alguém contra a minha é a única certeza que estou viva antes de abrir os olhos e encarar o quarto branco com luzes fortes.

Me remexi na cama me acostumando com a claridade devagar, vendo o Rodrigo sentado na poltrona. Flash da minha fuga dos homens tarados invadem a minha mente e eu lembro até o momento exato em que o Rodrigo queria correr atrás dos mesmos. Reviro os olhos sentindo a dor percorrer todo o meu corpo e procuro por gesso, mas para a minha sorte não encontro.

O Rodrigo estava cochilando com a cabeça encostada nas minhas pernas e ele parecia não notar que eu estava acordada e só então percebo que já estava de dia ao encarar a janela do quarto e ver o sol de Los Angeles torrando. Ver o dia me deixou em pânico e eu procurei por hora na cama que eu estava me mexendo de forma grotesca e acordando o Rodrigo.

- Eslô? Como você está? -ele disse, parecendo sonolento- Não devia tá fazendo essa festa na cama! Dar pra se comportar? Por favor! -ele pediu do seu jeito gentil e arrogante.

- Que horas são? -perguntei, arregalando os olhos.

- São nove horas e vinte da manhã! -ele respondeu calmamente encostando as costas na poltrona- Você não quebrou nada, mas se machucou feio!

- Nove horas e vinte? -repeti, sentindo mais pânico- O que? Como assim? Eu perdi a faculdade? E o meu trabalho? Eu preciso sair daqui! Agora!

- Você não tem condição de ir a lugar nenhum! Escutou a parte onde eu disse que você se machucou feio? -ele perguntou, levantando.

- Eu preciso ir trabalhar, já são nove...

- Esquece a hora, Eslô! -ele falou impacientemente- Você não tem condições de trabalhar assim! Está machucada, tira a coberta e olha como está o lado direito do seu corpo.

Eu tirei o cobertor e descobri que eu tinha marcas de arranhões, roxos e inchados pela lateral do meu corpo e descobri que doíam quando toquei uma mancha roxa com o indicador, fazendo uma careta e enchendo os olhos de lágrimas.

Que merda! Cada dia estava sendo uma batalha diferente e eu começava a me questionar se aquele sonho não estava custando caro demais. O Rodrigo olhou para mim com compaixão quando as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto, eu não tinha controle para parar de chorar.

- Eslô, eu fui até a Starbucks e falei com o seu chefe e com a Ahsley, expliquei sobre o seu acidente. A moça disse que vinha aqui te ver quando acabasse o turno, você vai ser liberada logo, não quebrou nada, mas está machucada -ele se aproximou da cama e tocou a minha perna sutilmente- Me perdoe mais uma vez, Eslô. Você apareceu de repente na frente do carro... Aqueles homens, eles fizeram algo com você? Eu solicitei gravações da loja da frente pra ter imagens desses homens e...

- Não precisa fazer nada, Rodrigo! -disse, enxugando as lágrimas teimosas- Você não tem culpa, eu estava correndo porque eles me seguiram, eu que pulei na frente do carro. Obrigada por tudo! -falei, sentindo meus olhos queimarem- Você não precisava...

Tudo Por Um Sonho - EslodrigoOnde histórias criam vida. Descubra agora