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No outro dia pela manhã, resolvi ir ao médico por acordar sentindo um desconforto insuportável na nuca

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No outro dia pela manhã, resolvi ir ao médico por acordar sentindo um desconforto insuportável na nuca. O doutor passou uma série de remédios e me pediu para ficar atenta e evitar pancadas na região, alegando que demoraria a cicatrizar. Ótimo.

Caminhava pelas ruas da cidade, enquanto mexia no meu celular respondendo a centena de mensagens que a Barbara e a Ashley haviam enviado para mim. O Lucas havia mandado algumas mensagens e eu não dei chance nenhuma, apagando tudo sem ao menos ler.

Haviam dezenas de mensagens do Rodrigo e eu sorri, respirando fundo por ser tão rendida a ele. Digitei o número dele com urgência e ele atendeu de imediato.

– Eslô? Estou te ligando desde a hora que entrou no apê, amor, fora as dezenas de mensagens –ele disse, assim que atendeu– Estou tão preocupado...

– Eu sei, Rodrigo. Desculpa! –engoli em seco, disfarçando a dor que pulsava na minha nuca– Precisava de um tempo. Como estão os machucados?

– Eu que te pergunto, não se preocupe comigo. Como está a sua cabeça? –a voz dele saia arrastada de preocupação– Sinto muito, amor. Eu não devia, mas ele estava merecendo. Eu agi como um animal.

– Estou bem, não se preocupa, eu sou sensível, só isso. Podemos almoçar? Quero te ver, mas ainda estou brava por ter batido no barão.

– Acho que chegamos ao estágio em que farei qualquer coisa por você –ele disse, com sorriso na voz.

– Então não faça nada imprudente, preciso de você inteiro –sussurrei.

– Não se preocupe comigo, ele não pode...

– Shhh, não escutou o que eu disse? –ele sorriu do outro lado da linha– Não quero você brigando com esse cara e nem com ninguém.

– Tudo bem, Eslove. Vou segurar a onda por você.

Eu sorri e senti minha nuca latejar, inundando os meus olhos de lágrimas. O médico havia me dado um analgésico, mas ele disse que demoraria a fazer efeito, por não ter sido na veia. Gemi involuntariamente de dor e fechei os olhos, querendo muito ir pra casa, mas iria para faculdade.

– O que foi isso? Você está bem?

– Nada, estou bem... –menti.

– Eslove...

– Preciso desligar, nos vemos daqui a pouco.

Encerrei a ligação antes que ele ficasse mais preocupado e caminhei até a estação do metrô, chegando na faculdade com poucos minutos. A Barbara me esperava do lado de fora e correu quando me viu chegar, me abraçando.

– Como você está?

– Bem! –menti e ela levantou os meus cabelos, olhando o curativo– Estou bem!

– Foi ao médico? –assenti e ela devolveu os meus cabelos para o lugar– O Lucas está com o rosto arrebentado, o seu namorado pegou pesado com ele.

– Ele veio para a faculdade? –indaguei, sem querer vê-lo– O Rodrigo não devia ter...

– Amiga, eu passo o pano que ele precisar –a Barbara disse e eu segurei a risada– Se ele não tivesse batido naquele idiota, eu tinha batido.

– Como ela é forte e destemida –brinquei– Estou com medo de ir ao trabalho hoje e ter que enfrentar o meu patrão, depois de dois homens brigarem ferozmente por minha causa...

– Relaxa, não vai perder o emprego... –ela me abraçou de lado– No máximo vai levar uma bronca, mas ele não vai te demitir, ele teria que te pagar todas as horas extras e meu amor, ele tá ferrado se for fazer isso.

As aulas passaram voando, a nuca parou de latejar um pouco. Eu precisava ir até a farmácia, comprar os remédios e tudo que fosse utilizar para curativos. Quando me despedi da Barbara, sai do prédio e encontrei o Rodrigo em pé, perto do carro. Ele baixou a cabeça sutilmente e levantou logo em seguida para me encarar.

Caminhei até ele e coloquei os meus dedos em cima dos seus machucados.

– Não faça mais isso, Rodrigo! –ralhei com ele– Nunca mais!

Ele revirou os olhos lentamente e me puxou pela cintura, me abraçando e me beijando em seguida, me fazendo esquecer tudo momentaneamente.

– Pare de pensar, Eslove. Eu estou bem!

Ele me abraçou novamente e tocou suavemente a minha nuca, eu fiz uma careta de dor e ele desvencilhou o meu corpo de seus braços, me encarando. Sorri e depositei alguns selinhos em seus lábios.

– Eu vou te levar no médico, agora! Te machuquei, não pode ficar assim. Se te conheço, aguentou a dor esse tempo inteiro sem falar nada para ninguém.

– Não é verdade! –me defendi– Fui ao médico de manhã, estou bem, acredite.

– Tá dizendo isso para escapar de ir ao médico comigo? –ele franziu o cenho.

– Óbvio que não, eu fui ao médico. –tirei a receita do bolso da calça e o mostrei– Não vamos pensar mais nisso, já basta ontem. Estou bem, você está bem. Estamos bem.

– Não ache que isso –ele me mostrou a receita em suas mãos– Livra você de ir ao médico comigo, espertinha.

– Eu te...

– Eslô? –a voz familiar que soa atrás de mim me faz saltar.

Eu senti o meu coração bater tão forte que o meu peito chegou a doer, ao mesmo tempo que meus olhos derramaram lágrimas instantaneamente. Era a minha mãe, parada me olhando. Eu havia batido a cabeça com muita força?

Eu sai de perto do Rodrigo e corri até a minha mãe, querendo descobrir se aquilo não era uma projeção da minha mente, descobrindo que não quando os braços dela me envolveram.

– Mamãe –falei, olhando para ela que tinha o sorriso largo– O que está fazendo aqui? Meu Deus!

– Viemos te visitar! O seu pai e eu –ela disse, me abraçando novamente.

Eu olhei ao redor procurando pelo meu pai e o vi se aproximar de braços abertos, eu corri até ele e o abraço dele era o mais acolhedor de todos. Eu chorei em seu ombro e a dor da saudade que senti esse tempo toda superava a da nuca. Minha mãe caminhou até o Rodrigo e eu guiei o meu pai até eles.

– E você é? –minha mãe perguntou, estendendo a mão.

– Mamãe, Papai, esse é o Rodrigo, ele é um amigo –omiti o namoro porque precisava contar para a minha mãe direito– Rodrigo, essa é a minha mãe e esse é o meu pai, pode chamar de Kikiu e Antônio.

– Claro, amigo! –o Rodrigo repetiu, engolindo em seco e me mostrando que eu havia acabado de criar outro problema entre nós.

Ótimo.

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Sogrinhos do Rods estão na área...

Continuaaaa!



Tudo Por Um Sonho - EslodrigoOnde histórias criam vida. Descubra agora